Após quase um ano, saiba como estão investigações de assalto em Botuverá e Nova Trento

Apenas um dos criminosos foi preso e cumpre pena no Presídio Regional de Tijucas

Após quase um ano, saiba como estão investigações de assalto em Botuverá e Nova Trento

Apenas um dos criminosos foi preso e cumpre pena no Presídio Regional de Tijucas

Um crime em sequência que ocorreu em Nova Trento e em Botuverá no dia 19 de maio de 2020 possui novas atualizações. Após quase um ano do assalto que fez quatro pessoas reféns e envolveu tiroteio, as investigações estão a cargo da 2ª Vara da Comarca de São João Batista. Um homem teve prisão decretada.

Duas das vítimas do roubo eram mãe e filha. Uma delas, a filha, de 20 anos à época, morava no bairro Águas Claras e estava passando férias do trabalho na casa dos pais em Botuverá.

Elas estavam indo para residência de carro, quando faltando cerca de cinco quilômetros para chegar em casa, foram surpreendidas por assaltantes em uma rua no bairro Vargem Grande.

O assalto, porém, já havia começado com um veículo roubado em Nova Trento. A ocorrência terminou com tiros de fuzil da polícia e um homem preso em flagrante.

A cronologia do assalto

Um automóvel Corolla roubado na casa de um homem em Nova Trento foi utilizado no crime. Um dos assaltantes chegou à residência da vítima, localizada na estrada geral do Aguti, dizendo que procurava emprego.

Após atendê-lo, o morador foi surpreendido por outros dois homens armados com revólver e pistola. Eles anunciaram o assalto e afirmaram que queriam levar R$ 200 mil, pois receberam a informação de que o morador possuía o dinheiro proveniente de venda de madeira.

Eles amarraram a vítima junto com a esposa dentro de casa e levaram televisão, caixa de som, cobertor, celular e o carro Corolla. O dinheiro, porém, não foi roubado.

O delegado da Polícia Civil de Brusque, Matusalém Júnior de Moraes Machado, disse à época que os assaltantes chegaram a tomar cerveja na residência e tocaram em diversos móveis, o que poderia resultar na identificação por digitais.

O roubo em Botuverá

Em entrevista a O Município após o crime à época, uma das mulheres que foi assaltada pelo mesmo grupo em Botuverá – após o roubo em Nova Trento – afirma que observou uma caminhonete se aproximando e, por ser uma estrada estreita, encostou o carro para deixar o veículo passar. Mas, segundo ela, o condutor reduziu muito a velocidade.

A vítima contou também que, em seguida, o Corolla – que foi roubado em Nova Trento – parou em frente ao carro dela, o que a fez pensar que era algum motorista embriagado ou que não tinha conhecimento da estrada.

“Quando me dei conta já tinha um homem armado do meu lado gritando para sair do carro”, relatou a vítima. Após isso, ela colocou o celular dentro da calça para que os assaltantes não vissem que ela estava com o aparelho.

“Jamais pensei que sairíamos vivas”

O carro dela foi roubado e a ordem dos assaltantes era para que elas ficassem paradas em pé, com as mãos para o alto. Caso descumprissem a ordem, iriam atirar. Ela contou também em entrevista à reportagem que pensou que não sairiam vivas.

Eles ordenaram então que a mãe e a filha descessem a rua. Em seguida, atiraram duas vezes em direção às vítimas e deixaram o local com o carro das mulheres. Elas não foram atingidas.

Quando os assaltantes fugiram, elas acionaram a Polícia Militar, que localizou o veículo das vítimas abandonado no pátio da Paróquia Santa Catarina, no bairro Dom Joaquim.

Polícia Militar/Divulgação

Perseguição e tiroteio

Após receber informações do assalto em Nova Trento, a PM de Brusque fez barreiras nos principais pontos de acesso à cidade. Durante a operação, receberam novas informações do crime, desta vez em Botuverá.

O veículo foi localizado por policiais da Rocam andando em alta velocidade no bairro Águas Negras, ainda em Botuverá, vindo em direção a Brusque. Após isso, uma perseguição começou e o condutor do Corolla – que era o assaltante – jogou o carro para cima da barreira policial no Dom Joaquim.

Um dos policiais disparou um tiro em direção aos pneus do automóvel e a perseguição continuou sentido Centro. Novamente, o criminoso jogou o carro contra outra barreira, desta vez no bairro Souza Cruz. Os policiais militares reagiram com três tiros de fuzil e dois de pistola.

A fuga seguiu na avenida Beira Rio, em que novamente o suspeito jogou o carro contra um policial, que também atirou no veículo. Na rotatória entre a rua Henrique Rosin e a rua Sete de Setembro o condutor perdeu o controle do veículo e rodou na pista.

Ele fugiu e tentou se esconder, mas foi abordado pelos policiais e preso em flagrante.

Desdobramentos

De acordo com a Polícia Civil de Botuverá, as investigações tiveram apenas um pequeno desdobramento no município e, logo em seguida, passaram para a Polícia Civil de Nova Trento, bem como a instauração do inquérito policial.

Segundo a Polícia Civil de Nova Trento, apenas o homem que foi preso em flagrante foi pego pelos policiais. Ele segue no Presídio Regional de Tijucas.

“As investigações continuaram, mas só encontraram ele (homem do flagrante). Se tivermos novas informações, seguiremos com as investigações”, esclarece a Polícia Civil.

Os demais suspeitos de participarem do crime não foram identificados.

Treze anos de prisão

Atualmente as investigações do assalto estão a cargo da 2ª Vara da Comarca de São João Batista. Segundo o órgão, o homem preso em flagrante teve prisão preventiva decretada a pedido do Ministério Público de Santa Catarina. Depois, o processo foi arquivado e o MP-SC entrou com a denúncia.

Após novas investigações e desdobramentos, a sentença foi proferida e o assaltante foi condenado a 18 anos, um mês e 23 dias de reclusão, além de 40 dias/multa.

Porém, ainda de acordo com a comarca, após isso a defesa apresentou recurso. A sentença foi mantida, mas houve modificação da pena, que foi reduzida para 13 anos, sete meses e 10 dias de prisão.

“O processo foi julgado em março. Ele já está em processo de execução da pena. Está preso e cumprindo a pena no presídio. Não tem mais nada a discutir”, diz o órgão.


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