Casal fica 16 minutos ao telefone tentando denunciar carro em zigue-zague à PRF

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, central de atendimento em Florianópolis estava sobrecarregada

Casal fica 16 minutos ao telefone tentando denunciar carro em zigue-zague à PRF

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, central de atendimento em Florianópolis estava sobrecarregada

Mais de 16 minutos de angústia ao telefone e uma noite de frustração. Assim foi o sábado, 1º, de um casal blumenauense que flagrou um motorista trafegando em zigue zague pela BR-470 na região do trevo do Badenfurt. Eles tentaram fazer denúncia ao telefone 191 da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mas não conseguiram atendimento.

No vídeo, feito pela passageira do veículo, é possível observar o carro à frente deles indo para o acostamento e até se aproximando da pista contrária, colocando os demais motoristas em risco. O veículo aparenta trafegar em baixa velocidade.

“Nós estamos na BR e o risco é iminente. Seja por embriaguez, seja por uma questão de doença ou o próprio sono… Estamos iminentemente correndo risco de morte”, lamenta Richard Correia, motorista do carro que estava logo atrás do veículo em direção perigosa.

Segundo ele, o estranhamento começou antes mesmo de eles repararem no automóvel em questão, por volta das 20h. Um micro-ônibus que estava à frente do carro de Richard mudava a velocidade constantemente.

“Ora ele estava a 20 quilômetros por hora, ora a 60 quilômetros por hora, e a gente não tava entendendo o que tava acontecendo. […] Até que ele conseguiu ultrapassar e a gente viu que tinha um veículo na nossa frente”, relata.

De acordo com Richard, o principal objetivo dele e da esposa, que gravou o vídeo e fez a ligação para a Polícia Rodoviária Federal, era alertar as pessoas sobre o risco.

Sem atendimento

Foram mais de 16 minutos em ligação com a PRF, porém nenhum agente atendeu. Richard relata que a espera da central chegou a anunciar que eles estavam em primeiro lugar na fila para atendimento. Porém, a ligação caiu e os denunciantes tiveram de começar tudo outra vez.

No trevo do Badenfurt, o motorista virou à esquerda na direção de Pomerode.

“Em determinado momento, conseguimos nos colocar ao lado dele, retrovisor com retrovisor e pedir para que ele parasse. Ele parou, ficou olhando pra nós e disparou com o carro embora”, conta o motorista, que resolveu seguir o veículo após o ocorrido.

Richard continuou “escoltando” o motorista até que saísse da rodovia. Em seguida, foi até o posto da PRF de Blumenau, ainda com a chamada em espera.

“Os dois agentes olharam pra gente perplexos: ‘Como vocês estão na espera da ligação e não estamos recebendo a ligação aqui?!’. Daí o agente do lado explicou que ia pra central, em Florianópolis. Só depois encaminham pra Blumenau, então o sistema é muito falho”, critica.

O motorista aproveitou a situação para fazer um alerta a todas as pessoas, não apenas os motoristas, para prestar atenção na situação de quem irá dirigir. Especialmente nas rodovias da região, que já possuem números altos de acidentes.

“Não estou aqui pra julgar o condutor em nenhum momento, mas precisamos prestar atenção em como o nosso familiar que está dirigindo está, qual a situação dele. Tanto de saúde quanto psicologicamente”, alerta Richard.

Posição da PRF

De acordo com o chefe do Núcleo de Comunicação da Polícia Rodoviária Federal, Luiz Graziano, a dificuldade da corporação em atender todas as ligações é algo que vem acontecendo há algum tempo.

Segundo ele, muitas pessoas estavam ligando na noite de sábado para conseguir informações sobre a chuva, o estado das rodovias ou fazer outras denúncias, deixando a central sobrecarregada.

A solução buscada pela PRF é contratar novos atendentes, para que o alto número de ligações possa ser atendido e outras pessoas não precisem ficar em risco como neste fim de semana.

De acordo com Graziano, uma licitação já está sendo feita para melhorar a situação da central de atendimento.

Motorista nega perigo

A reportagem de O Município Blumenau conseguiu localizar o motorista que aparece nas imagens. Ele não quis se identificar, negou-se a dar entrevista e informou apenas que não estava dirigindo de maneira perigosa. Segundo o condutor, como havia lâmpadas queimadas no carro, ele precisava trafegar lentamente devido à chuva.

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