Nossa conversa impressa semanal está nas páginas do jornal, prontinha para você ler. Mas a parte “multimídia” dela (ainda se usa esse termo ou ele é totalmente ligado aos anos 90?) amanhece aqui, com destaque e aplausos entusiasmados para o novo videoclipe dos Stones!

 

Não dá para chamar Blue & Lonesome, o álbum dos Stones que saiu na última sexta-feira, de “álbum de inéditas”, já que é basicamente um disco de versões. Blues selecionadíssimos, de grandes nomes, gravados em estado de graça, com a participação de gente do calibre de Eric Clapton – que calhou de estar trabalhando no mesmo estúdio e deu uma canja.

Diz que o álbum foi gravado em três dias, o que reforça aquela velha tese de que nada melhor do que a espontaneidade para captar o melhor das pessoas – se bem que, depois de tantas décadas na ativa, os Stones devem ter uma telepatia musical entre eles que dispensa muitos ajustes. O resultado é atemporal. Blue & Lonesome poderia ter sido lançado nos meados dos anos 70 e teria o mesmo paladar, o mesmo brilho. É para ouvir da primeira à última faixa. Alto e na estrada, de preferência.

O lançamento trouxe o lançamento de um videoclipe – sim, estrelado pela crepúscula Kristen Stewart, como você pode ver aí abaixo. Simples e fundamental, complementa muito bem todo o espírito da coisa.

 

Para celebrar os 40 anos do punk, Joe Corré, filho de Vivienne Westwood e Malcolm McLaren (que morreu em 2010, mas que provavelmente teria concordado com o evento), transformou quase 7 milhões de dólares de memorabilia punk em fumaça. Ao que consta, entre os itens queimados em um barco no Tâmisa estava a cópia original de Anarchy in UK, dos Pistols, de 1976. Nada mais transgressor do que queimar material que conta a história do movimento que veio para… aniquilar com todas as histórias. Nada mais punk do que não dar a menor importância para o montante de dinheiro que poderia ser conseguido em um leilão que sacudiria o mundo.  O  evento foi um protesto contra a agenda de comemoração oficial dos 40 anos do punk. Porque, diz Corré, o punk não é nostálgico, não reverencia o passado e não pode ser castrado e domesticado. Taí!