Candidato a deputado estadual: Jean Pirola defende que eleitor vote em candidatos de Brusque

Vereador do PP participa de sua primeira eleição à Assembleia Legislativa em 2018

Candidato a deputado estadual: Jean Pirola defende que eleitor vote em candidatos de Brusque

Vereador do PP participa de sua primeira eleição à Assembleia Legislativa em 2018

Idade: 40 anos
Naturalidade: Criciúma
Profissão: vereador
Grau de instrução: Ensino Superior Completo
Religião: Católico
Nome na urna: Jean Pirola
Número na urna: 11444
Candidato a presidente: Jair Bolsonaro (PSL)
Candidato a governador: Gelson Merísio (PSD)

Jean Pirola está no seu segundo mandato como vereador em Brusque. É também advogado e professor universitário. Casado e pai de dois filhos, concorre pela primeira vez a um cargo na Assembleia Legislativa.

Defensor do voto regionalizado, ele acredita que o município não terá força política no estado se não eleger deputados estaduais. Nesta entrevista, ele fala de suas propostas de campanha. Confira.

Assista à entrevista na íntegra:

Por que decidiu ser candidato a deputado estadual?
“Quando me candidatei pela primeira vez a vereador, tinha um objetivo, uma escadinha. Fiz um bom trabalho como vereador, e vim para a reeleição. Se subisse um pouco a votação, era um sinal de que valia a pena dar uma continuidade. Falta representatividade no nosso município, são sempre os mesmos nomes. Além de renovação, estamos buscando a representatividade, ou o aumento da representatividade no nosso município”.

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Qual é o primeiro projeto de lei que pretende propor, caso eleito?
“Temos vários projetos, mas o que nós precisamos primeiramente verificar: já temos uma quantidade enorme de leis no estado, a primeira medida que tem que ser feita é verificar se essas leis estão tendo de eficácia ou não e fazer as suas modificações. O que nós vamos brigar, é claro, é pelas ideias que já temos aqui, como a construção da barragem de Botuverá, o aumento do efetivo da Polícia Militar, a criação da escola da Polícia Militar aqui em Brusque.

Qual será seu investimento prioritário com os recursos de suas emendas parlamentares? Elas serão aplicadas 100% na região?
“Com certeza temos essa ideia de trazer os recursos para a nossa região. Quando eu falo a nossa região, é Brusque, Guabiruba e Botuverá. E os recursos, no nosso ponto de vista, tem que ser aplicados nas situações que mais trazem preocupações para o nosso município, por exemplo a nossa saúde, se não está no vermelho, a corda está no pescoço. Sabemos da questão da Defesa Civil, que só é lembrada quando chove, depois fica esquecida. Essas são as áreas basicamente que nós vamos lutar pelas emendas”.

Qual o principal problema de Santa Catarina hoje, e o que pode fazer para combatê-lo?
“Todos os estados hoje são carentes de recursos. Brasília recebe a maior quantidade de recursos, o estado sendo o segundo e os municípios os últimos a receber. São dois problemas, um é a saúde, o governo do estado, se não deve pra todos os municípios, mas boa parte deles. E outro é a falta do efetivo da segurança pública. O estado realmente tem que gerir melhor a segurança pública e principalmente a saúde, que nós vemos que é um gargalo no nosso estado”.

A Assembleia Legislativa foi avaliada como a terceira mais cara do país. O que pode fazer para mudar essa realidade? Está disposto a abrir mão de privilégios?
“Isso é uma vergonha para o nosso estado. É mudar o pensamento, o comportamento que é utilizado hoje na Assembleia, as diárias, o deputado está em Florianópolis, volta para sua cidade de origem e pega diária, isso é um absurdo. Enquanto o próprio político não colocar a mão na consciência que tem que utilizar de forma correta o dinheiro público, não vamos conseguir sair dessa patamar, mas eu vou lutar bastante pra que isso venha ocorrer na nossa Assembleia”.

O senhor defende que o eleitor vote somente em candidatos da região. Por quê? Não buscará votos fora de Brusque?
“Faço uma campanha para que o eleitor escolha candidatos daqui, é porque justamente a nossa microrregião é carente de representatividade. Buscamos conversar com a população, conscientizar as pessoas que não adianta você votar lá num candidato de Joinville, de Florianópolis, porque ele vai trabalhar com certeza em primeiro lugar para a sua região, e a nossa novamente vai ficar para trás. É claro que buscamos votos em outras regiões, até porque a eleição é estadual, porém o nosso foco maior é aqui. Temos muitos candidatos no município, olha o histórico, olha o passado dessa pessoa, primeiro se ele tem ficha limpa”.

O seu partido é o mais investigado na operação Lava Jato. O senhor defende a ficha limpa, por que permanece no partido?
“Cheguei a cogitar uma mudança de sigla, com certeza. Continuei no PP porque o de Santa Catarina talvez seja o que não tem ou tem o menor índice de investigados [ver checagem]. Tínhamos um deputado federal e que o próprio partido excluiu da sua base porque foi realmente envolvido em corrupção. O PP é um partido que as pessoas acreditam ainda nas pessoas que estão no partido. Sempre deixei bem claro, independente do partido, se a pessoa deve, que pague pelos seus erros, que pague com cadeia. As pessoas que estão nos partidos a grande maioria é boa, não chega a 10% dos que estão ali os que tem envolvimento com algum tipo de denúncia”.

