Apaixonados pelo rali na região atravessam o estado
Pilotos e navegadores da região superam tempo chuvoso para concluir o Transcatarina
Por si só, esta edição do Rally Transcatarina já reservava um desafio e tanto para os competidores: Foram mais de 800 quilômetros de distância entre o município-sede da largada – Fraiburgo – e a chegada – Jaraguá do Sul. Com o tempo chuvoso, no entanto, a dificuldade foi potencializada: As estradas ficaram barrentas e lisas, obrigando pilotos e navegadores a traçar estratégias para superar as adversidades. A prova iniciou na última quarta-feira e teve fim neste fim de semana.
Dos dez veículos pilotados ou com navegadores de Brusque, Botuverá e Guabiruba, três não puderam concluir o trajeto por terem quebrado. Os jipes que agora precisam de conserto participaram da prova Adventure, uma trilha pesada, sem competição, realizada em trechos de difícil acesso. Os participantes do rali conseguiram completar a prova sem maiores problemas.
Prata da casa
O resultado mais comemorado entre os competidores da região foi a prata conquistada pelo navegador brusquense Rafain Walendowsky que, ao lado do piloto blumenauense Flávio Kath, perdeu o ouro da categoria Master por detalhes. A dupla teve bom volume de regularidade nas nove etapas. Pelo regulamento, os competidores têm seus dois piores resultados descartados. Com isso, Flavio e Rafain empataram em pontos com os campeões curitibanos Rone Branco e Enedir Silva Junior, o Bolacha. No primeiro critério de desempate – em que se conta também a pontuação descartada – houve nova igualdade de pontos. No segundo critério, contudo, Branco e Bolacha faturaram o ouro: Eles tinham mais primeiros lugares nas etapas.
Walendowsky, contudo, comemorou a prata como ouro. O navegador, que chegou à sua sétima participação em sete edições, já foi duas vezes campeão, em 2009 e no ano passado. “É sempre muito disputado. Nossa categoria é a mais forte”, explica. Sobre as condições da estrada, o brusquense não reclama, e até diz ter gostado. “Foi o que apimentou a prova e deixou ainda mais gostoso de completar. Quanto mais difícil pra nós, melhor”, diz.
Trilha da pesada
O fato de não haver competição na Adventure não significa que o desafio foi menor do que o rali. O piloto Ivo Bittencourt Junior, o Juninho, que o diga. Ele foi responsável por organizar a ida da equipe Jipe e Cia, com integrantes de Brusque, Guabiruba e Botuverá. Sete veículos começaram o desafio no município de Fraiburgo, Oeste do Estado, mas apenas quatro chegaram ao destino. “A chuva dificultou bastante. Tivemos travessias de rio, que estavam com a correnteza ainda mais forte devido o tempo”, explica. Entre falhas mecânicas e capotamentos, três carros da equipe precisaram ser guinchados até seus donos.
A paixão de Bittencourt Junior, inclusive, fez com que o ‘jipeiro’ aceitasse mais uma competição para esta semana. Ele e seu pai, Ivo Bittencourt, foram convidados para participar do Raw “Roco 4 x 4 Adventure”, uma travessia do estado da Flórida, nos Estados Unidos. Serão quatro dias de trilha e mais de mil quilômetros para percorrer.
A prova
A prova competitiva do Transcatarina é um rali de regularidade. Neste modelo de competição, vence a dupla que completar os trajetos estipulados no mapa da prova em menor tempo. Quem desviar da rota traçada perde pontos na decisão final, já que todos os movimentos dos carros são vigiados por meio de GPS. É preciso completar as provas no tempo determinado, ou seja, não se atrasar, mas também não se adiantar ao definido. Por isso a importância de um navegador, que observa o mapa e indica o trajeto enquanto o piloto se preocupa com o controle do carro.
As provas foram divididas em três dias, e os competidores não vão direto de um município a outro. São sete horas de desafios, com descanso no restante do dia. Além de Fraiburgo e Jaraguá do Sul, mais cinco cidades e suas fazendas foram palcos de provas para os pilotos e navegadores: Timbó Grande, Canoinhas, Major Vieira, Rio Negrinho e Corupá.