Briga entre adolescentes repercute nas redes sociais
Vídeo mostra dois jovens de Guabiruba trocando socos e pontapés, enquanto outros assistem a pancadaria
Vídeo mostra dois jovens de Guabiruba trocando socos e pontapés, enquanto outros assistem a pancadaria
Um vídeo de uma briga entre dois adolescentes numa academia ao ar livre localizada no bairro São Pedro, em Guabiruba, tem causado repercussão nas redes sociais. No Facebook, a publicação tinha sido vista por mais de 5,5 mil pessoas, compartilhada por mais de 280 internautas e recebido vários comentários reprovadores até ontem à tarde. Para especialista, episódio ilustra comportamento sem limites de adolescentes.
No vídeo, um jovem provoca o outro. Em certo momento, ele diz que quer “mostrar quem é sujeito homem”. Depois de um tempo, o rapaz de camisa vermelha parte para cima dele e a briga perdura por mais de três minutos. Durante a troca de socos, chutes e empurrões, um dos adolescentes quase bate a cabeça violentamente contra um dos bancos da praça. Enquanto isso, um grupo de jovens vê tudo, mas não se tenta separá-los. Inclusive, falam para ninguém separar. A gravação não mostra se houve ferimentos mais graves nos dois rapazes.
O Conselho Tutelar de Guabiruba não recebeu nenhuma queixa com relação a esta briga, afirma a conselheira Patrícia Luchatti. Ela analisou as imagens, no entanto, diz que para que o órgão possa entrar em ação, os envolvidos teriam de ser identificados.
O sargento Marciano Panca, comandante da Polícia Militar de Guabiruba, diz que não houve chamados de moradores, nem boletim de ocorrência desta briga. Como no vídeo não é informada a data do acontecido, não há como localizar no sistema também. No entanto, Panca diz que faz abordagens frequentes na praça do bairro São Pedro. “É um local onde se concentram muitos adolescentes. Já pegamos pessoas, até mesmo maior de idade, com drogas por ali. Quando tem uma concentração de adolescentes, a viatura passa por ali e faz abordagens”, afirma.
Egocentrismo estimula violência
O psicólogo Antonio Clovis Gartner afirma que há uma série de fatores que estimulam este comportamento violento. Um deles está relacionado com a criação. Uma família desestruturada tende a educar uma criança sem limites. “Além disso, cada vez mais as famílias são menores. Com isso, eles interagem menos com outras pessoas. Antes, uma família tinha oito filhos e se convivia com diversas personalidades. Com isso aprendia a conviver. Menos irmãos e falta de interação pode causar o egocentrismo”, diz.
Gartner diz que o surgimento das redes sociais não melhorou esta realidade, pois a interação através das redes sociais não é a mesma da humana. Não se tem o mesmo aprendizado. Outro motivo levantado pelo psicólogo é a influência da mídia, com mensagens de violência. Também conta para este comportamento violento a impulsividade inerente à idade, segundo o especialista.