Cultura Pop que é Cultura Pop vai além de música, cinema e TV, literatura. Também entra na conta aquelas “artes menores” (por favor, não estou dizendo que sejam, apenas que é como costumam ser consideradas por espíritos mais… clássicos). No caso de 1988, jogos eletrônicos e histórias em quadrinhos fazem parte da paisagem. E como fazem!

A conversa sobre games e tecnologia, é claro, fica com quem costuma participar deste espaço e tem muitíssima autoridade sobre o assunto. Com a palavra, Eduardo Loos.

 

O ano de 1988 não foi memorável apenas no cinema, TV ou música. Outros meios de entretenimento nadavam em um oceano de criatividade e diversidade, que foi a marca dos anos 80 (e parte dos anos 90, depois).

Nos jogos eletrônicos, tanto para consoles quanto para computadores domésticos, a quantidade de títulos lançados naquele ano, preencheriam várias páginas deste jornal.

Vamos pincelar apenas alguns títulos que, se você era um gamer naquela época, com certeza deve ter jogado ou pelo menos ouvido falar: Bionic Commando; Ghouls and Ghosts; Super Mario Bros 3; Mega Man 2; Super Contra; Exile; Altered Beast; Double Dragon 2; Ninja Gaiden; Aleste; Captain Blood; Cabal; Battlehawks 1942; Battle Chess; Batman: The Caped Crusader; King’s Valley 2; Jordan vs. Bird; John Madden Football;

F-16 Combat Pilot; Image Fight; Hostages; Gradius II; Grand Prix Circuit; Chase H.Q.; Forgotten Worlds; Carrier Command; F/A-18 Interceptor; Operation Thunderbolt; Parodius; Neuromancer; Last Ninja 2; Rocket Ranger; Sidewinder; Speedball; Silkworm; Target Renegade; Techno Cop; Thunder Force 2; Truxton.

Para quem gosta do gênero RPG (Role-Playing Games), 1988 foi muito generoso, com diversas continuações de títulos de sucesso:

Final Fantasy II; Dragon Quest III: The Seeds of Salvation; Ultima V: Warriors of Destiny; Zelda II: The Adventure of Link; Pool of Radiance; AD&D Heroes of the Lance; The Bard’s Tale III: Thief of Fate; King’s Quest IV: The Perils of Rosella; Might & Magic II: Gates to Another World; Times of Lore.

O console Megadrive, da Sega, foi o grande lançamento daquele ano (pelo menos no Japão, pois por aqui chegou dois anos depois). Com este console, a Sega abalou o mercado que era dominado pela Nintendo e iniciou uma rivalidade que durou por muitos anos.

Em termos de informática, o sistema MSX dominava os lares do país que já tinham computador em casa. Outros sistemas também eram bem populares (Apple2, TRS-Color, Sinclair Spectrum, etc) e os computadores IBM-PC cada vez mais comuns em ambientes corporativos.  Infelizmente não tivemos acesso a inúmeros computadores que nunca foram fabricados ou revendidos no país, parte da fantástica diversidade que existia no exterior.

Nossa principal fonte de informações eram as inúmeras revistas sobre games e computadores que chegavam todos os meses na saudosa Banca Jardim. Os “jovens de agora” nem imaginam o prazer que os “jovens de outrora” tinham ao ver todos aqueles títulos. Não sabíamos qual escolher, mas certamente procurávamos não comprar o mesmo título que algum amigo havia comprado, para poder compartilhar depois. A vida dos “nerds” naqueles anos não era nada fácil… mas era extremamente divertida!

Naquele ano algumas pessoas, mesmo aqui em Brusque, já buscavam informações de forma online em um sistema chamado VIDEOTEXTO, que permitia acesso pelo seu computador doméstico a diversos serviços pelo Brasil, inclusive correio eletrônico e bate-papo. Teria sido esta a primeira rede social do país, vários anos antes da Internet comercial?

 

Eduardo ainda faz questão de lembrar que 1988 foi o ano de “pelo menos um grande lançamento em quadrinhos de 1988: A Piada Mortal, Graphic Novel de Alan Moore e Brian Bolland“. O que nos leva a folhear outros gibis, graphic novels e até um ou outro livro na próxima semana.