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Casos de alagamentos na Travessa Dom Joaquim serão denunciados ao Ministério Público

Obstrução na tubulação é indicada como causa dos problemas; nesta semana, duas casas foram afetadas

Casos de alagamentos na Travessa Dom Joaquim serão denunciados ao Ministério Público

Obstrução na tubulação é indicada como causa dos problemas; nesta semana, duas casas foram afetadas

A cada nova chuva intensa, o medo dos moradores da Travessa Dom Joaquim se renova. Com as ocorrências desta semana, famílias tiveram os pátios invadidos pela água e, em alguns casos, o interior das casas foi atingido.Durante a manhã desta terça-feira, 15, eles aproveitavam para fazer a limpeza e secagem dos móveis. O caso deve ser debatido com o Ministério Público.

Em muitos casos, para evitar transtornos, como os de dezembro, comportas foram instaladas nas portas das casas. Entre os imóveis atingidos, mais uma vez estava o de Laura Ismanioto, 69. Desde de dezembro, ela contabilizou 22 dias com água dentro do pátio da casa. Mesmo com o uso de bombas para tentar limpar a área, três noites seguidas de chuva tornavam o esforço improdutivo.

Com a chuva desta segunda-feira, a idosa passou até as 3h acordada. Intercalava o tempo entre monitorar o avanço da água no pátio e os pedidos de proteção. “Esta noite, sentei na janela com meu terço para rezar. Até acendi uma vela para que Nossa Senhora não deixasse que a água entrasse aqui na casa”.

Além da proteção divina, a recorrência de alagamentos fez com que ela colocasse comportas de ferro e borracha nas três portas da casa. Foram as estruturas que impediram que a cozinha dela fosse alagada. Neste início da semana, os fundos do imóvel estava inacessível pela água.

Marcelo Gouvêa

Situação crítica
Para o secretário de Obras, Ricardo de Souza, o contexto enfrentado pelos moradores do bairro é crítico. Ele reforça a existência de obstruções na tubulação, mas sem autorização para fazer a manutenção em uma área de condomínio, foi solicitado um laudo Defesa Civil sobre a situação do local.

O material deve ser encaminhado para a Promotoria do Meio Ambiente, devido o acúmulo de água recorrente. Além dos órgãos,de acordo com o secretário, a Vigilância Sanitária também acompanha o desfecho do caso.

Durante a quinta, sexta e sábado, equipes da secretaria fizeram o escoamento da água do local, mas sem sucesso. Na avaliação de Souza, o caso só seria solucionado com a abertura e troca da tubulação existente. “É uma situação que está gerando um problema e eu não tenho como fazer manutenção sem uma autorização”.

Segundo o diretor da Defesa Civil, Carlos Alexandre Reis, o laudo deve reforçar as ações feitas na Travessa Dom Joaquim e esclarecer o caso à promotoria. O documento deve ficar pronto entre esta terça-feira e quarta-feira.

Em conversas com moradores do entorno, ele afirma que a situação se agravou há cerca de um ano e meio, com a finalização de construções sobre a faixa sanitária. “Hoje não se consegue mais fazer a manutenção, justamente, por conta das construções”.

Marcelo Gouvêa

Transtornos
Na casa de Enedina Nunes moram oito pessoas. O imóvel já havia sido atingido pela água em dezembro, quando a parte da família estava em viagem para o Rio Grande do Sul e a cozinha foi atingida. Por sorte, os filhos conseguiram evitar prejuízos. Desta vez, já no sábado, 12, eles haviam passado por transtornos, mas haviam conseguido subir parte dos móveis.

A família não conseguiu agir a tempo nesta semana e parte dos itens que estavam na área da casa foram atingidos. A limpeza começou logo nas primeiras horas da manhã. Enedina alertava para o mal cheiro da água e o risco de novos alagamentos. Segundo ela, por poucos centímetros que a água não entrou na cozinha.

“Sábado, pela madrugada, eu acordei e minha máquina estava boiando, aí conseguimos retirar as coisas. Ontem, aconteceu de novo”, afirma Enedina, que mora há um ano no local. Ela atribui o problema à limitação de pontos de escoamento, como “bocas de lobo”, além de problemas na tubulação existente.

 

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