Brusque registra aumento expressivo de partos de mulheres acima dos 30 anos; veja dados

Crescimento quase triplicou entre mulheres de 35 a 39 anos

Brusque registra aumento expressivo de partos de mulheres acima dos 30 anos; veja dados

Crescimento quase triplicou entre mulheres de 35 a 39 anos

Dados dos Censos Demográficos de 2010 e 2022 mostram uma mudança significativa no perfil das mães em Brusque. Pela primeira vez, o número de filhos nascidos de mulheres com mais de 30 anos ultrapassou, com folga, os nascimentos entre mulheres mais jovens.

Em 2010, mulheres acima dos 30 anos somaram 557 filhos nascidos nos 12 meses anteriores ao Censo. Já em 2022, esse número saltou para 985 — um crescimento de 77%.

O maior aumento ocorreu entre mulheres de 35 a 39 anos, que passaram de 139 para 365 filhos, quase triplicando. Houve alta também nas faixas de 30 a 34 anos (de 361 para 512), de 40 a 44 anos (de 46 para 96) e de 45 a 49 anos (de 11 para 12).

Enquanto isso, os nascimentos entre mulheres com menos de 30 anos caíram. O total passou de 887 em 2010 para 818 em 2022. A maior redução foi registrada entre adolescentes de 15 a 19 anos, que tiveram 115 filhos em 2010 e apenas 82 em 2022.

A faixa etária de 25 a 29 anos continua liderando o número de filhos nascidos, com 455 registros em 2022 — pouco acima dos 438 de 2010. Já o grupo de 20 a 24 anos teve queda de 334 para 281 filhos.

O cenário revela uma tendência crescente de adiamento da maternidade. Estudos apontam fatores como maior escolaridade, estabilidade financeira e planejamento familiar como possíveis explicações.

Importância do acompanhamento contínuo

Para Thaisi Cunha, enfermeira da Clínica da Mulher de Brusque, o aumento de gestantes com mais de 30 anos também é percebido no dia a dia da unidade.

“Atualmente, 177 gestantes estão em acompanhamento na clínica. Destas, 37 têm entre 35 e 40 anos e outras 9 estão acima de 40. A mais velha tem 46 anos, e a mais jovem, 19”, detalha.

Ela explica que a clínica é referência para o pré-natal de médio e alto risco, com encaminhamentos feitos pelas unidades básicas de saúde.

“Gestantes abaixo de 15 anos e acima de 40 anos não são classificadas automaticamente como de risco apenas pela idade. Elas são encaminhadas se apresentarem outras alterações que elevem esse risco”, afirma.

Sobre os cuidados exigidos em faixas etárias mais avançadas, a enfermeira ressalta a importância do acompanhamento contínuo.

“O Ministério da Saúde alerta que gestantes acima de 35 anos têm maior risco para alterações como diabetes gestacional, abortamento, parto prematuro e pré-eclâmpsia”, explica.

Apesar de a clínica atender apenas casos de risco, Thaisi reconhece que há uma mudança no perfil das gestantes.

“Como somos referência para casos específicos, esse dado fica limitado para avaliarmos em sua totalidade, mas o aumento de idade nas gestantes é percebido, sim”, diz.

Outro ponto de destaque nos dados do Censo é a queda de 28% nos casos de gravidez entre adolescentes. Para Thaisi, as ações de orientação e prevenção têm papel fundamental, mas o trabalho mais direto acontece nas unidades básicas e escolas.

“Sempre que possível, fazemos educação em saúde nas salas de espera. Mas o primeiro atendimento e a prevenção ocorrem nos bairros e nas escolas, onde há vínculo com a rede de apoio dessas adolescentes”, explica.

A mudança no perfil das mães também gera novas demandas. Segundo Thaisi, há maior procura por ginecologia e obstetrícia, e os casos de planejamento reprodutivo e fertilidade são acompanhados nas unidades básicas, com encaminhamentos para a Clínica da Mulher quando necessário.

“O aumento populacional reflete em todas as áreas. Isso inclui o planejamento familiar, que também é feito nas unidades e, conforme o caso, chega até nós”, completa.


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