Cuidados podem proteger cães do estresse causado por fogos de artifício

Adestradores de Brusque dão dicas de como amenizar efeitos dos ruídos dos cães

Cuidados podem proteger cães do estresse causado por fogos de artifício

Adestradores de Brusque dão dicas de como amenizar efeitos dos ruídos dos cães

Durante todo o mês de dezembro, principalmente no Revéillon e no Natal, é comum a queima de fogos de artifício. Esse é um período em que os cachorros merecem um cuidado especial, já que possuem uma audição muito sensível e sofrem com o barulho.

A convite do Município Dia a Dia, adestradores de Brusque dão dicas de como os donos podem zelar melhor pelos seus pets. Henrique Pazzini, adestrador desde 2002 e Cleber Soares, proprietário da K-9 Centro de Adestramento de Cães, explicam que é possível amenizar o medo dos animais de duas formas: a primeira é no momento da queima dos fogos e a segunda, mais demorada, realizando um trabalho preventivo meses antes para acostumar o ouvido dos cachorros com os fortes ruídos.

Os animais podem ter comportamentos diferentes, no entanto, na maioria das vezes eles gostam de se esconder em locais que se sintam seguros, como buracos, dentro de caixas ou ainda em lugares escuros. Os adestradores afirmam que o ideal é que os donos fiquem junto com seus pets durante os fogos e que coloquem algodão nos seus ouvidos para abafar o som, além de fechar bem a casa ou o ambiente que o animal estiver.

Pazzini sugere também que no dia da queima dos fogos, os donos proporcionem momentos de atividades físicas para os cachorros, atrelado a uma alimentação mais gostosa do que o habitual. “Com a barriga cheia e cansados, eles ficarão mais calmos e não terão tanta energia para a tensão”.

Outra dica é fazer um tratamento homeopático com florais e colocar músicas clássicas, de trovoadas ou com o som da natureza. “Canções com o som mais alto tendem a neutralizar o barulho dos foguetes”, explica Pazzini. Deixar os animais em hotéis é mais uma opção para este período, já que as empresas terão uma equipe de profissionais capacitados para cuidar e prestar toda a assistência necessária.

Os adestradores afirmam que independente da raça e da idade do cachorro, todos sofrem com este período, considerado de alta tensão. “O cérebro reage estimulando partes do organismo, liberando elementos químicos, que aumenta a pressão sanguínea, causa maior salivação e pode provocar até a morte do animal”, diz Pazzini.

Treinamento preventivo

Outra forma para que os fogos de artifício não causem tanto estresse aos animais é treinar os ouvidos com barulhos semelhantes. Soares e Pazzini recomendam que os donos dos pets iniciem pelo menos três meses antes um treinamento preventivo. Segundo eles, deve-se deixar o cão feliz com brincadeiras e carinho e depois começar a jogar estalinhos ou estourar balões próximo a ele.

Na sequência, o som pode aumentar e rojões pequenos podem ser jogados. “O animal começará a associar o barulho com algo positivo e ficará num estado mental de euforia e alegria. Ele perceberá que quando está feliz, há o estouro e nada acontece”, explica Pazzini.

Outra sugestão é de que os donos sejam “pulso firmes”. Conforme os adestradores, não se pode acalmar os animais fazendo carinho, pois assim o tutor estará confirmando o medo dele. Além disso, eles recomendam que meses antes os pets escutem músicas com som mais alto para irem adaptando seus ouvidos.

Dicas

  • Colocar algodão no ouvido do cachorro
  • Deixar o cão cansado e bem alimentado no dia da queima dos fogos
  • Tratamentos homeopáticos com florais
  • Músicas diversas em som alto
  • Deixar o cão num hotel especializado
  • Treinar o cão meses antes com ruídos semelhantes para que seu ouvido se adapte ao som

Audição canina

Os cães possuem uma capacidade auditiva diferente do ser humano. Assim, para efeitos de comparação, o ouvido canino é capaz de perceber sons com frequência entre 10 Hz (Hz = Hertz, uma unidade de medida da frequência de uma onda) e 40.000 Hz. Já o homem percebe sons na faixa de 10 Hz a 20.000 Hz. Além disso, os cães conseguem detectar sons quatro vezes mais distantes que o ser humano.

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