Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Cadê a qualidade?

Pe. Adilson José Colombi

Professor e doutor em Filosofia - [email protected]

Cadê a qualidade?

Pe. Adilson José Colombi

Quem transita pela rodovia Antônio Heil, entre Brusque a BR 101, percebe as mudanças. Sem dúvida, a duplicação foi um avanço. Por sinal, uma aspiração aguardada, há tantos anos. Claro, ainda não está completa. Mas, já é outra realidade, sem dúvida. É preciso reconhecer esse esforço.

Por outro lado, não dá para não constatar e de comentar o que acontece para quem transita por sua extensão. Seja como condutor de um veículo ou como passageiro. Não é possível, seja na ida ou na volta, em direção à BR 101, sem sentir os solavancos, os desníveis, depressões. De fato, não se anda 100 metros contínuos sem senti-los. E alguns são, verdadeiramente, inexplicáveis. Bem, como já afirmei, a rodovia está inacabada. Mas, com a experiência que nós brasileiros (as) já temos com as obras realizadas pelo governo de todos os níveis, sabemos que ao inaugurá-la não vai mudar muito. Estou falando, sobretudo, quanto à qualidade da obra.

Isso a gente pode afirmar porque já estamos habituados a ver obras públicas sendo entregues nessas condições. Seja qual for. Como sempre sobram as raras e honrosas exceções para confirmar a regra. No entanto, o comum é a gente observar, com frequência, que após a inauguração uma obra pública, começam a aparecer os defeitos, as impropriedades, a carência de um controle de qualidade. Isso acontece com os conjuntos de casas populares. Depois de alguns meses, já aparecem fissuras, reboco caindo, infiltrações, assoalho afundando, etc, etc.. Se forem viadutos, pontes caindo ou interditadas. Quando se trata de rodovias, asfalto soltando ou mal planejado e executado, oferendo perigos. Outras vezes, sem a devida sinalização. Tudo por falta de controle de qualidade.

Por isso, pode-se falar e até gritar: “Cadê a qualidade?” Afinal, somos nós que financiamos tais obras. Por isso, podemos e devemos exigir a qualidade necessária para que, seja qual for a obra pública, tenha a devida qualidade. Com efeito, se fosse um trabalho feito para uma pessoa individual ou para uma família, certamente, essa pessoa ou essa família, faria o devido controle no planejamento, na execução da obra, examinando inclusive o material usado. Por que será que quando é uma obra pública não acontece a mesma coisa. Certamente, é que nós, brasileiros e brasileiras, não observamos esses defeitos. Dá impressão que achamos que tal falta de qualidade das obras públicas entregues à população, faz parte da própria obra.

É claro que outros povos pelo mundo afora não pensam e agem da mesma forma. É, sobretudo, a atitude dos próprios governantes que têm maior responsabilidade, quanto à entrega das obras públicas para a população se servir delas, Quem, por exemplo, teve a chance e a oportunidade de transitar por rodovias ou autoestradas da Alemanha, França, Itália para perceber o que estou afirmando. Pode-se andar por quilômetros, sem sentir solavancos ou topar com buracos.

O que será que acontece de diferente, entre nós? Creio que não é só o material utilizado. Mas, principalmente, a falta de qualidade na execução da obra pública. É claro que para isso é necessária uma fiscalização adequada e eficiente. Afinal, está em jogo o dinheiro público, a qualidade da administração pública e o controle da própria população. Tudo isso porque o governo e o povo fazem questão de ter e apreciar o controle de qualidade de tudo o que é feito. Inclusive, o que o governo faz. Por isso, temos que aprender também a exigir mais qualidade em tudo o que é feito com nosso dinheiro que o Estado nos tira, sem dó e piedade. Portanto, podemos bradar: Cadê a qualidade da obra feita?

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