Desde a notícia de que Aretha Franklin estava internada em um hospital, cercada da família e amigos, na outra semana, a gente já sabia o que vinha pela frente. A notícia era inevitável. Ela foi diagnosticada com câncer no pâncreas em 2010. Desde então e principalmente a partir das notícias de sua aposentadoria dos palcos, dois anos atrás, os fãs começaram uma espécie de despedida regressiva. Dolorosa.

A voz de Aretha é uma daquelas que, se a gente pensar bem, vem nos acompanhando faz muito, muito tempo, mesmo que a gente não perceba. Ela sempre esteve presente em trilhas de filmes – e mais do que presente, em carne e osso, nos dois filmes dos Blues Brothers, com Think (no original de 1980) e Respect (na versão de 2000).

 

Mas fica valendo também se as suas lembranças vêm só da voz, em si, servindo de moldura para o cinema ou através de seus discos. Aretha era e continuará sendo maior que a vida, uma das vozes e personalidades que urdiu o caráter da música que começou a dominar o mundo a partir da metade do século XX, com sua mistura de soul e todas as nuances de música negra, de rock e de invenções pop. Merece nossas palmas eternas.

Acompanhando os muitos textos publicados depois de sua morte, dá quase uma alegria em reforçar que Aretha Franklin era uma pessoa com espírito forte, tanto para apoiar causas importantes quanto para manter brigas históricas durante décadas. Que venha uma temporada de Feud!

E este vídeo, que eu nem sabia que existia?

 

Ela morreu na última quinta-feira, dia 16. O que será que acontece com esse dia, alguém pode me esclarecer? Também é o dia da morte de Robert Johnson e  de Elvis Presley, da estreia dos Ramones nos palcos do CBGB, da saída de Peter Gabriel do Genesis e do aniversário de Madonna.