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Brusquense foi comprar máquina de escrever para filhos e quase desabou com ponte em 1980

Data é lembrada até hoje pela família de Marli Klock

O dia 8 de agosto de 1980 começou normal para Marli Klock, moradora do Jardim Maluche. Ela tinha ido até o Centro comprar uma máquina de escrever para seus filhos, que faziam um curso de Datilografia. Ela foi até a loja, comprou o que precisava e dirigia tranquilamente seu Chevette de cor azul. Tinha que passar pela ponte Irineu Bornhausen para voltar para casa. Alguns minutos depois, aquela data se tornaria marcante e inesquecível para a brusquense.

Ela estava perto da ponte e parou porque a sinaleira estava fechada. Na sua frente, uma kombi do Renaux. Quando abriu o sinal, a kombi foi. Mas desapareceu da sua frente.

“Eu estava há uns 20 centímetros do buraco que a kombi caiu. Me deu uma tremura tão grande no joelho que eu não conseguia dar a ré. Tinha uma porção de pessoas por ali, porque todos os carros caíram com a ponte e eu ia depois. Mas eu tinha medo de dar a ré, mas errar e ir para frente”.

O Chevette de dona Marli seria o último a cair da ponte. Mas, as pessoas que estavam ao redor conseguiram ajudá-la. “Tinha uns homens ali, que eu nem lembro a cara deles, mas eles diziam para eu dar a ré e que eles puxaram”.

Érico Zendron/Acervo

De lá, ela foi até a Casa Avenida contar para o marido o que tinha acontecido. O susto foi grande, e ela tinha dificuldade de explicar o ocorrido.

“Fui até lá para dar a notícia para ele. Quando eu cheguei lá, ele perguntou ’por que você está tão branca?’. Eu tremia, assim. E disse para ele ‘a ponte caiu, a ponte do Centro, e eu quase caí junto’”, lembra.

Ela se restabeleceu, tomou água e decidiu agradecer. Foi até o Santuário de Azambuja para mostrar sua gratidão.

“Decidi ir lá agradecer que eu não fui junto com a ponte. Eu seria a última que ia cair, então eu não sei o que iria acontecer. Essa data, minha família, meus filhos, ligam para mim para lembrar a data de 8 de agosto”.

Hoje, apesar do grande susto, Marli lembra com muito humor do que aconteceu. E a máquina de escrever continua com os Klock como um marco daquela data e inspirou as duas filhas jornalistas da família.

 

Máquina de escrever continua com a família Klock como lembrança daquele fatídico 08/08/80 | Foto: Kátia Klock