De onde vem os recursos para financiar sua campanha, e quanto pretende investir nela?
“Os recursos que estão vindo são do partido, que está encaminhando para nossa conta. Temos algumas doações privadas, poucas, porque hoje é muito difícil as pessoas doarem para campanhas políticas. Hoje está girando em torno de 40 mil reais, e é o valor que vou utilizar. E também doação minha, de recursos próprios” [ver checagem].

O governo estadual tem déficit de profissionais em áreas de segurança pública. Ao mesmo tempo, está com os gastos com pessoal estourando o limite. Como prover esses cargos sem estourar as contas públicas?
“Primeiramente o governo do estado tem que fazer uma avaliação se vale a pena a quantidade de cargos comissionados. Se diminuir um cargo comissionado pode aumentar um policial ou um bombeiro na rua, um médico no IGP. Temos que ajudar o governo a compactar essa quantidade de cargos existentes para poder gerir em outro local. Quando se verifica a quantidade de cargos que tem nas ADRs, e a quantidade de pessoas que faltam na segurança pública, só aí já tem uma proposta para solucionar essa questão”.

Enquanto vereador, trabalhou pela aprovação de leis em defesa do consumidor, mas não vemos uma fiscalização do cumprimento dessas leis. Como mudar essa realidade?
“Sempre fui um defensor do direito do consumidor. Fizemos projetos voltados à defesa do consumidor. Essa falta de fiscalização muitas vezes leva a Câmara e a Assembleia a ter que cobrar algo que o estado deveria cobrar. É uma vergonha a parte de fiscalização da Agência Nacional de Telecomunicações, eles pegam a informação das próprias empresas de telefonia, por exemplo. Enquanto não tivermos uma fiscalização efetiva no cumprimento da lei, vamos estar fadados sempre a ter cobranças. Quando se tem iniciativa, quando se tem vontade de fiscalizar, a coisa anda, quando não se tem vontade, os bons projetos acabam ficando na gaveta”.

Teme uma rejeição dos eleitores se tiver que deixar o mandato para assumir a cadeira na Assembleia?
“O que eu não aceito é o vereador assumir uma cadeira de secretário municipal, sou totalmente contrário a isso. O vereador que o coloca o seu nome e depois desiste da cadeira para assumir uma secretaria está deixando seu eleitor de lado. Diferente deste formato. A gente sabe das amarras do vereador, como deputado está num patamar superior, jamais vou deixar de ser um fiscalizador. Se eleito for, vou subir de patamar. Teremos condições de trazer verbas, de fazer um trabalho regional, não vejo esse problema com o meu eleitorado”.

Existe a possibilidade de ser candidato a prefeito em 2020?
“Não é um objetivo traçado. Faço parte de um partido, de um bloco de partidos que da sustentação à base do governo e não podemos nunca falar nunca, mas não é um objetivo atual. Meu objetivo sempre foi o Legislativo, não penso neste momento em disputar uma cadeira para prefeito, mas não posso dizer que não, depende da vontade do popular, da vontade do meu partido”.

Como avalia a política de renúncia fiscal do governo do estado?
“Ela tem que ser olhada com dois olhos: se está atingindo o objetivo e se as empresas que recebem estão cumprindo o que foi acordado com o estado. Tem que trazer benefício para a sociedade, seja aumento de renda, criação de empregos, construção de alguma coisa pública. Tem que verificar: se está sendo utilizada de forma correta, concordo com a isenção fiscal, desde que ela seja geral e não para a, b ou c”.

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Existe um projeto de lei em tramitação na Assembleia que acaba com o critério político para nomeação dos conselheiros do Tribunal de Contas. Qual a sua avaliação sobre o tema?
“Sempre fui da meritocracia, as pessoas para atingirem os principais patamares tem que ter mérito, hoje no Brasil não funciona desta forma, as indicações políticas muitas vezes não foram acertadas. Os critérios de hoje eu não concordo. Um cargo de nomeação tem que ter critérios de meritocracia”.

O candidato arrecadou em torno de R$ 40 mil para sua campanha eleitoral?
Um pouco mais. Até o dia em que esta entrevista foi feita – 21 de setembro – Pirola havia arrecadado R$ 51,1 mil para sua campanha, entre recursos próprios, do fundo eleitoral e uma doação de pessoa física. Posteriormente, recebeu mais recursos do fundo eleitoral, e sua arrecadação total, até o momento, é de 87,1 mil.

O PP de Santa Catarina é o que tem o menor número de investigados na Lava Jato?
Impreciso. Atualmente há 32 políticos que são ou foram filiados ao PP investigados na operação Lava Jato. Em Santa Catarina o único nome citado é do ex-deputado João Pizzolatti. No entanto, outras unidades da federação o partido possui também apenas um investigado, e em outros não há nenhum nome ainda na mira das investigações.

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