Autoescolas de Brusque rejeitam obrigatoriedade de simulador de direção

Simulador veicular será obrigatório em autoescolas e desta vez, centros de formação de condutores terão até o fim do ano para adquirir equipamento

Autoescolas de Brusque rejeitam obrigatoriedade de simulador de direção

Simulador veicular será obrigatório em autoescolas e desta vez, centros de formação de condutores terão até o fim do ano para adquirir equipamento

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O Conselho Nacional do Trânsito (Contran) publicou portaria nesta segunda-feira, 20, obrigando as autoescolas a utilizarem o simulador nas aulas para novos motoristas. No ano passado, o órgão já havia instituído o uso do equipamento, porém, voltou atrás após protesto dos centros de formação de condutores (CFCs), que alegaram inviabilidade financeira. Em Brusque, o equipamento causa polêmica entre instrutores.

De acordo com a Resolução 543 do Contran, os CFCs serão obrigados a lecionar cinco horas-aula no simulador e outras 20 horas-aula no carro normal para quem estiver fazendo a carteira de motorista para a categoria B (carros). O prazo para os estabelecimentos se adaptarem é 31 de dezembro deste ano.

No ano passado, o Contran havia feito a mesma determinação. Em 30 de junho, a resolução deveria ter entrado em vigor, contudo, o órgão voltou atrás na decisão no dia 6 daquele mês e tornou o uso do simulador opcional. Rio Grande do Sul, Acre, Paraíba e Alagoas obrigam os CFCs a usar o equipamento.

Para Célio Marquez, proprietário da Autoescola Marquezan, o simulador não é viável financeiramente, porque “vai sobrar para o cliente pagar”. Ele também afirma que não há embasamento para a sua utilização. “Nunca foi feito um estudo que comprove que o simulador reduz acidentes”, diz.

Romeu Ioner, proprietário do CFC Marijá, também é contra o simulador. “Acho que não vai ajudar em absolutamente nada. É um computador, não é a mesma coisa que um veículo”, diz. Instrutor da autoescola Diplomata, Teodoro Pereira Filho tem uma opinião diferente. Para ele, o simulador é interessante no aprendizado, e ele usa como exemplo o curso de pilotagem de aviões – que faz uso dos simuladores. “Se for o simulador realmente, não videogame, é muito bom para ensinar”, afirma.
Impacto no bolso

Embora discordem do valor pedagógico do simulador, os três mostram preocupação com a viabilidade financeira. Marquez afirma que o custo de adquirir o equipamento – até o ano passado era de R$ 40 mil – não é o único. A empresa também cobra pela manutenção mensal. Isso somado aos dois instrutores necessários para operá-lo, pode fazer o preço de uma carteira de motorista disparar.

Ioner diz que o alto custo fará muitas autoescolas fecharem as portas. Pereira Filho teme que com o encarecimento da carteira de motorista, se a determinação entrar em vigor, muitas pessoas optem por andar na ilegalidade. “Vai precisar de uma fiscalização eficiente”, afirma.

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