Candidato a deputado federal: Banana defende “aposentadoria” de políticos e apoio ao voluntariado

Ele concorre a um cargo pela primeira vez pelo PSB

Candidato a deputado federal: Banana defende “aposentadoria” de políticos e apoio ao voluntariado

Ele concorre a um cargo pela primeira vez pelo PSB

Idade: 60 anos
Naturalidade: Santo André (SP)
Profissão: empresário e repórter de TV
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Religião: Católica
Nome na urna: Ernani Godoy/Banana
Número na urna: 4000
Candidato a presidente: Jair Bolsonaro (PSL)
Candidato a governador: Gelson Merísio (PSD)

Natural de Santo André (SP), Ernani Godoy, o Banana, apresentou-se como candidato a deputado estadual pelo PSB de Brusque.

Banana é repórter de um canal de TV e empresário do setor. Tem 60 anos, é casado, tem dois filhos e três netos. Mora em Brusque há 31 anos e pela primeira vez concorre a um cargo político.

Formado em Administração pela Univali, já atuou como radialista e repórter nos meios de comunicação da região.

Nesta entrevista, ele fala sobre as pretensões nestas eleições e suas propostas que serão defendidas durante a campanha. Enfatiza o distanciamento da classe política tradicional, defende a “aposentadoria” dos atuais detentores de mandato e o corte de privilégios.

Assista na íntegra:

Por que decidiu ser candidato a deputado federal?
“Todos nós estamos cansados desta política velha, desses profissionais da política, nós queremos novidades, mais ação, mais envolvimento, e não a cada quatro anos virem com migalhas para nós. Brusque é carente de representatividade política. Chega um momento que temos que agradecer aqueles que estão na política há 20, 30 anos, mas eles não fizeram aquilo que era necessário, as transformações. Eu também ficava só criticando, como muitos criticam, e me cansei disso. Queremos fazer mais e honrar cada voto.”

Caso eleito, qual o primeiro projeto de lei que pretende propor?
“Existe tanta coisa que a gente pensa: por que não fazem isso? A nossa lei tributária faz 14 anos que existe uma conversa para alterar no Brasil, mas fica no diz que me diz. Eu tenho um projeto de ter um percentual de desconto (no imposto pago pelas empresas) de acordo com a quantidade de funcionários contratados. Temos que ajudar esse pessoal a manter os empregos. Um empregador que está gerando emprego tem que ser protegido.”

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O senhor fala em redução da carga tributária. Como fazer isso sem prejudicar a arrecadação do Estado e sua receita para investimentos?
“Nós estamos cansados de ver notícias sobre auxílio-moradia, auxílio-paletó. O problema nosso é o corporativismo. O pessoal que é motorista no Senado começa ganhando R$ 17 mil. Uma ascensorista em Brasília começa ganhando R$ 6 mil. O nosso problema é quebrar os paradigmas do corporativismo. Temos que viabilizar o corte de privilégios, o que se ganha é vergonhoso. Temos um estado gordo, rico, que recebe tudo e distribui muito pouco. Se mexer na carga tributária, um lado vai sofrer. Para mexer na tributação sem sofrer as consequências temos que quebrar o corporativismo, mexer nos privilégios.”

Sua proposta de redução de impostos é viável, tendo em vista que um deputado federal não pode mexer na carga tributária dos estados?
“Temos que ter um ponto de partida, a vontade de fazer e mexer com a opinião pública, mexer com as bases. Se a gente não proteger os empresários, o que vai acontecer? Muitos já estão produzindo no Uruguai, muitos estão deixando de exportar. É difícil como deputado federal mexer na carga tributária estadual, sim, mas se buscarmos através da conversa e do entendimento, creio sim que a gente possa fazer. Não tem uma ingerência direta no estado, mas tem a conversa, a base política.”

Qual será seu investimento prioritário com os recursos de suas emendas parlamentares? Serão aplicadas 100% na região?
“Hoje gira em torno de R$ 7 milhões por ano, no mínimo, de subvenções de um deputado federal. Se ele tem esses R$ 7 milhões, o que pode fazer? Temos um hospital aqui que não é regional mas se torna regional, que é o Azambuja. Um candidato a deputado federal ofereceu recentemente R$ 200 mil, isso é uma miséria, uma vergonha. O Hospital Azambuja precisa de R$ 2 milhões por ano, no mínimo. Com certeza vamos ajudar muito o Hospital Azambuja, a Rede Feminina de Combate ao Câncer, o Lar Menino Deus, Lar Sagrada Família, Escola Charlotte, Apae, todo o nosso voluntariado vai ser protegido.”

Considera que tem conhecimento técnico suficiente em finanças públicas?
“Eu sou formado em administração de empresas, sou empresário e nunca gostei de sombra, nunca vivi de política, estou no meio empresarial há alguns anos como representante comercial e com uma empresa. Obviamente, a gente não sabe tudo. Em gestão pública eu não sou especialista. Mas tenho uma formação acadêmica, muita experiência do dia a dia.”

Que medidas de economia de recursos pretende tomar no seu gabinete? Está disposto a abrir mão de benefícios?
“Seria um contrassenso eu dizer que quero assessores. Nós precisamos de mudança. Eu vejo que um deputado federal, assim como outros cargos, tem os corporativismos. Eu sou contra qualquer privilégio. Quero trabalhar com o mínimo de pessoas necessárias para manter um gabinete. Essa vergonheira de auxílio-paletó, isso não me pertence.”

