O mundo inteiro, desde os anos 60, foi influenciado por um padrão de beleza delineado pela boneca Barbie. Quem nunca a viu ou brincou com uma? Gerações e gerações de meninas de varias faixas etárias aspiravam por uma, até se tornar um dos brinquedos mais vendidos do mundo. Buscando manter a fama, a boneca ganhou um repertório de acessórios, muito bem aceito pela meninada.

Contudo, os anos mudaram a concepção de que dar a uma criança uma boneca de aparência tão “perfeita” fosse certo, e a partir desse momento, a Barbie perdeu seu espaço majoritário nas prateleiras. Toda a ideia de medidas pontuais, cabelo alisado e loiro, olhos quase cor de céu se desconstruiu e a boneca não acompanhou essa mudança.

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Mas uma reviravolta aguardava o ano de 2015: a Mattel, indústria responsável pela fabricação da boneca, lançou modelos com novos tons de pele e texturas de cabelo. A ideia foi um verdadeiro sucesso, o que levou a marca a inovar novamente nesse ano com a linha Fashionista 2016: são 33 novas bonecas, 30 cores de cabelo diferentes, 24 novos cortes de cabelo, 22 cores de olhos diferentes, 14 formatos do rosto, sete tons de pele e quatro formatos de corpo: a Barbie original, plus alta, curvilínea e pequena. Tudo se pautou numa tentativa de aumentar as vendas, o que já repercutiu positivamente entre consumidores, que afirmaram apoiar o novo visual do brinquedo.
CaFL6dZVAAAGYu6Parece besteira essa notícia repercutir? Mas não é. A Barbie, por décadas, promoveu uma idealização de corpo inatingível: como médicos bem sublinham, caso alguém quisesse ter suas formas, a pessoa não conseguiria nem ao menos andar, pela falta de equilíbrio no corpo. Além disso, destacou o estereótipo de que meninas loiras, com olhos azuis e pele clara sejam mais bonitas que outras mulheres. Besteira. Todas as mulheres podem ser lindas sem possuir uma dessas características. Talvez uma criança não se sinta afetada por essas insinuações na boneca, mas pense em como se sentiria melhor enxergando semelhança entre si e um brinquedo tão presente no dia-a-dia.

É uma revolução imensa o maior símbolo de beleza feminina mudar de forma, é a inclusão afetando até mesmo as Barbies. Realmente, talvez a mudança não surta efeitos de grande porte, como por exemplo, diminuir a descriminação racial ou o preconceito, mas só o fato de haver mudança faz refletir o quanto é importante ensinar as crianças que a diferença existe, mas a superioridade está no pensamento. As pessoas são diferentes e se unem por isso, uma completando os buracos da outra. A singularidade deve ser respeitada e contemplada pelo respeito, liberdade. Todos podem fazer o que bem entendem com seus corpos e precisam ser respeitados por isso.

Mais uma vez a Barbie nos encheu os olhos, mas dessa vez por uma beleza perfeita aos moldes humanos. As Barbies verdadeiras costumam ser mais bonitas do que artificiais. Se valorize!

Lara Fischer – 16 anos