Vou ter que falar de novo que séries são o grande vício coletivo dos dias atuais? Vou. Provavelmente essa ideia vai ser repetida aqui muitas vezes, porque não só é verdade… como é uma verdade importante, curiosa e com várias causas.

Não é só o advento da Netflix & demais serviços de streaming de vídeo em nossas vidas. Não é só a decadência da TV aberta. Não é só a sedução da segunda tela, de assistir episódios se sentindo em uma imensa sala, cheia de sofás e pequenas conversas pelo Twitter ou outras redes sociais.

Séries são a atividade melhor desenhada para as pessoas de hoje: saber quais as séries hypadas exige um olhar esperto nas redes sociais… mas não exige mais esforço do que separar uma quantidade boa de tempo para ver o desenrolar do roteiro, episódio após episódio. Não é a mais ativa das atividades. Nem difere tanto assim das horas que as famílias passavam juntas no sofá, em frente ao único aparelho de TV da casa, assistindo a um dos poucos canais disponíveis, poucas décadas atrás.

Claro que não somos tão passivos assim. Nós nos envolvemos com as tramas, comparamos as emoções dos personagens com as nossas, acabemos nos sentindo atraídos ou repelidos pelas situações apresentadas. Podemos até pensar e repensar nossas vidas, um pouquinho – ou levar a repercussão de uma série mais adiante, como o recentíssimo caso de 13 Reasons Why (que já foi analisado pelo nosso “ex-vizinho de página” Like.

Séries são o novo “esporte mundial, um esporte fácil de praticar e que é super prazeroso. Especialmente quando a gente segue a recomendação generalizada e mergulha em algo como Big Little Lies, a minissérie em apenas 7 episódios lançada este ano pela HBO.

A produção tem um elenco feminino  estelar e inteligentíssimo, que traz atrizes que são referências para várias gerações: Laura Dern, Nicole Kidman, Reese Witherspoon trabalham ombro a ombro com as “faces” modernas Shailene Woodley (a protagonista de Divergente e A Culpa é das Estrelas… mas que já foi também a irmã mais nova de Marissa Cooper nas primeiras temporadas de The O.C.) e Zoë Kravitz, sim, a filha de Lenny Kravitz, que vem de papeis menores em Animais Fantásticos e Onde Habitam e também na série Divergente.

A história, contada de modo a adiar ao máximo a resposta para as duas perguntas fundamentais – quem foi assassinado e por quem – trata de temas atuais e super relevantes, começando pela violência doméstica e a mecânica das relações abusivas, o bullying e o funcionamento cruel de uma sociedade aparentemente privilegiada.

Vou repassar o conselho dado pela editora do G1, Claudia Croitor: largue as séries meia boca que você está vendo e maratone agora mesmo Big Little Lies. Você não vai se arrepender.

Só para não perder a melhor outra mania atual… a série também mereceu playslits no Spotify. Já que a trilha é linda, variada e caprichadíssima, vale a pena seguir e ouvir!