Conheça a história do antigo cemitério de São João Batista, que ficava atrás da Igreja Matriz

Diversas pessoas foram enterradas no local, inclusive o fundador da freguesia que deu origem ao município

Conheça a história do antigo cemitério de São João Batista, que ficava atrás da Igreja Matriz

Diversas pessoas foram enterradas no local, inclusive o fundador da freguesia que deu origem ao município

Há 105 anos, era implantado em São João Batista o primeiro cemitério. Ele ficava atrás da igreja matriz, que na época ainda era outra estrutura. Foi em 12 de abril de 1914, quando o pároco, padre João Casale, deu a benção solene “do cemitério parochial alargado em redor de 40 palmos”, conforme consta no livro Tombo da paróquia.

O cemitério ficava bem no Centro do município, e era rodeado de casas. A professora e contadora de histórias, Raquel Mazera Poffo, 54 anos, lembra que em frente ao cemitério morava a sua avó Zola.

“Ela contava que eles brincavam em cima dos túmulos, era a diversão da meninada. Mas também havia as histórias de terror, porque perto do cemitério morava uma bruxa, que era casada com um lobisomem, e ao lado da casa da minha avó, morava o coveiro”.

Às vezes, durante a noite, a vó de Raquel contava que apareciam bolas de fogo saindo de dentro do cemitério, o que deixava os moradores da redondeza assombrados. “Mais tarde é que veio a se saber que essas bolas de fogo eram formadas pelo gás natural”, diz. Foi neste cemitério que seu avô Valdemar Cordeiro foi também sepultado.

O capitão João Amorim Pereira, que fundou um pequeno arraial no encontro dos Rios do Braço e Tijucas Grande, que mais tarde passou a ser conhecido como São João Batista do Alto Tijucas, também foi uma das pessoas enterradas no antigo cemitério do município, em 27 de março de 1860.

A professora Darci de Brito Maurici conta em seu livro “São João Baptista do Alto Tijucas Grande” que, quando o cemitério foi destruído, havia no centro uma placa de bronze escrita: Fundador desta freguesia a 27 de março de 1860.

Após tomar posse na paróquia de São João Batista, em 1918, o padre Antônio Fidalgo, reunido com o Conselho da Fábrica de Matriz, deliberou que o cemitério ficaria a cargo de Joaquim Luiz da Silva. Ele ficou, então, encarregado de cobrar de cada família o valor de 1 mil réis anualmente. Desta forma, a igreja não teria nenhuma despesa com o cemitério.

Divulgação

Mudança de endereço
A atual igreja matriz teve a construção iniciada em 1954, ocupando o lugar da antiga. Mas sua inauguração ocorreu somente em 1º de janeiro de 1962 quando foi dada a benção da nova igreja matriz por Dom Joaquim Domingues de Oliveira.

O desejo de construir uma nova igreja partiu do Monsenhor José Locks, que estava à frente da paróquia na época. Ele ficou no município até 1967.

Em 1960, no governo do prefeito Henrique Mazera Filho foi, então, inaugurado o novo cemitério municipal. Neste período iniciaram as transferências dos restos mortais para o novo endereço.

Raquel relata que sua mãe presenciou a mudança do cemitério. “Ela contava que ia ver eles abrindo os túmulos. As famílias que queriam transferência para o novo cemitério autorizavam, mas aqueles corpos que já não tinham mais famílias, acabaram ficando por ali mesmo”, diz.

Ela ressalta que a mãe contava que alguns corpos estavam virados dentro dos túmulos também. O seu avô foi um dos que foi transferido para o novo cemitério.

O antigo cemitério foi totalmente destruído em 5 de junho de 1970, durante a passagem do padre Cláudio Jeremias Cadorim, e apenas alguns ossos foram encontrados ainda no local.

Atualmente, no espaço onde era o antigo cemitério fica agora o Salão Paroquial da Igreja Matriz de São João Batista.

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