É uma realidade nova que não há manual ou roteiro para seguir. É uma grande relação, a maior de todas. Ela vai acontecendo e mostrando todas as suas faces. A relação da maternidade vai ensinando a cada dia tudo o que é essencial para que ambos desfrutem desse profundo presente que é o amor entre mãe e filho.

Ser mãe é criar um livro de várias páginas com muitos escritos e, o mais importante de tudo, que são todas as sensações que a maternidade desperta em cada ser. Ser mãe é assumir de Deus o dom da criação, tornar-se uma guerreira ainda mais forte, que, pelo amor incondicional ao fruto gerado, faz milagres e se sacrifica sem pensar. É um contexto que modifica completamente a vida de uma mulher e torna a mesma plena de sentimentos. Ela, a maternidade, também é encarada tanto como se fosse um destino biológico, natural na vida das mulheres, quanto uma ‘obrigação social’ de procriar e cuidar dos filhos. Mas nem todas as mulheres querem ser mães e optaram por não atender ao “chamado biológico” e a imposições sociais.

Algumas mulheres não querem ter filhos porque fizeram a escolha de se dedicar à vida profissional, outras não desejam filhos por não se sentirem aptas para o exercício de ser mãe e algumas mulheres até desejam ter filhos, mas têm medo ou não possuem condições para isso. Construir uma família, é uma decisão do casal. Claro que o desafio maior fica para a esposa, pois é ela quem gerará e dará à luz a uma nova vida. Ter um filho por não aguentar mais a pressão que seu marido e/ou família fazem sobre você pode, de certa forma, prejudicar a gravidez ou a criação da criança. Não significa uma bandeira contra a maternidade. Ao contrário, elas se sentem à vontade com crianças e reconhecem a natureza feminina no prazer de cuidar de quem está ao redor. A impressão que têm é a de que algumas mulheres querem TER filhos, e não SER mães. Como se a motivação fosse uma vaidade pessoal e uma tentativa de corresponder à expectativa dos outros.

É como uma viagem para um lugar que todo mundo diz que é maravilhoso. As pessoas recomendam, falam que é lindo, que é o melhor lugar do mundo. Aí você chega lá e vê que não é bem assim. A diferença é que no caso da viagem dá para voltar para casa. No caso dos filhos, não. A mulher é “apedrejada” quando diz que não pretende ser mãe. Principalmente por pessoas mais velhas. Até dizem que é pecado não ter filhos. Gente, isso tem cabimento? Na minha opinião, pensamentos meus, pecado mesmo é você ter um filho por “pressão” ou “obrigação” ou então acabar abandonando, maltratando ou até mesmo matando seus filhos. Ter filhos é com certeza um dom divino, mas uma decisão humana.

As mesmas fazem a famosa pergunta “Ah, você é muito nova pra dizer isso. Até os 30 você muda de ideia” ou então “E quem é que vai cuidar de você quando ficar velha?” Já notaram o quão egoísta essa frase pode ser? Ter um filho, dar a vida a alguém para que o mesmo cuide de você quando envelhecer? Ou então, “se for menina você vai ter alguém para limpar a sua casa”. É o quê? Claro que todo filho ajuda (ou deveria ajudar) nas tarefas domésticas, mas só se for menina? Ops! Algo de errado não está certo…  Mas isso é assunto pra outro dia!

 


Cristiane de Souza

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Marisete Tomio Pinho