Advogado da família de morador de Brusque que morreu em queda de balão se manifesta após conclusão de inquérito
Assembleia da associação das famílias das vítimas será realizada para definir possíveis ações
Assembleia da associação das famílias das vítimas será realizada para definir possíveis ações
O advogado Rafael Medeiros, que representa a família de Leandro Luzzi, morador de Brusque que faleceu na queda de um balão em Praia Grande, no Sul catarinense, se manifestou ao jornal O Município após a conclusão do inquérito que apurava o acidente. Rafael diz que a conclusão do inquérito sem indiciamentos é “uma situação lamentável, de bastante revolta”.
Além de representar a família de Leandro, ele também é advogado de uma associação criada pelas famílias das outras sete vítimas. “Eles estão perplexos com essa postura da Polícia Civil, em dizer que simplesmente não há nenhum responsável”, diz. Uma assembleia da associação será realizada para definir possíveis ações.
“Oito vidas se perderam em um ambiente totalmente irregular, um piloto não habilitado, uma aeronave sem certificação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Tudo atuando de forma clandestina do ponto de vista do balonismo profissional para a atividade de turismo”, afirma.
Rafael ainda afirma que o piloto cometeu diversos erros durante o incêndio. “Foi o primeiro a pular do balão e deixou as pessoas à própria sorte. Ele não abriu e nem acionou nenhuma manivela de segurança para abrir a ‘escotilha’ na parte de cima. Se ele tivesse aberto, o ar quente não teria feito o balão subir novamente”, diz.
“O que chama atenção é que o piloto é o dono da empresa. Me parece que a posição dele, como dono, teve um conflito de interesse. Por conta das condições do vento, teria que devolver o dinheiro para as pessoas, mas ele resolveu arriscar. Para a Polícia Civil ninguém é culpado. Isso é lamentável”, diz.
Outro ponto que ele também questiona é uma investigação da Anac. Ele afirma ser necessária uma apuração em relação às falhas do piloto e do balão. “Não é competência da Polícia Civil a investigação, mas não vemos nada que indique uma apuração. Não havia nenhuma fiscalização ao balão”, comenta.
“Não é apenas sobre o piloto, embora ele tenha diversas responsabilidades. Na opinião da defesa, é feita a fiscalização da Anac sobre essa questão. A Anac nunca olhou para esses balões e nunca exigiu dos pilotos nenhuma habilitação. Ela é tão ou mais culpada do que esse piloto”, finaliza.
A tragédia repercutiu em todo o Brasil e chocou a região Sul do país. Entre os oito mortos estava Leandro Luzzi, professor de patinação de uma escola em Brusque. Diversas homenagens foram realizadas em nome do técnico.
O balão caiu após incendiar no ar. De acordo com o piloto, um dos sobreviventes, o fogo começou em um maçarico auxiliar que estava dentro do cesto e servia para iniciar a chama do balão principal.
Ao perceber o incêndio no cesto, o piloto tentou baixar o balão e, já próximo ao solo, ordenou que os passageiros pulassem.
Das vítimas, quatro morreram carbonizadas no cesto e outras quatro morreram na queda. Três pessoas teriam morrido abraçadas.
As outras vítimas foram:
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