A vela nunca se apaga pelos cantos.

 

 

 

Traços bem delineados, contornos roliços, olhos em chamas (verde azulados). Corpo inflamável e pavio curto, aceso e chamuscante. Moldada pelas mãos do cão que queima a cera dos hormônios vadios. À beira da banheira, água ardente, corpo incandescente. Oleosa, suada, derrete-se ao calor do toque, desenha movimentos e cospe labaredas de orgasmo. Do fogo, tanto para a morte como para a vida.

 

 

 

 

Incendiada. Queima sempre até apagar.

 

 

 

 

Méroli Habitzreuter – escritora, pintora e ativista cultural

 

 

Ilustração: Silvia Teske