Atraso no repasse e má qualidade de bolsas de colostomia preocupam brusquenses

Reunião sobre o assunto foi realizada na tarde desta quarta-feira, 5

Atraso no repasse e má qualidade de bolsas de colostomia preocupam brusquenses

Reunião sobre o assunto foi realizada na tarde desta quarta-feira, 5

Um grupo de pessoas ostomizadas tem vivido dificuldades para receber bolsas de colostomia da Secretaria de Estado da Saúde por causa de atrasos na entrega. As pessoas que necessitam ainda reclamam da baixa qualidade dos produtos. O assunto foi abordado na tarde desta quarta-feira, 5, durante visita do coordenador do Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores de Brusque, Jean Carlo Dalmolin, à reunião mensal da Associação dos Ostomizados de Brusque, realizada na Policlínica.

Pessoas ostomizadas são aquelas que têm canais abertos em seus corpos por meio de cirurgia, para que sejam expelidas fezes e urina do organismo de maneira alternativa, evitando infecções e complicações no sistema digestivo.

Portanto, precisam das bolsas de colostomia, que fazem o armazenamento por determinado período. Estas bolsas precisam ser esvaziadas algumas vezes ao dia. As ocasiões que tornam necessária a ostomia são diversas, entre doenças e acidentes que podem comprometer o sistema digestivo.

Na reunião, Dalmolin apresentou um documento enviado ao Conselho Municipal de Saúde (Comusa) pelo órgão sindical, onde pede providências sobre o atraso no fornecimento, bem como a qualidade das bolsas utilizadas para colostomia. Uma cobrança sobre o assunto em agosto já havia sido feita ao governo estadual, mas jamais houve resposta.

“Alguns ostomizados têm alergias devido à má qualidade das bolsas que estão sendo entregues. O governo do estado não deu nenhum retorno ao Comusa e à Secretaria da Saúde, explicando o porquê da troca do modelo de bolsa. Antes, os usuários trocavam as bolsas a cada quatro ou cinco dias. Agora, precisam fazer isso a cada dois dias”, destaca Dalmolin.

A Associação dos Ostomizados de Brusque é formada por cerca de 40 pessoas. Todas utilizam as bolsas acopladas ao corpo para poder expelir fezes e urina.

O presidente da entidade, Armando Silva, que é ostomizado há 18 anos, afirma que a qualidade das bolsas tem causado problemas aos usuários. O pedido é para que, além do fim dos atrasos no fornecimento dos itens, que ela sejam entregues em qualidade que não prejudique ainda mais a saúde dos usuários.

O secretário de Saúde de Brusque, Humberto Fornari, esteve presente na reunião. Ele justificou o atraso na entrega das bolsas à mudança de governo estadual em 2019 e à empresa vencedora da licitação para fornecer os itens, que enfrenta problemas jurídicos. Portanto o governo teve de fazer compra de outros fornecedores para que não faltasse. O que acontece é que a qualidade das bolsas dos outros fornecedores não é satisfatória.

“Não sabemos até quando vai haver essa briga jurídica com o fornecedor. Enquanto perdurar isso, estamos tentando resolver internamente com os usuários aqui. Principalmente com orientações sobre as formas de uso de cremes, pomadas e cuidados com higiene específica onde a bolsa não consegue se adaptar onde a anterior se adaptava”, destaca.

A reportagem de O Município tentou contato com a Secretaria de Estado da Saúde, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

Uso do aparelho
A bolsa de colostomia precisa ser sempre utilizada pela pessoa ostomizada, uma vez que a evacuação é involuntária. O uso do aparelho pode ser permanente ou temporário. Geralmente, usuários do aparelho conseguem retomar sua rotina. A bolsa não é visível por debaixo das roupas do ostomizado.

Quanto à alimentação, no entanto, são recomendados alguns cuidados, principalmente sobre observar a reação do organismo a alguns tipos de comida para que não haja desconforto. Atividades físicas precisam de aval médico, e esportes de contato físico devem ser evitados em boa parte dos casos.

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