Após queda em 2020, emissão de CNH volta a crescer em Brusque; veja números

Primeiras habilitações cresceram 40,8% em comparação com o mesmo período do ano passado

Após queda em 2020, emissão de CNH volta a crescer em Brusque; veja números

Primeiras habilitações cresceram 40,8% em comparação com o mesmo período do ano passado

Até outubro, a Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Brusque emitiu 3.670 carteiras nacionais de habilitação (CNH) para novos motoristas. O número representa um aumento de 12,2% em comparação com todo ano de 2020.

De acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SC), no ano passado, foram emitidas 3.269 CNHs pelo Ciretran de Brusque, o menor número desde 2015, primeiro ano da estatística disponível no sistema da entidade.

Se comparado com as emissões até outubro de 2020, o número de novas habilitações em 2021 cresceu 40,8%.

Este aumento está relacionado diretamente com o recuo da pandemia e o fim das restrições mais severas de distanciamento, de acordo com as autoescolas da cidade.

“Tivemos um impacto muito grande na pandemia. O número de alunos ficou muito restrito e com isso, o total de primeiras habilitações reduziu em 2020. Neste ano, já conseguimos nos recuperar”, observa Ivandro João Barni, diretor-geral da Autoescola Lideral.

De acordo com ele, uma das principais dificuldades para as autoescolas hoje está no tempo para fazer a habilitação. Antes da pandemia, o futuro motorista concluía todo o processo para ter a CNH em mãos em, no máximo, três meses. Atualmente, este tempo passou para cinco meses.

“Ainda temos algumas restrições. Só podemos colocar 15 alunos em cada sala. Devido à pandemia, o número de alunos foi acumulando e hoje as autoescolas não conseguem atender a demanda. Muitos processos agora são por agendamento, por isso essa demora até sair a CNH”.

Preço da gasolina influencia

O diretor-geral da Autoescola Marijá, Juliano de Azevedo, afirma que os sucessivos aumentos no preço da gasolina influenciam diretamente no trabalho das autoescolas.

“Eu estava trabalhando há dois anos com o mesmo valor da carteira e este ano fui obrigado a aumentar. Não tem como trabalhar com o mesmo valor, pois mais de 50% do custo é a gasolina”.

Teodoro Pereira, da Autoescola Diplomata também avalia que o preço da gasolina hoje é uma dificuldade.

“Realmente atrapalha porque tivemos que aumentar o valor do serviço porque senão a empresa não se mantém. Não gostamos de informar aos clientes sobre aumentar os valores, mas somos obrigados. A maior parte das despesas são com combustíveis e manutenção”.

Atualmente, o preço de uma CNH para carro, por exemplo, está em média R$ 2,5 mil.
Juliano, da Marijá, afirma que o preço da CNH junto com a instabilidade no preço da gasolina, pode fazer com que as pessoas percam o interesse na habilitação, ou pelo menos, adiem o serviço.

“Acredito que tudo isso pode influenciar na hora de decidir tirar a CNH. Espero que a procura se mantenha, mas tudo vai depender da questão do combustível, porque não conseguimos segurar o preço da habilitação agora”.

Ivandro, da Lideral, avalia que os jovens entre 18 e 22 anos, que antes eram a maioria na primeira habilitação, hoje já não estão tão presentes.

“Para o jovem é difícil ter dinheiro para pagar a carteira, então percebeu que é mais vantajoso para ele usar o Uber, porque não precisa abastecer, não paga IPVA. Hoje, nosso público maior está acima dos 30 anos”.

Já Teodoro, da Diplomata, acredita que mesmo com o aumento dos combustíveis, a procura pela primeira CNH vai continuar. “A maioria precisa dos veículos como meio de locomoção para o trabalho, faculdade, devido a precariedade do nosso sistema de transporte público relatado pelos seus usuários”.

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