A história do colégio envolve figuras proeminentes e valores muito importantes para a cidade à época da fundação. No século 19, o luteranismo já era muito forte na cidade, visto que muitos dos moradores falavam somente o alemão e haviam nascido na Alemanha de Martinho Lutero.

Jaqueline Kuhn, historiadora e coordenadora pedagógica no Cônsul, conta que a fundação do colégio deve-se a uma pessoa: o pastor Henrique Sandreczki. Ele tinha consciência da importância na alfabetização, por isso falou, durante um culto, que todos os filhos dos colonos deveriam saber ler e escrever para receber a confirmação.

“A confirmação, que acontecia aos 13 ou 14 anos, na concepção da época, era o ritual de passagem entre a infância e a vida adulta. Não existia a adolescência no século 19. Os filhos dos luteranos tinham que ser confirmados para poder se casar e formar a sua família”, conta Jaqueline.

Segundo a historiadora, a concepção do pastor Sandreczki estava ligada, também, aos princípios do luteranismo de que cada um pode ler e interpretar a bíblia. Martinho Lutero causou a Reforma Protestante justamente por defender, entre outras coisas, que a bíblia fosse acessível a todos.

Com isso, o pastor tomou para si a tarefa de ensinar as crianças luteranas brusquenses. E no dia 20 de abril de 1872 ministrou, pela primeira vez, as aulas, em uma sala dentro da casa dele, que ficava no alto da colina hoje está o colégio. Naquele tempo, a escola chamava-se Escola Evangélica Alemã (Deutsche Evangelische Schule, em alemão).

Língua predominante em Brusque no século 19, as aulas era ministradas, nas primeiras décadas, em alemão. Tudo permaneceu assim até a década de 1930, quando veio a violenta campanha de nacionalização.