Aos 24 anos, orquidófilo batistense possui mais de seis mil plantas em casa

Frânsoa Albino da Silva teve o primeiro contato com as orquídeas aos 10 anos de idade

Aos 24 anos, orquidófilo batistense possui mais de seis mil plantas em casa

Frânsoa Albino da Silva teve o primeiro contato com as orquídeas aos 10 anos de idade

Natural do bairro Tigipió, interior de São João Batista, Frânsoa Albino da Silva, 24 anos, mantêm uma grande paixão por suas mais de 6 mil orquídeas. O primeiro contato com a planta foi aos dez anos de idade, ao participar, junto com os pais, da primeira exposição no município.

E foi a beleza da flor que encantou o então pré-adolescente, que não hesitou em comprar a primeira muda da planta. Ao levar para casa, o menino tentou cuidar dela, mas sem informações sobre o manejo, acabou deixando a muda morrer.

Frânsoa passou a frequentar todas as exposições na região na tentativa de entender melhor como cuidar da orquídea e sempre voltava com novas mudas para casa. A mãe, Vânia, lembra que dava dinheiro para o filho comprar um lanche, mas ele usava para adquirir novas plantas.

“O fato de ver todo mundo com monte de plantas floridas e não conseguir manter uma sequer viva me instigou a ir atrás de mais conhecimento”, conta o jovem. Durante as exposições, Frânsoa se entrosava com os expositores e pedia informações sobre o cultivo das orquídeas.

“No começo eles faziam pouco caso, porque eu era um adolescente, não acreditavam que eu pudesse ter interesse real no assunto. Mas depois passaram a me ajudar e me ensinavam como fazer para cultivar”, diz.

Com seu caderno de anotações sempre em mãos, o jovem foi aprendendo e testando os ensinamentos em casa. Das primeiras mudas adquiridas, Frânsoa ainda possui uma orquídea que já está com 14 anos. “Dela já fiz outras plantas, já deu muitas flores e se mantém viva junto com todas as outras da minha coleção”.

Quanto mais conhecimento o jovem adquiria, mais aumentava o número de plantas em sua casa. No inverno forte de 2013, Frânsoa lembra que correu para retirar as cerca de 300 plantas que tinha pelo lado de fora da casa e colocou todas na sala. “Sabia que elas morreriam se deixasse no frio. Então trouxe para dentro de casa e as mantive aquecidas”, comenta.

Miriany Farias

Assim que a primeira da sua coleção floriu, Frânsoa lembra que andava com o vaso em mãos, comemorando o fato de ter dado certo.

A partir de então, o jovem passou a pesquisar cada vez mais para gerar suas próprias plantas e fazer o melhoramento genético das mudas. “Aprendi a fazer cruzamento, passei a entender o que eram plantas boas, e hoje cultivo as sementes de plantas selecionadas e encaminho para o laboratório em São Paulo para acelerar o crescimento da muda”, conta.

Em casa, Frânsoa já construiu duas estufas para abrigar suas plantas. Elas possuem sistema automático de irrigação e aquecimento para proteger as mudas, desenvolvidos pelo próprio jovem. “Trabalho com meus pais na empresa de aipim da família, mas todo meu tempo livre me dedico ao orquidário, que é minha paixão, meu hobby”, diz.

Jurado de concursos
Em 2013 Frânsoa começou a participar das exposições que tinham na região para apresentar as plantas que produzia. Com o passar do tempo, ele se sentiu seguro em participar de competições e ganhou diversas medalhas e troféus.

Porém, o prêmio mais marcante foi no ano passado, em Brusque, quando a planta Laelia Purpurata, que é a flor símbolo de Santa Catarina, e criação própria de Frânsoa há sete anos, foi a vencedora. “Chegaram a me oferecer valores muito altos para vender a planta, mas não aceitei, porque a partir dela posso fazer novas criações”, comenta.

Com toda sua experiência com as plantas, Frânsoa quis ir ainda mais longe e passou a fazer cursos e participar de palestras que o capacitaram para ser juiz nas competições. “Hoje integro os jurados e sou bem exigente com as plantas. Ela precisa estar perfeita para ser finalista”, diz.

Estufa comercial
Atualmente, Frânsoa possui apenas duas estufas que abrigam as plantas de sua coleção pessoal.

Algumas pessoas às vezes o procuram para adquirir flores, mas o jovem só vende quando precisa liberar espaço. “Até tenho intenção de fazer uma estufa de produção para venda, mas ainda não há previsão disso acontecer”, informa.

Todas as mais de 6 mil plantas de Frânsoa possuem um código de cruzamento, e o jovem sabe a localização de cada uma delas em sua estufa.

Colabore com o município
Envie sua sugestão de pauta, informação ou denúncia para Redação colabore-municipio
Artigo anterior
Próximo artigo