Por que iniciar a carreira como deputado federal e não como vereador, por exemplo?
“Se o vereador não está ligado ao prefeito, ele não faz nada. Eu nunca fui político e o momento atual oportuniza a mudança. Com todo respeito a todos os vereadores, mas se a pessoa não está na situação ela nao faz nada. Está errado, mas na política brasileira é assim.”

Algumas reformas devem chegar à Câmara dos Deputados. Qual é a mais importante e como ela deve ser feita?
“Temos um percentual de recursos que vem para o município [Reforma Federativa], que é muito pouco, o dinheiro arrecadado vai para Brasilia e não vem de uma forma compensadora. Temos que lutar para quebrar esse estado gordo.”

É favorável à Reforma da Previdência? Qual é o modelo ideal?
“Eu não posso aceitar que um aposentado ganhe cada um R$ 30 a 40 mil de aposentadoria e outro que trabalhou 40 anos como torneiro mecânico ganhe R$ 2,9 mil por mês. É muito injusto. Há um sistema corporativista horrível, uns ganham muito em detrimento de outros que têm a sua aposentadoria achatada. Temos que buscar esse entendimento. A solução do problema é complicada, mas temos que ter um pontapé inicial, buscar o primeiro passo. Para solucionar o problema da previdência a questão é quebrar o corporativismo.”

O seu partido tem políticos de longa data como caciques, como Ciro Roza, Dagomar Carneiro e o prefeito Jonas Paegle. Por que escolheu concorrer pelo PSB? Eles atuarão na sua campanha?
“Eu fui procurado pelo Dagomar [Carneiro], presidente do PSB, que perguntou se eu tinha intenção de concorrer. Eu não vislumbrei um partido, não me preocupei muito com sigla partidária. Gostaria de não ter partido nenhum, tenho um respeito muito grande pelo Dagomar, pelo Ciro Roza, pelo prefeito, estou no PSB mas a minha campanha está livre, está caminhando sozinha. Não tenho proteção nenhuma dessas personalidades políticas.”

Como sua campanha está sendo financiada?
“Estou trabalhando com meus recursos, cheguei a vender até um automóvel, estou buscando apoio para poder arcar com as despesas, não tenho assessores. Estou conversando, fazendo depoimentos pela internet, me comunicando. Nem o santinho consegui fazer ainda, e não tenho vergonha de dizer isso, porque não tenho dinheiro, mas tenho uma vontade muito grande de fazer a diferença.”

Qual foi o principal erro da atual legislatura da Câmara dos Deputados e como propõe corrigi-lo?
“O presidente Temer já era para estar cassado, os deputados não votaram pelo impeachment deste presidente, todo mundo sabe a política suja, como é que é, vimos um deputado federal correndo com uma mala de dinheiro.”

Em relação ao projeto de lei que revoga o Estatuto do Desarmamento. Quando ele for à votação, será a favor ou contra flexibilizar a posse de armas?
“É um contrassenso, uma vergonha uma pessoa falar que temos que se armar. Nessa instabilidade política e econômica que vivemos, imagina um sujeito com uma arma na cinta. Sou totalmente contra essa liberação, tá aí os Estados Unidos, por exemplo. A gente quer que um aluno entre numa escola porque teve bullying e matar o seu filho? Você imagina esse aluno pegando uma arma em casa, somos campeões em inventar história. Não sou contra a posse, principalmente em fazendas e sítios.”


Checamos as informações repassadas pelo candidato:

Um motorista começa a carreira no Senado ganhando R$ 17 mil?
Não, o salário é muito menor. O valor pago atualmente é de R$ 4.304,46. Eventualmente eles recebem gratificações e diárias que não ultrapassam, no total, R$ 2 mil. As informações constam no Portal da Transparência do Senado.

Um ascensorista (profissional que opera elevadores) em Brasília começa ganhando R$ 6 mil?
Não, nem perto disso. De acordo com o portal G1, o Congresso Nacional gasta mais de R$ 5 milhões para manter 74 ascensoristas, profissão cada vez mais incomum no país. Na Câmara, 50 ascensoristas são responsáveis por 20 elevadores. Os salários são de R$ 1,7 mil para uma carga diária de seis horas, além de vale-transporte, assistência médica e odontológica e auxílio alimentação de R$ 27,50 por dia. Já no Senado, 24 ascensoristas controlam 12 elevadores. Com salário um pouco mais baixo, R$ 1,5 mil, mas com benefícios semelhantes.

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Cada deputado federal tem emendas parlamentares na casa dos R$ 7 milhões ao ano?
Não, é muito mais. De acordo com o Orçamento da União,  os parlamentares têm uma verba total de R$ 8,8 bilhões em emendas individuais em 2018 – que pela Constituição o governo é obrigado a executar -, o que resulta numa cota para cada um dos 513 deputados e 81 senadores de R$ 14,8 milhões. Posteriormente, mais cerca de R$ 5 bilhões foram remanejados para atender a pedidos de última hora, aumentando o montante.

Há 14 anos são discutidas mudanças na legislação tributária no Brasil?
Exato. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 293/04 foi apresentada em 2004. Ela estabelece limites e mecanismos de aferição da carga tributária nacional, considerando a receita tributária de estados e municípios, o Produto Interno Bruto (PIB) e a dívida pública.

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