Há algumas semanas atrás, voltei de um intercâmbio na Alemanha, promovido pelas prefeituras de Guabiruba e Brusque. Este intercâmbio acontece anualmente desde 2013 e visto que nossos ascendentes estão com idade avançada, dificultando o contato ao país nativo, o intercâmbio tem como propósito incentivar e reavivar o vínculo Brasil-Alemanha.

Há mais ou menos dois séculos atrás, em meados de 1860, chegaram em nossa região os primeiros colonizadores alemães vindos de Baden, na Alemanha, cujo local fui conhecer. Na época, por conta da revolução industrial na Europa, toda a mão de obra estava sendo trocada pelas máquinas, e por conta disso os colonos emigraram de seu país para diversos locais na América, e a nossa região do Vale foi uma das colônias fundadas por esses europeus, a fim de começar uma nova vida onde pudessem trabalhar, criar suas famílias, educar suas crianças e rezar em suas respectivas escolas e igrejas construídas com a dedicação e a esperança de um futuro melhor. Com o passar dos anos, tudo foi se modernizando, mas nem mesmo por isso a cultura tradicional alemã foi deixada para trás. Aqui.

Como tu imaginas a Alemanha? Um país desenvolvido, com casinhas enxaimel, muitos jardins, muitas flores… Bom, isto é o que eu pensava sobre a Alemanha antes de conhecê-la. Mas peraí que este pensamento não está errado. Minhas primeiras impressões foram de que lá era realmente tudo muito lindo. Foi aí que eu pedi para minha host mom (A mulher que me acolheu em sua casa) me levar para conhecer a cidade grande de Mannheim, já que eu visitava praticamente só os vilarejos, com o intuito de ver realmente como era um subúrbio alemão. Enquanto passeávamos pela cidade, ela me contava sobre o subúrbio, onde cada quadra pertencia a um povoado vindo de vários países diferentes, e com isso pude perceber quão grande é a diversidade apenas naquele local.

Conversando com a família alemã, pude perceber que hoje a Alemanha não é mais a mesma. Por conta das revoluções, da segunda guerra mundial, e da modernização em geral, toda aquela cultura foi se consumando da vida das pessoas. O tradicionalismo é festivo, como na Oktoberfest, mas essa vibe de opa e oma já não se encontra mais por lá. Todavia, a cultura alemã foi se aperfeiçoando com outra realidade de vida. A enxada foi trocada pela máquina, o campo foi trocado pela cidade, e nem por isso a Alemanha deixou de ser a Alemanha.

Adorei conhecê-la e espero voltar em breve. Acho a iniciativa das prefeituras muito importante, pois com esse intercâmbio, nós, alunos, pudemos conhecer melhor além da cultura consagrada, a cultura atual dos alemães, uma vez que acompanhamos a rotina das nossas famílias e visitamos diversos lugares interessantes e de grande valor histórico.

Em outubro o nosso grupo de alemães vêm para o Brasil e poderei relatar a experiência deles e o que acharam da nossa realidade vivendo num pedacinho da Europa no Brasil. A vida dos alemães brasileiros.


Gabrieli Giani Kohler – 16 anos – 2º ano –  Escola Prof. João Boos