O La Notte pode ser um bebê da gastronomia, inaugurado a menos de um ano, chegando para contextualizar um novo momento gastronômico de Brusque. Até com ares vanguardistas em algum momento para este cenário local.

O prédio que abriga o restaurante é uma construção centenária, que já foi sede do Hotel Schaefer e do cinema Esperança lá nos primórdios anos 1900. Hoje recebe um retrofit que ficou responsável por criar uma atmosfera novaiorquina, que remete muito aos restaurantes de Soho, um distrito histórico que combina com a própria área que está em algum momento. Cássia Apestegui foi a arquiteta que deu este tom para o projeto.

Casarão edificado para servir o Hotel Schaefer e o cinema Esperança em 1900. Foto Arquivo Pessoal Marcelo Dellagnolo

Aberturas verticais originais marcam este movimento, com uma iluminação intimista contrastando com as paredes frias e de aspecto industrial. As grades de tela surgem para demarcar algumas áreas, enquanto a materialidade do próprio assento, um couro caramelo, reforça o que parece ter sido uma intenção da arquiteta: conectar a experiência deste restaurante a uma arquitetura aconchegante mesmo com alguns elementos industriais brutos.

Reprodução/Instagram

O cardápio assinado pelo chef Eduardo Bauer é legitimamente italiano, configurando ao restaurante um astral tradicionalista do país europeu. As pizzas de fermentação natural tem algumas estrelas, como a Formaggi, que ganha uma variedade de queijos entre mozzarella de búfula, gorgonzola, provolone, coalho, creme de ricota e geleia de pimenta da casa.

Outro carro chefe é a veterana Burrata no cardápio de entradas, que lá se chama “Levíssima”: burrata, tomatinhos, folhas nobres e pesto de manjericão. Veterana para a história da gastronomia italiana, porque aqui em Brusque pouco se via Burrata até então nos cardápios.

Zucchini é uma aposta vegetariana do cardápio, feita com queijos, búfula e abobrinha. Reprodução/Instagram

Tanta contemporaneidade que reforça este cenário, não perde em nada para a carta de drinques. Assinada por ninguém menos que o dono da casa, o barman Jean Vanini. Clássicos da coquetelaria como o Daiquiri, Aperol Spritz e Negroni estão entre os highlights. Mas eu recomendo ainda os autorais, do cardápio Signature. Aposte no “Marte” se você gosta de gin: gin tanqueray, vermouth tinto, jägermaister, compota de frutas vermelhas de suco de limão.

O barman Jean Vanini e a hostess do La Notte, Letícia Veneri, que são sócios do restaurante. Foto Guilherme Zucco

Para selar a experiência da casa, a trilha sonora é uma curadoria de André Groh. “Spring La Notte” está no Spotify com músicas que combinam muito com a casa.

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