Ok, o mundo tem muitas séries. Cada vez mais. De ficção e não ficção, em trocentos canais por assinatura e nos serviços de streaming. A gente não dá conta. Sempre tem algo que fica abaixo, bem abaixo, do radar.

E foi assim que descobri, nos últimos dias, uma série-documentário que tem sido exibida em ritmo de maratona pelo canal H2, o segundo canal do History – aquele que promete “muito mais história” mas que, a exemplo de seu irmão mais velho, adora uma história de… alien.

Aqui, não é o caso. O programa (que ainda não entendi se ganhou em português o nome 10 Coisas que você Precisa Saber ou 10 Coisas que Você Não Sabe) é dividido por temas. E organizado em formato de tópicos. Tem coisa mais moderna? As pautas são variadas. Todas, claro, centradas na história e na civilização norte-americana. Vão de Las Vegas (um dos mais informativos, com direito a Elvis Presley, Howard Hughes e a autoria da famosa placa da cidade), dinheiro, a corrida do ouro… até um episódio muito bom, todo voltado para coisas que a gente não sabe sobre… maconha. O melhor, tudo pertinente, rápido, calcado em explicações fáceis feitas por especialistas. Um mergulho no que pode até ser considerado “cultura inútil”, mas que sempre contém novidades.

Na verdade, é uma série já encerrada: durou três temporadas, entre 2012 e 2014. Essa parece ser outra característica do apresentador: não sossegar muito tempo em um só projeto.

Henry Rollins é aquele sujeito que não se contenta em ser conhecido como vocalista da banda punk Black Flag e da sua própria Henry Rollins Band, mas também é escritor, ativista, mil coisas, além de estar sempre envolvido em projetos televisivos. Um cara incansável. Para quem o conheceu primeiro através da música, é ainda e sempre curioso encontrá-lo em programas que não têm nada a ver com o universo punk/hardcore. Ponto para ele, que sabe ser abrangente sem ser genérico.

Esta é mais uma das minhas recomendações tardias. Mas nem me desculpo: quem não tem a sensação de que existe muita coisa para ver e pouco tempo para usar nessa tarefa? Onde encontrar tempo e jeito de estar em dia com tudo o que é lançado? Impossível. Mas talvez isso seja bom. Assim, a gente garante um estoque de boas descobertas “arqueológicas” para preencher momentos livres ocasionais.