Artistas da região se unem para arrecadar recursos para o Instituto Aldo Krieger

Instituição está sem receber dinheiro da prefeitura desde o ano passado e passa por dificuldades

Artistas da região se unem para arrecadar recursos para o Instituto Aldo Krieger

Instituição está sem receber dinheiro da prefeitura desde o ano passado e passa por dificuldades

Artistas de Brusque e região se mobilizam para angariar recursos para manter o Instituto Aldo Krieger (IAK). O museu, que se dedica a preservar a história da vida e obra do maestro Aldo Krieger, está sem receber recursos da prefeitura desde outubro do ano passado e, por isso, enfrenta dificuldades.

O diretor presidente do IAK, Carmelo Krieger, explica que a entidade recebia recursos da Prefeitura de Brusque por meio de um convênio, entretanto, como a lei 13.019/2014 entrou em vigor neste ano, houve uma alteração dos critérios para as parcerias voluntárias, envolvendo a transferência de recursos financeiros entre a administração pública e as organizações da sociedade civil.

O IAK é um espaço muito usado pelos artistas, eles ficaram sabendo da situação financeira e decidiram ajudar

“Tivemos reunião com o secretário de Educação, Cultura e Esporte e ele encaminhou pedido de um parecer para a Procuradoria sobre este assunto. Estamos aguardando uma resposta, mas a instituição não pode parar”, diz.

Como a prefeitura está estudando a nova lei, os convênios com os museus ainda não foram renovados, por isso, a iniciativa em promover o evento “Artistas reunidos pelo IAK”, que acontece neste domingo, 23, a partir das 15 horas.

“O IAK é um espaço muito usado pelos artistas, eles ficaram sabendo da situação financeira e decidiram ajudar. Foi iniciativa deles abrir as portas do museu para o evento. A instituição só tem a agradecer por este gesto”.

 

IAK conserva a história da vida e obra do maestro Aldo Krieger | Foto: Felipe Cavichioli/Especial

Krieger destaca que o museu recebia da prefeitura, por meio do convênio, R$ 1 mil mensais. O valor pode parecer baixo, no entanto, auxiliava no pagamento de despesas como luz, água, telefone, internet e segurança.

“Estamos sempre com as portas abertas e isso tem um custo. A prefeitura sempre ajudou com a limpeza da parte externa, jardins, já a parte interna dependemos do recurso”, afirma.

O IAK não tem funcionários, apenas conta com o trabalho de voluntários que dispõe de seu tempo para ajudar a manter o instituto de portas abertas. Nesses meses em que não recebeu o recurso, o pagamento das despesas mensais teve de ser feito com dinheiro do bolso do diretor presidente e do pouco que a casa arrecada com eventos.

“Não queremos fechar o IAK, e temos que buscar alternativas para isso. Alguns eventos que são feitos aqui geram receitas e com isso conseguimos fazer um caixa, mas é muito difícil”, diz.


Casa de Brusque e Museu Dom Joaquim estão em situação semelhante

Na Casa de Brusque, a situação também é semelhante. Segundo o presidente da entidade, Ricardo Vianna Hoffmann, o local recebeu recursos da prefeitura até fevereiro deste ano, por meio de um aditivo do convênio do ano passado.

Entretanto, devido a nova legislação, ainda não há uma definição se a entidade receberá recursos da prefeitura neste ano, assim como o Instituto Aldo Krieger.

Casa de Brusque está se mantendo com o recurso da anuidade dos associados | Foto: Arquivo O Município

Hoffmann afirma que neste período em que a Casa de Brusque não recebeu recursos, se manteve com o dinheiro proveniente da anuidade paga pelos associados. “Temos dinheiro guardado dos associados que pagam R$ 130 de anuidade. Como prevíamos dificuldades, não mexemos neste dinheiro e, por isso, estamos nos mantendo, temos recursos para mais um mês”.

Hoffmann destaca que a entidade recebia de R$ 3 mil a R$ 4 mil mensais por meio do convênio para a manutenção das atividades do museu, por isso, o local está na expectativa por uma resposta da prefeitura.

No Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, o repasse de verbas da prefeitura não é feito desde agosto do ano passado. O local recebia cerca de R$ 7 mil mensais pelo convênio e, segundo o diretor do museu, padre Francisco de Assis Wloch, sem o recurso, a manutenção do espaço fica difícil.

Museu Arquidiocesano Dom Joaquim não recebe desde agosto do ano passado | Foto: Arquivo O Município

“Este ano ainda não recebemos nenhuma verba da prefeitura e estamos com muita dificuldade. Os visitantes pagam R$ 5 para entrar no museu e daí tiramos algum dinheiro, mas é complicado, temos toda a manutenção pra fazer, funcionários para pagar, luz, água, segurança”, diz.

A esperança das três entidades do município é uma reunião que acontece na tarde de hoje com o prefeito Jonas Paegle para discutir o repasse de recursos para as instituições. “EStamos esperando uma resposta da prefeitura, mas não queremos uma resposta negativa, não estamos trabalhando com esta hipótese”, afirma o padre.


Todos pelo IAK

O evento para arrecadar recursos para o Instituto Aldo Krieger será neste domingo, 23, a partir das 15 horas. O ingresso custa R$ 20 e toda a renda será revertida para o museu.

O evento terá shows de Beto Dunker e João Guilherme; Vitor Soltau; Diego Hobus; Ricardo Pauletti; John Mueller e Mazin Silva; Música Orgânica; Karina Bianchini Stoll e Banda; Marcio Bicaco; Vibrafone; Mimi Reis e Bia Barros; Lumi Noso e Didi Maçaneiro; Giana Cervi; Bruno Kohl; Vê Domingos; Trio Forró Brasil; além da oficina Reciclando a Vida, com Marcelo Gomes, Pati Souza e contação de histórias com Lieza Neves.

Os ingressos podem ser adquiridos na V.kings, Kaldi Café & Bistrô, Sonata Escola de Música e Loja Chili Beans.

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