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Brusque tem cerca de 91 mil contas ativas no Facebook

Número é atribuído a movimento no comércio. Maioria dos acessos são via smartphone

Levantamento feito utilizando o próprio Facebook indica que Brusque tem cerca de 91 mil contas ativas na rede social. Os dados são do Audience Insights, disponível para medir a movimentação da rede social. Pela mesma ferramenta, Guabiruba tem 7 mil contas, enquanto Botuverá, 2,3 mil.

O levantamento considera usuários que frequentam a cidade por períodos específicos ou são fixos no município. Ele ainda traz curiosidades sobre os usuários da região como a empregabilidade, onde cargos relacionados à produção são os mais comuns e gênero. Guabiruba, por exemplo, se destaca pela presença feminina, de quase 74% das contas ativas.

A maioria do público de Brusque, 54%, é composto por mulheres. As idades mais comuns variam entre os 18 e os 44 anos. Do total, 51% do público é casado e 62% está cursando ou concluiu ensino superior. As contas locais são acessadas exclusivamente por smartphones em 51% dos casos, enquanto 4% dos que utilizam optam somente por computadores. Para 45% das contas, a rede social é utilizada nas duas plataformas de forma alternada.

Para o diretor de Operações da Raffcom, Júnior Beltrão, o número de contas ativas é considerado alto, se comparado com o de habitantes. De acordo com ele, parte do volume tem influência do público vindo de outras cidades para comprar no comércio local.

Atenção como relacionamento
Estar presente em redes sociais de grande popularidade não basta, na avaliação de Beltrão. De acordo com ele, a ideia de apenas manter um site e um perfil ativo não devem ser encaradas como um posicionamento estratégico e é preciso levar em conta outros pontos para se ter sucesso no ambiente virtual.

Um dos pontos destacados por Beltrão é a necessidade de investimento para se aproximar deste público tão diverso. “Vejo muitas empresas errando em relação ao uso das redes sociais e criando um efeito reverso ao propósito inicial que é relacionamento. Afinal, ninguém acessa o Facebook para comprar um tênis da NetShoes, por exemplo”.

Conhecer com quem se comunica é outro fator importante para definição de uma estratégia. A profundidade desta interação, destaca, vai interferir tanto na escala do canal utilizado, quanto no “tom” da comunicação.

Principal canal
Com a facilidade gerada pela rede social, a presidente da Associação de Proteção aos Animais de Brusque (Acapra), Lilian Dressel, considera o Facebook a principal ferramenta de comunicação da entidade. Com mais de 26, 4 mil curtidas, a página foi uma alternativa encontrada tanto para divulgar o ativismo da causa animal quanto os serviços prestados.

De acordo com ela, a popularidade do Facebook na cidade e seu entorno facilitam nos trabalhos de adoções e nas arrecadações. Os resultados são tão positivos a ponto da equipe priorizar a divulgação pela página e não pelo site oficial.

De olho nas redes
A repercussão nas redes sociais leva o trabalho de Ciro Groh ser acompanhado por profissionais ligados ao clima de diferentes pontos do país e é motivo de orgulho para o brusquense. Nelas, são divulgadas informações coletadas em seis estações mantidas por ele desde 2012.

As primeira experiências de dividir o hobby foram pelo Twitter, há cinco anos. Na sequência veio o Facebook e uma interação maior com quem ele prefere classificar como “colegas de rede”. Hoje, além dos perfis acompanhados por mais de cinco mil pessoas, ele escreve para o blog Observador do Tempo (omunicipio.com.br/observadordotempo).

Segundo Groh, mesmo sendo um hobby, acompanhar o comportamento do clima na região é um trabalho que exige seriedade. Temas como política, religião e futebol são evitados. Ele prioriza abordar assuntos ligados ao clima e à região. “Nada mais justo que divulgar e é algo que as pessoas querem saber, uma utilidade pública”.

Apropriação positiva
Mesmo existindo desde 2011, o crescimento e os resultados conseguidos com uma mudança na forma de comunicação da página da Guarda de Trânsito de Brusque (GTB) tem chamado a atenção no setor. O trabalho começou em novembro, como uma forma de aproximar a população dos temas ligados ao setor e é acompanhada por mais 2,4 mil membros.

Pelo canal são esclarecidas dúvidas de motoristas e pedestres, orientações, além da promoção de reflexões e debates quanto às normas de trânsito no município e legislação. Diferente do habitual, os temas são abordados com referências à elementos da cultura popular e de humor.

A página é gerida por membros do departamento durante os períodos de folga e teve um aumento de 175% nos novos integrantes em pouco mais de um mês e meio. De acordo com o supervisor da GTB, Éder Becker, com a nova abordagem, houve aumento não só na popularidade, mas na interação com os agentes e conscientização sobre o trânsito. “É um trabalho de formiguinha, mas tem dado resultado”.

A nova abordagem veio quando o agente de trânsito, Everton da Cunha, resolveu adaptar a linguagem de páginas de humor voltadas ao setor para uma utilidade pública. Para ele, a interação é uma quebra de paradigmas e reduz possíveis rusgas geradas no dia a dia das ruas do município. “Me preocupei em ser provocador, para tentar reverter essa interação em algo positivo”.

A escolha por uma linguagem mais leve era uma demanda identificada pelo setor. O agente destaca a atenção recebida em publicações para temas corriqueiros do trânsito. Em uma, abordando o som alto, exemplifica, foram 16 mil visualizações. Os resultados da interação também devem servir para embasar o trabalho de pós graduação de Cunha.