Há uns quinze dias, foi-me solicitada uma sugestão de nome para um grupo de estudos em filosofia jurídica, que está começando a se formar na Faculdade Sinergia, de Navegantes. A primeira palavra que me veio à mente foi “Aletheia”, que pode ser traduzida por “verdade”, no sentido de “desvelamento”, quando as sombras das ilusões vão se dissipando e a realidade aparece. Pareceu-me um nome perfeito para os propósitos do grupo. A palavra se contrapõe a uma noção bem em voga na Grécia clássica, de que a verdade dependeria apenas do poder de convencimento dos discursos, independente dos fatos.
Para minha surpresa e alegria, chegou a última sexta, e a 24ª fase da Operação Lava Jato, que levou Lula para depor, recebeu o nome de Aletheia. O nome não poderia ser melhor. Afinal, são muitos meses de investigações desse mega esquema de corrupção que assola a república, para que os fatos fossem sendo desvelados, para além das cortinas de fumaça dos discursos. A ideia de que a verdade depende da força do discurso, e não dos fatos, começou com os chamados “sofistas”, na Grécia, mas fez e faz muitos adeptos até hoje. Nela se baseou a propaganda nazista, na famosa frase “uma mentira repetida mil vezes se torna verdade”. Assim, contra todas as evidências, a inocência de Lula continua sendo reafirmada. Mas viva a Aletheia! Como dizia Lincoln, ninguém pode enganar todo mundo, o tempo todo.
As frases de Lula na entrevista após seu depoimento beiram a demência. Não explicou nada, só “discursou”, conclamando sua militância para a luta. Talvez agora o MST, chamado de “exército de Stélide”, apareça para a luta armada para a qual vem se preparando, junto com os tais “movimentos sociais”, mais preocupados em defender Lula do que a sociedade brasileira, barbaramente assaltada pelo seu esquema de corrupção e à beira da bancarrota. Eu até torço para que isso aconteça. Será mais uma Aletheia, mais uma cortina de fumaça cairá, e ficará evidente que a última coisa que interessa ao MST é terra para plantar.
Aliás, causa-me espanto que pessoas honestas e inteligentes continuem gastando sua energia e comprometendo sua reputação na defesa de Lula e seu séquito. Eles não respondem a nenhuma pergunta, não explicam nada, não argumentam nem contra-argumentam, apenas repetem seu mantra de “imprensa golpista, armação, terceiro turno”, numa masturbação verbal de enojar um monge tibetano. Essas pessoas deveriam perceber que sua inteligência e/ou sua honestidade são colocadas em xeque a cada nova evidência desse inegável esquema de corrupção e de Lula como seu chefe, o que, ademais, nem criancinhas de creche ignoram.
Pois que esperneiem à vontade, afinal o choro é livre. Mas nós, os verdadeiros trabalhadores, estamos aplaudindo de pé.