Candidato a deputado estadual: Serafim Venzon defende mais cobrança do eleitor sobre os políticos

Deputado estadual do PSDB, único representante da região, tenta mais uma reeleição à Assembleia

Candidato a deputado estadual: Serafim Venzon defende mais cobrança do eleitor sobre os políticos

Deputado estadual do PSDB, único representante da região, tenta mais uma reeleição à Assembleia

Idade: 65 anos
Naturalidade: Botuverá
Profissão: Deputado estadual e médico
Grau de instrução: Ensino Superior Completo
Religião: Católico
Nome na urna: Serafim Venzon
Número na urna: 45145
Candidato a presidente: Geraldo Alckmin (PSDB)
Candidato a governador: Mauro Mariani (MDB)

Serafim Venzon é natural de Botuverá, mas construiu sua carreira em Brusque. Casado e pai de dois filhos, ele concorre ao quarto mandato na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

Concomitantemente à atuação como deputado, mantém também um consultório médico no município. Ele já foi vereador, vice-prefeito e ainda deputado federal. Diversas vezes especulado para ser candidato a prefeito, missão da qual sempre declinou.

Nesta entrevista, ele explica suas propostas e porque quer mais um mandato como deputado.

Assista à entrevista na íntegra:

Por que decidiu ser candidato a deputado estadual novamente? O que pode fazer, que ainda não fez nesses últimos mandatos?
“Apesar de já ter feito muito, conheço as realidades, conheço as dificuldades pra fazer, conheço a burocracia do governo. Tem muita coisa para mudar, e sempre teremos, e já mudamos e evoluímos muito. Como político já participei de todas essas mudanças, mas vejo que ainda há muita coisa para fazer. Tenho 65 anos e tenho capacidade, força e com o apoio das pessoas que votam, não vai me faltar coragem para mudar ainda algumas coisas importantes que precisam ser mudadas”.

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Qual sua avaliação sobre o número de candidaturas de Brusque? Há candidatos que querem fazer apenas um trampolim para 2020?
“De certa maneira isso é bom, porque se houvesse um candidato só, a gente não precisaria nem fazer eleição. A eleição justamente existe para que as pessoas escolham quem quer que represente”.

De R$ 5,8 milhões em emendas destinadas pelo senhor no orçamento impositivo de 2018, R$ 700 mil foram para Brusque, Guabiruba e Botuverá. Acredita que deu atenção suficiente para a região?
“Dos R$ 6 milhões, 700 mil e pouco para Brusque, se for só isso, é muito pequeno. Mas nos últimos oito anos, aqui pra Brusque, veio mais ou menos o seguinte, se eu somar passa de R$ 350 milhões. A duplicação da Antônio Heil, o Centro de Tecnologia, o acesso a Guabiruba. Então a gente não pode se propor a dizer: vou transferir as emendas impositivas pra Brusque, até porque quem se elege deputado daqui de Brusque, ele é deputado do estado de Santa Catarina. E a emenda impositiva é uma quirela para o deputado também se fazer presente em diversos lugares do estado. Por exemplo, eu dei [recursos] para Nova Trento, São João Batista mudou, Blumenau, Itajaí”.

Existe uma sensação de que falta representação política para Brusque. Como o senhor explica essa sensação de que falta representatividade?
“Essa sensação é uma coisa importante. Eu falei daquilo que nós recebemos nos últimos oito anos. Nessa região que eu falei, que veio os R$ 350 milhões, tem 170 mil habitantes. Em termos de repasse de recursos estamos acima da média. Acredito que muita gente acredita em mim e tenho correspondido, então Brusque está sim bem representada. Alguém pergunta: por que não tem quimioterapia em Brusque? É porque falta representatividade? Não. É porque se tivesse um serviço de radioterapia em Brusque, ele seria insuficiente, ele criaria um hall insuficiente até para justificar aquele tipo de serviço, e o serviço acabaria sendo ruim”.

Então na avaliação do senhor o tratamento oncológico é melhor prestado se ele ficar só em Itajaí e Blumenau e não no Hospital Azambuja?
“Existem condições técnicas para fazer um tratamento de coração, por exemplo, no Hospital Azambuja? Podemos colocar. Só que vai criar um número tão pequeno de procedimentos, e o médico quando faz também aprende, então é muito mais seguro transferirmos o paciente para o Marieta do que colocá-lo no Azambuja. É melhor pra quem? Para o povo, porque vai ser um serviço que lá no Marieta, a equipe médica que vai atender tem uma vasta experiência. E assim é com a radioterapia, a quimioterapia. Por isso que os serviços não estão aqui, porque não é tecnicamente vantajoso para as pessoas”.

A Assembleia Legislativa foi avaliada como a terceira mais cara do país. O senhor recebe um auxílio moradia de R$ 4 mil e neste ano os seus gastos foram de R$ 219 mil em verba de gabinete. Está disposto a abrir mão de algo ou esses benefícios devem continuar como estão?
“Primeiro, nós já tomamos vários procedimentos, tinha mil funcionários na Assembleia. Aprovamos a resolução pra ter só 400. Vou falar do auxílio-moradia, nós vivemos numa cultura VIP, numa cultura de privilégios, a estrutura do governo, todo mundo quer um tratamento VIP. O deputado que disser que vai devolver o auxílio-moradia estaria iludindo o povo. O que nós temos que lutar é o que tem 52 mil pessoas que ganham auxílio-moradia. Sabe quantos deputados têm? 1.024 deputados estaduais, do Brasil inteiro, 513 deputados federais e 81 senadores. Se somar não dá dois mil? O meu eleitor tá certo quando aperta. Eu tenho auxílio-moradia, não vou defender a teoria de que vou devolver o meu, nós vamos defender a teoria de acabar com isso, mas não só com isso, mas com outros privilégios”.

