Balança comercial de São João Batista volta a ficar positiva

Cidade tem apostado no segmento de componentes para aumentar exportações

Balança comercial de São João Batista volta a ficar positiva

Cidade tem apostado no segmento de componentes para aumentar exportações

Números do Ministério da Economia mostram que a situação da balança comercial de São João Batista foi de equilíbrio em 2018. Foram exportados 11,62 milhões de dólares em produtos pelos empresários locais, e importados 11,6 milhões. Portanto, o saldo foi levemente positivo em 16,21 mil dólares.

A balança comercial é considerada favorável quando se exporta (vende para outros países) mais do que se importa (compra de outras nações). Do contrário, a balança é negativa.

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Os números da balança comercial evidenciam os desafios que o município tem enfrentado nos últimos dez anos no mercado internacional. Após anos de bons resultados, a cidade viu suas exportações caírem consideravelmente, mas aproveitou para se reinventar.

São João Batista é conhecida por ser a Capital Catarinense do Calçado. Por muito tempo, era dali que saía grande parte dos calçados que vestiam milhares de brasileiros, mas hoje a diversificação da economia é realidade e a indústria de componentes tem ganhado mais importância e contribuído para a economia do município.

Embora o resultado positivo de São João Batista seja tímido, representa uma melhora. Em 2014, o pior ano da crise econômica, a cidade amargou o déficit de 1,81 milhão de dólares. Os dois anos subsequentes também foram ruins para as empresas que exportam, pois tiveram déficit.

A partir de 2017, a recuperação começou. Nesse ano, as exportações batistenses atingiram o pico dos últimos dez anos: 15,97 milhões de dólares. Em contrapartida, as importações foram de 14,12 milhões de dólares.

Recuperação
Para o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados de São João Batista (Sincasjb), Levi Sottomaior, a retomada das exportações é resultado do esforço dos empresários.

“Ao meu ver a recuperação se deu em razão da confiança do empresariado no segmento, pois desde 2015 vem aprendendo com as dificuldades políticas e econômicas enfrentadas, fazendo com que, dessa forma, fôssemos obrigados a fazer a lição de casa de forma objetiva, enxugando excessos e cortando custos”.

Além de cortar custos, o empresariado também tem buscado novos mercados. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae-SC) tem papel central para entender esse movimento.

A consultora Shirley Booz Sá avalia que as exportações cresceram porque existe parceria entre o Sebrae-SC, prefeitura, Sincasjb e empresas para participar de feiras. Com isso, os empresários têm mais contato com os compradores internacionais.

“Temos pequenas empresas que começaram a exportar há cinco anos e mantêm até hoje clientes e contatos. As grandes empresas têm crescido e montado projetos de comércio exterior”, explica a consultora.

O presidente do Sincasjb, Almir dos Santos, destaca o contato com os compradores para a retomada. “Nossa feira SC Trade, hoje, tem uma verba destinada para importadores, e algumas de nossas empresas participam de feiras internacionais como Micam (Itália), Riva Schuh (Itália), Platform (EUA), Showroom na Colômbia, entre outras feiras no Brasil, que trazem mais de 500 importadores por ano”. 

Empresas de componentes já respondem por quase metade do PIB

Atualmente, São João Batista tem um forte polo de empresas de componentes calçadistas. São especializadas em fazer palmilhas, solas e outras partes de um sapato.

Essas empresas têm crescido fortemente e abastecem não só o mercado batistense, mas o Brasil inteiro, e até outros países.

A diversificação da economia local, reduzindo a dependência das indústrias tradicionalmente calçadistas, têm dado novo fôlego. “O PIB do município é composto por aproximadamente 50% de receitas advindas dos componentes”, ressalta Sottomaior, que tem uma empresa na área.

Shirley, do Sebrae-SC, diz que o segmento de componentes têm crescido bastante e a entidade também atua para desenvolvê-lo. Recentemente, foram para uma feira de componentes em São Paulo e têm viagens agendadas para Colômbia e Argentina.

O Sebrae-SC não só leva essas empresas para feiras, mas as ajuda a ingressar no mercado internacional. São realizadas capacitações e a consultora atua para que elas consigam ter um setor de exportação e importação eficaz e bem treinado.

“A nossa capacitação é para que cresçam, aprendam e continuem a exportação não só agora que o mercado interno não consome muito, mas que seja mais um nicho de mercado para cada empresa”, diz Shirley.

O prefeito Daniel Netto Cândido afirma que essa diversificação da economia é fundamental. Embora continue no setor calçadista, o ramo de componentes representa novos mercados para as empresas batistenses.

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Nesse sentido, recentemente, a prefeitura editou uma lei para dar incentivos às empresas, seja com abatimento em impostos municipais ou cessão de terrenos.

“O município aprimorou a sua legislação e contratou mais servidores em diferentes áreas para agilizar os trâmites para as empresas”, afirma o prefeito.

Sindicato vê espaço para expansão de mercados

Hoje, o principal destino das exportações de São João é a América do Sul. Os dados do Ministério da Economia mostram que países que mais compraram do município em 2018 foram Argentina, Equador e Bolívia.

O presidente do Sincasjb diz que esses mercados são mais acessíveis porque não é preciso adaptar tanto o produto. A exigência de documentos também é menor e a logística é mais fácil.

Apesar disso, os empresários veem espaço para a expansão de mercados. No futuro, quem sabe, chegar aos Estados Unidos e à Europa.

O vice-presidente do sindicato avalia que esses dois mercados podem ser alcançados e destaca que existem acordos que facilitam a entrada de produtos brasileiros neles.

O dólar relativamente estável também contribui para a segurança do negócio. Há sinalização por parte da Fiesc [Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina] e do governo do estado de interesse em fomentar as exportações”.

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