Caso Laser Fast: defesa abandona processo e clientes de Brusque não veem chances de ressarcimento
Ações trabalhistas chegam a R$ 76 milhões
Ações trabalhistas chegam a R$ 76 milhões
A defesa da Laser Fast, empresa de depilação a laser alvo de inúmeros processos judiciais em todo o país, renunciou a todas as ações há cerca de seis meses. Desde então, a empresa não apresentou novos advogados para representá-la nos processos por golpe. Nesse cenário, os clientes de Brusque continuam sem respostas e não veem mais chances de ressarcimento.
As informações são do advogado Márcio da Rocha Tubino, que representa um caso em Brusque e outros seis em Santa Catarina. Ele afirma que, no momento, o juizado está pressionando os advogados envolvidos a indicar endereços da empresa para o envio de intimações. Porém, segundo Márcio, a Laser Fast fechou todas as filiais no Brasil.
“Não temos os endereços, porque eles fecharam tudo no país e sumiram. Parece que foram para os Estados Unidos e abriram uma loja lá. Não há nenhum endereço válido para citação, nem mesmo um domicílio eletrônico. Ou seja, abandono total”, diz.
A reportagem de O Município foi até a rua Pedro Werner, local onde a empresa anunciou, no início do ano, que iria reabrir. Foram encontradas salas comerciais vazias e sem nenhuma placa de identificação.
No Google, a rua ainda consta como endereço da filial. Além disso, o número de telefone para contato está indisponível. O espaço para manifestação da empresa segue aberto.


Atualmente, a única atualização é o número de processos contra a Laser Fast, que continua aumentando. Márcio afirma que, apenas em ações trabalhistas, o número chega a 1.786 e ao montante de R$ 76 milhões. Segundo o advogado, o valor médio de cada ação é R$ 72 mil.
“Em mais de 20 tentativas de bloqueio judicial, em processos já em fase de execução, não foi encontrado nenhum valor nas mais de 20 contas investigadas”, diz.
A única medida efetiva obtida pelo advogado foi uma decisão judicial para apreender cerca de seis equipamentos de laser usados nos atendimentos, avaliados em cerca de R$ 200 mil.
“Esse valor [dos equipamentos] é irrisório. É um estelionato, não precisa nem comprovar muito. A questão agora é mais criminal do que trabalhista, porque vai ser muito difícil receber esse dinheiro de volta. Há milhares de boletins de ocorrência contra eles. Tem que haver uma prisão em breve. É impunidade no nível mais alto”, diz.
“Estou pedindo a suspensão dos processos em fase de execução por 90 dias para tentar, nesse período, localizar os responsáveis ou bens que possam ser penhorados”, finaliza.
O caso da Laser Fast chegou ao conhecimento da reportagem em janeiro deste ano, com o relato de duas consumidoras de Brusque que denunciaram a empresa, além de inúmeras reclamações nas redes sociais.
As denúncias se baseiam na falta de contato com a empresa e no fato de que a filial não atendia mais na avenida Otto Renaux, no Centro. Após a publicação de O Município sobre o caso, a empresa afirmou que havia mudado para a rua Pedro Werner e que, por falta de funcionários, não havia atendimento pelo WhatsApp.
Já em março, um mês após anunciar a reabertura, os clientes de Brusque continuavam sem resposta. Casos parecidos repercutiram na imprensa nacional, com reportagens da TV Tem, afiliada da Rede Globo no interior de São Paulo, e do G1, relatando que a empresa tinha mais de 2 mil reclamações no Procon e havia fechado, deixando consumidores no prejuízo em Bauru.
Casos semelhantes também foram registrados pela imprensa em Patos (PB) e Ourinhos (SP), em fevereiro, em Assis (SP), em janeiro, em Campina Grande (PB), em julho de 2024, e em Jataí e Rio Verde (GO), em agosto do ano passado.
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