Brusquense completa travessia oceânica de caiaque em seis dias

Álvaro Walendowsky iniciou trajeto em Peruíbe (SP) com intenção de remar até Florianópolis, mas precisou para na metade

Brusquense completa travessia oceânica de caiaque em seis dias

Álvaro Walendowsky iniciou trajeto em Peruíbe (SP) com intenção de remar até Florianópolis, mas precisou para na metade

Com desejo de superar limites, o profissional de canoagem oceânica Álvaro Walendowsky, 37 anos, iniciou uma travessia de caiaque do Peruíbe, São Paulo, até Florianópolis. A expedição começou no dia 26 de março e tinha previsão de chegada em 15 dias, porém devido às condições do mar, precisou encerrar o circuito em uma semana e rebocou o caiaque em Paranaguá, no Paraná, no domingo, 2.

Se concluído por inteiro, este seria o maior trajeto percorrido de caiaque por Walendowsky. Seriam 500 km contínuos. O profissional de canoagem, único em Santa Catarina formado pela Associação Americana de Canoagem (ACA), nível quatro, já havia realizado outras expedições, como a volta na ilha de Florianópolis em quatro dias e a travessia de Garopaba a Governador Celso Ramos. Mas como profissional, ele queria mais para fomentar o currículo.

Hoje, Walendowsky está entre a elite da canoagem oceânica de expedição no Brasil. “Para mim é uma grande honra, pois recebo muito retorno, mensagens, comentários de remadores e expedicionários. Entre eles, até um explorador documentarista da National Geographic, que sempre foi referência para mim e atualmente ocupamos o mesmo patamar na modalidade”, comenta.

Em seu caiaque oceânico, de aproximadamente cinco metros, Walendowsky carregou junto todo equipamento necessário, como barraca, objetos de cozinha, alimentos e roupas.
As remadas iniciavam todos os dias pela manhã, por volta das 6h30 e encerravam apenas no fim do dia, quando aportava para descansar e poder seguir viagem no dia seguinte. Na quinta-feira, 30, ocorreu o day off, em que o profissional pôde descansar e conhecer a Ilha Comprida e Cananéia, em São Paulo.

O canoísta conta que escolheu a costa brasileira por ser mais próxima. “Nesse percurso passei por maior área de preservação de Mata Atlântica. Foi uma expedição técnica, mas muito tranquila”, diz.

No último dia de expedição, Walendowsky remou por dez horas e resolveu sair para a praia antes de ser pego por uma onda muito grande. “Parei em uma praia deserta em São Paulo e reboquei o caiaque por dez quilômetros até uma praia em Paranaguá, no Paraná”, conta.

A experiência do canoísta foi rica em termos culturais, onde pode apreciar uma bela paisagem e dividir as águas com golfinhos e peixes de diversas espécies. “Foi realmente surpreendente. Remar em águas novas é diferente”.

De perto, mas longe
A esposa Sarita Walendowsky, 38, remou junto com o marido, mas de uma maneira diferente. Ao invés de entrar junto no mar, ela ficou em Brusque, fazendo a gestão de segurança de Álvaro. “Ele levou consigo um aparelho rastreador, chamado Spot, e a cada 10 minutos eu recebia no aplicativo do meu celular a localização dele. Então fazia o monitoramento”, explica.

Todos os dias pela manhã, quando Álvaro saía para as remadas, ativava o Spot e fazia check in que ia para o aplicativo de celular de Sarita e também para o Facebook dele, onde as pessoas puderam acompanhar. No meio do dia o profissional também faziam mais um check in para informar que estava tudo certo.

Ao fim do dia, Walendowsky mandava uma mensagem pelo rastreador que ia para o Facebook e também no e-mail da esposa, dizendo que havia concluído o percurso com sucesso. “Essa gestão de segurança é para que, se não conseguíssemos nos comunicar por telefone, receberia pelo aplicativo. Caso não recebesse também pelo aplicativo, teria que esperar dar as horas necessárias para tomar as providências para a segurança dele”, informa Sarita.

Fim da travessia
O fim da expedição foi informada por Sarita, na manhã de segunda-feira, 3, no Facebook de Álvaro. Segundo ela, o marido completou metade do trajeto, mas por conta do mar, decidiu parar.

Na rede social ela escreveu: “Vento sul na bolha durante seis dias, sábado saiu do canal para o mar, e esse estava gigante. Precisou rebocar o caiaque pela praia. Sem condições de remar”.

Na manhã de segunda-feira, 3, Álvaro ficou em missão para limpar os equipamentos e durante a tarde já estava de volta a Brusque.

O retorno
Walendowsky afirma que tem a intenção de voltar ao local em que parou e continuar o trajeto. Essa nova expedição deve ocorrer entre janeiro e fevereiro, meses mais quentes. “A data que havia escolhido para iniciar, em março, era por ser ainda um período quente, mas neste ano o inverno chegou um pouco mais cedo, o que também atrapalhou para as remadas”, diz.

Ele ressalta que a expedição só fez com que o instigasse ainda mais a remar. “Minha cabeça já está a mil, mentalizando o que poderei melhorar ainda mais para a próxima”, diz.
Segundo o canoísta, a intenção é retornar o trajeto, mas não parar em Florianópolis, mas sim em Torres, no Rio Grande do Sul. “Quero aproveitar e contornar todo o nosso estado”.

 

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