Celesc alega que custo inviabiliza implantação de rede subterrânea

Segundo a empresa, o valor total de uma obra de enterramento da rede elétrica é 10 vezes maior do que o custo de construção de um sistema aéreo convencional

Celesc alega que custo inviabiliza implantação de rede subterrânea

Segundo a empresa, o valor total de uma obra de enterramento da rede elétrica é 10 vezes maior do que o custo de construção de um sistema aéreo convencional

As redes subterrâneas de distribuição de energia oferecem vantagens não apenas estéticas, mas de segurança e proteção dos fios e cabos, já que nas redes aéreas convencionais eles ficam vulneráveis a raios, árvores e galhos que caem durante os temporais comuns nesta época do ano. No entanto, o maior empecilho do sistema de cabos enterrados é o alto custo de implantação. Segundo a Celesc, o valor total de uma obra de enterramento da rede chega a ser 10 vezes maior do que o custo de construção de um sistema aéreo convencional.

“A rede subterrânea acaba sendo muito mais cara que uma rede aérea. Uma rede convencional, com cabo de maior espessura e com os equipamentos necessários custa, em média, R$ 150 mil o quilômetro. Já a rede subterrânea, com pouco menos de um quilômetro chega a custar R$ 1,7 milhão”, diz o engenheiro eletricista e gerente de projetos e construção de redes de distribuição da Celesc, Walério Sandro da Costa Moreira.

Por isso, são poucas as cidades do estado que já contam com este tipo de rede de distribuição. “Temos aproximadamente 1.200 quilômetros de rede subterrânea em todo o estado. Cidades como Florianópolis, Joinville, Itajaí, Blumenau, Criciúma, Lages e Jaraguá do Sul são as cidades que têm este tipo de rede. Normalmente, a construção dessas redes subterrâneas são parcerias com o governo do estado”, afirma.

De acordo com ele, não há previsão de instalação de rede subterrânea de distribuição de energia elétrica em Brusque. “Alguns loteamentos particulares já tem esse tipo de rede, mas no município de Brusque, para o abastecimento da população não temos, e não há planos”.

Ele explica que por ser uma concessionária de energia regulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Celesc precisa seguir alguns critérios na hora de enterrar a rede elétrica. “Uma das premissas da Aneel é que os investimentos que a concessionária precisa fazer para a população, devem ter o menor custo global para atendimento técnico da necessidade em questão. Por isso, a Celesc não pode, simplesmente, fazer um projeto para enterrar toda a rede elétrica do centro de Brusque sem uma justificativa técnica plausível. Se não tivesse mais condições da rede existente na cidade continuar sendo aérea, aí sim, a Celesc poderia passar por uma rede subterrânea, caso contrário, não”, justifica.

O alto custo da rede subterrânea é uma das principais justificativas também para a baixa utilização deste tipo de sistema em obras públicas. “Apesar das vantagens da rede subterrânea, é inviável para a prefeitura investir neste tipo de sistema em suas obras. O custo ficaria muito mais elevado”, afirma o diretor do Departamento Geral de Infraestrutura (DGI), Artur Antunes Pereira.

A implantação de redes subterrâneas de energia elétrica é feita por meio de abertura de valas para instalação de dutos diretamente enterrados. Para manutenção, é necessária a qualificação de profissionais especializados na área, além de equipamentos próprios para localização de falhas e diagnóstico dos cabos. Os cuidados a serem considerados com este tipo de instalação são principalmente com obras em vias públicas que podem ocasionar a perfuração de dutos e cabos.

Vantagens

Apesar do alto custo, a rede subterrânea apresenta benefícios, principalmente para o consumidor. De acordo com Moreira, entre as principais vantagens do sistema está o baixo índice de interrupção de energia, ocasionado, na maioria das vezes, por quedas de árvores.

“Temos o aspecto estético, já que esta rede não tem poste, fios e cabos pendurados, além da redução significativa das interrupções que acontecem no sistema elétrico. As redes subterrâneas são muito mais robustas do que a rede aérea e não têm o problema com as árvores em dias de tempestade, com isso, o índice de interrupção do fornecimento de energia é infinitamente menor do que da rede aérea”, diz.

Ele ressalta ainda que o valor de manutenção da rede também é menor do que o sistema convencional. “Quando se constrói esse tipo de rede, diminuímos o custo de manutenção com poda de árvores e deslocamento de pessoal para atender emergências”.

O engenheiro destaca também a redução na incidência de furtos de energia elétrica. “Quando se constrói a rede subterrânea, diminui a quantidade tanto do roubo de fios, quanto das ligações ilegais de energia”.

 

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