João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Ano Novo, Sonhar não é Pecado

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Ano Novo, Sonhar não é Pecado

João José Leal

Final e começo de um novo ano é invenção dos homens, porque o tempo me parece transcorrer sem parada para descanso, sem escala para reflexões ou manifestações de agrado e de boas intenções.

Aliás, o que é o tempo? Para mim, é uma imensa nave singrando o espaço sideral rumo ao mistério e o infinito. Dela, somos todos viajantes, num contínuo embarque de gente que começa sua existência e desembarque dos que terminam suas vidas, nesta terra de prazeres, alegrais e, também de dor e lágrima.

De qualquer forma, a vida humana se alimenta de convenções e uma delas serve para dividir o tempo. E, assim, um ano terminou. Com ele, muitas esperanças frustradas, muitas promessas, muitos projetos de vida não cumpridos. Outro recomeça e as promessas se renovam porque a vida é também feita de intenções e bons propósitos.

Final de ano é assim. Passamos os últimos dias a desejar um feliz ano novo aos amigos. No fundo, é a felicidade que queremos para nós mesmos, porque é inerente ao ser humano querer ser feliz. Vivemos em busca da felicidade tão difícil de ser alcançada.

Na verdade, este diamante de paz cristalina é uma utopia, um estado d’alma paradisíaco, tão sublime que sempre parece estar do outro lado do nosso quintal, onde floresce, viçosa, a bela árvore do cobiçado e irresistível fruto proibido.

Já que estamos a proclamar e desejar um novo ano de felicidade, pode ser muito, pode até ser exagero e beirar à utopia, mas penso que, neste momento, todos nós, temos direito a sonhar.

Assim, vamos almejar que, neste ano de 2018, nossos governantes tomem decisões sábias e honestas e realizem as reformas necessárias, para atender aos legítimos interesses da nação brasileira; que tenhamos mais segurança e melhor saúde pública; quenossos parlamentares sejam iluminados no momento de aprovar novas leis e acabem com as vantagens financeiras absurdas auferidas às escondidas.

Penso que todos nós temos o direito de almejar que o nosso poder Judiciário julgue os processos de forma segura, justa, mais rápida e que, também, não se deixe contaminar pela farra de vantagens salariais; que os funcionários públicos se conscientizem de que sua função primordial é de servir ao povo; que os empresários tenham segurança para empreender e realizar suas atividades econômicas, mas que cumpram a função social de pagar os tributos devidos; enfim, que os trabalhadores tenham a garantia de um emprego com justo salário.

Penso que me deixei seduzir pelo canto mágico da utopia e da ilusão. Mas, neste começo de ano, sonhar não é pecado.

Aos meus leitores, um novo ano de saúde e muita paz.

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