Esta mini reflexão veio de duas postagens no Facebook de meu velho irmão dos tempos áureos dos blogs, Hilário Junior, a.k.a Junior Metheoro. Foi ele que apareceu primeiro no meu feed dando a notícia e explicando como conseguir a reação da bandeirinha de orgulho LGBT.

Que, caso alguém ainda não saiba e se interesse, é fácil de obter: é só curtir a página LGBTQ@Facebook, dar uma atualizada na página e… pronto, você tem a bandeirinha do arco-íris junto às outras reações. Para usar como quiser, enquanto ela durar… porque é uma reação temporária, como a florzinha roxa de gratidão que a gente ganha em maio. A bandeirinha vale só durante junho, enquanto é celebrado o mês do orgulho LGBT.

E é aí que as coisas ficam um pouco mais complicadas. Ou não. A bandeirinha é linda e, quando usada, aparece a palavra orgulho. A partir daí, a escolha é nossa: usar o símbolo respeitando suas origens – que, como o Dia Internacional da Mulher, é muito mais ligado à luta do que à celebração, já que junho marca o aniversário da revolta de Stonewall, protestos violentos da comunidade LGBT que aconteceram em junho de 1969 contra a constante violência policial – ou acabar fazendo, na maior parte das vezes sem conhecimento das coisas, uma “apropriação cultural”, movida pela novidade e porque a bandeirinha é meio que irresistível.

A vida é complicada e, talvez, a bandeirinha sirva para levantar a questão, fazer pensar um pouco e dar uma oxigenada nas ideias. E que também sirva, por favor, para apoiar as causas e lutas específicas, porque, no final das contas, é disso que se trata.

Triste é ver os simpatizantes de “orgulhos majoritários” (sim, porque movimentos de orgulho só fazem sentido quando focados em minorias que precisam batalhar pela sua aceitação e igualdade na sociedade) tentando excluir a bandeirinha de sua “vida virtual”. Desculpa aí, gente, mas é hora de rever conceitos e abrir espaço para quem é diferente de vocês.