Atleta surda alega falta de assistência no Barateiro Futsal e se desliga do clube

Stefany Krebs ficou apenas três meses no clube por falta de assistência; diretora diz que não pode dar atenção especial

Atleta surda alega falta de assistência no Barateiro Futsal e se desliga do clube

Stefany Krebs ficou apenas três meses no clube por falta de assistência; diretora diz que não pode dar atenção especial

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Durou apenas três meses a passagem de Stefany Krebs pela equipe Sub-17 do Barateiro. A atleta, que é deficiente auditiva, foi apresentada em fevereiro como importante reforço da equipe após se destacar na seletiva realizada no início do ano. Contudo, em maio, Stefany se desligou do grupo e, no início deste mês, foi anunciada como jogadora da equipe San Rosé Futsal Feminino, de São José.

Apesar de fazer questão de elogiar a equipe e agradecer a oportunidade, Stefany diz que não houve assistência no clube brusquense. Para ela, a falta de comunicação também pesou na decisão da saída. “As meninas são muito legais, mas não me senti feliz lá. A comissão técnica não aprendeu (a se comunicar em libras). No treino eu era a última a saber das decisões”, diz.

“Tratamento deve ser igual”

Em janeiro, o Barateiro realizou uma seletiva, famosa ‘peneira’, para garimpar talentos e reforçar a equipe Sub-17. Entre 20 atletas presentes, Stefany se sobressaiu. Desde o começo, contudo, a diretoria sabia que teria nas mãos uma situação até então não enfrentada pelo grupo: a atleta é surda. Mesmo assim, o grupo aceitou a missão e incorporou a pivô à equipe.

A presidente do Barateiro, Daniela Civinski, a Dani, assumiu a responsabilidade pela contratação de Tefy, como ficou conhecida no grupo. Apesar de saber da condição da jogadora, Dani afirma que não poderia despender de atenção especial. “Temos 30 atletas e o tratamento deve ser igual para todas. Talvez nos outros lugares onde ela jogou, o atendimento era 100% para ela, mas nós não podemos oferecer o mesmo”, explica. Segundo Dani, a atleta foi aceita somente após longa conversa com sua mãe. “Ela disse que nós não teríamos problemas com ela, e que seria independente, sendo que inclusive já havia jogado em outras equipes e conseguido se virar sozinha”, completa.

Mas as coisas não correram assim. Apesar do esforço das companheiras para compreendê-la, Tefy teve dificuldades para se comunicar sobre coisas simples e importantes. Segundo relata, quando teve problemas no joelho, sua mãe precisou sair de Erechim (RS) para atendê-la. “Não tinha companhia”, diz a jogadora.

Contudo, Dani contradiz a atleta ao dizer que já prestou apoio quando foi necessário. “Levei ela para o hospital quando teve problemas de ansiedade”, explica. A diretora do Barateiro também se disse surpresa com a notícia de que Tefy estava jogando em outra equipe. “O pai dela disse que ela iria parar no momento e jogar somente pela Seleção Brasileira Feminina de Surdos. Não saiba que iria voltar a jogar”, explica.

Sem ressentimento

Pivô agora do San Rosé, Tefy se diz feliz, já que a comissão técnica compreende libras. A atleta se prepara para defender o município de São José nos Joguinhos Abertos de Santa Catarina. Mesmo após a saída, Tefy diz que não restaram mágoas com o Barateiro. “Não falo mal da equipe. Gostei de lá, mas não deu certo. Torço para o Barateiro”, diz. Também não há ressentimento por parte da diretora da equipe. “Deixo bem claro que ela é uma menina boa. O que aconteceu foi um problema de adaptação”, afirma Dani.

Agora no San Rosé, Tefy se prepara para os Joguinhos Abertos de Santa Catarina
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