O senhor é contra ou a favor da manutenção das Agências de Desenvolvimento Regionais? Por quê?
“Visitei algumas vezes as secretarias regionais e o sentimento era de vergonha do servidor que estava lá. Se você for lá, não tem o que fazer. A secretaria regional não é nada. Aqui em Brusque se gastava R$ 10 milhões por ano e o Hospital Azambuja tinha que pagar R$ 1,9 milhão das cirurgias e não tinha. Mas a ADR gastava 10, 12 milhões em folha de pagamento durante o ano. Por isso que essas mudanças importantes terão que ser feitas”.

De onde vem os recursos da sua campanha e quanto pretende investir?
“Estou usando recurso meu, de alguns familiares, dos irmãos por exemplo, dos amigos, terceiro, de parceiros, por exemplo o [candidato a] senador Jorginho Melo está contribuindo comigo no sentido de ajudar a pagar as contas que tem que pagar, e o próprio partido. Quanto que quero gastar? Na verdade não quero gastar nada, então eu vou pagar tudo aquilo que eu for obrigado, mas estou contando com a colaboração dos amigos”.

O senhor votou favorável à criação de cargos comissionados no Tribunal de Justiça, proposta que foi bastante criticada. O que o levou a apoiá-la?
“Quando trabalho tem vezes que chego a meia noite em casa, e lá está meu motorista, meu assessor. O servidor efetivo tem hora para começar e hora para terminar. O juiz tem vez que está fora de hora trabalhando, e qual a reclamação deles: eu preciso que ele esteja ajudando para concluir. Cadê o funcionário? Já deu a hora. O que votamos é que ele pode ter um assessor para quando ele precisar, sábado, domingo, de noite, para qualquer atividade que extrapole o horário. Demos autoridade para o juiz poder fazer mais. Os processos vão andar mais depressa”.

Por que o candidato do seu partido à Presidência, Geraldo Alckmin, não decola nas pesquisas?
“Quem for para São Paulo vai ver que lá as coisas funcionam. Alckmin é fruto dessa cultura. Eu entrego a chave do Brasil para ele. Mas ele tem que ganhar a eleição. Eu acho que nessas quase três semanas que estão faltando, o povo vai fazendo uma reflexão, e aí vai escolher, tenho certeza que vai escolher o que for melhor”.

O senhor é favorável ao fim do critério político para escolha dos conselheiros do TCE-SC?
“Temos que acabar com essa história da raposa cuidar do galinheiro, até agora é assim. Quem tem que decidir se o prefeito fez certo ou não é o vereador, não o Tribunal de Contas. Porque um carinha lá que não tem nada a ver, que não conhece o município, vai lá é decide que o prefeito está errado. Tudo que ele fez certo pode estar errado, dependendo da opinião do conselheiro, que é um cara político, e o cara político está lá para ferrar o cara”.

Qual a sua opinião sobre a política de renúncia fiscal do estado, no qual ele abre mão de arrecadação para beneficiar empresas privadas?
“Se nós fossemos escolher um santo hoje, teríamos que fazer um desenho da transparência. Até este ano não precisa da aprovação do deputado para conceder isenção. Por pressão popular, a partir do ano que vem, cada centavo que for isentado o governador vai ter que pedir a autorização para a Assembleia. O governo hoje gasta mais do que arrecada. Se nós acabarmos com as isenções ia sobrar dinheiro”.

Nos últimos oito anos “veio R$ 350 milhões” para região?
É provável. Venzon soma os valores destinados a inúmeras obras e ações que têm como origem o governo do estado, como a duplicação da rodovia Antônio Heil. A atuação específica do deputado em cada uma das iniciativas não pode ser mensurada. De modo geral, os parlamentares atuam com influência política junto ao governo.

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A Assembleia Legislativa tinha mil funcionários e os deputados aprovaram resolução para reduzir o número para 400?
Quase isso. Em outubro de 2015, os deputados estaduais aprovaram a extinção de 411 cargos efetivos de nível médio do quadro funcional da Assembleia Legislativa, uma redução de quase 50% do quadro de pessoal concursado. Antes eram 828. Esses cargos estão sendo extintos gradualmente, à medida que seus ocupantes se aposentam.

52 mil pessoas ganham auxílio-moradia no país?
Inconclusivo. Não foi possível chegar ao número informado pelo candidato. Além de membros do Legislativo de todo o país (1.024 deputados estaduais, do Brasil inteiro, 513 deputados federais e 81 senadores), mais de 17 mil juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores recebem auxílio-moradia. Ao fim de 2018, o valor total gasto no ano pode ultrapassar os R$ 897 milhões, caso todos esses magistrados mantenham seus benefícios. Os dados são resultado de um levantamento realizado pela Agência Pública com base nas informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e dos próprios tribunais.

A Secretaria de Desenvolvimento Regional gastava entre R$ 10 e 12 milhões em folha de pagamento ao ano?
Quase isso. Em 2015, enquanto ainda era SDR, foram gastos R$ 12,12 milhões durante todo o ano na manutenção e na folha de pagamento.

Em 2016, por sua vez, já como ADR, as despesas foram no montante de R$ 12,72 milhões durante todo o ano, segundo dados do Portal da Transparência do governo estadual.

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