Cesta básica tem maior aumento do ano

Pesquisa realizada pelo Dieese observa aumento de 7,74% em março

Cesta básica tem maior aumento do ano

Pesquisa realizada pelo Dieese observa aumento de 7,74% em março

Comer no mês de março pesou mais no bolso do consumidor brusquense. Em pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), a cesta básica teve uma variação de 7,74% no mês passado em relação a fevereiro. Este número, em valores absolutos, equivale a um aumento de R$ 23,35. O conjunto dos alimentos básicos fechou o mês em R$ 325,02, o valor mais alto do ano até o momento.
O diretor técnico do Dieese, José Álvaro de Lima Cardoso, relata que este aumento já era esperado. “Pelos sinais que observávamos, já dava para esperar. Estes itens, quando aumentam, é porquê deu problema de redução de oferta, ou seja, uma restrição da oferta considerando o mesmo consumo vigente. Quando há esse desequilíbrio da oferta e da procura, há este aumento. Porém, não esperávamos que aumentaria tanto num geral no país todo”. 
Cardoso também comenta este aumento dentro da realidade da população brusquense. “Quem tem poder aquisitivo mais elevado, não sentirá a diferença. Mas, para quem ganha até três salários mínimos, este valor faz muita diferença e esta é a situação do pessoal em Brusque: a maioria ganha até esta faixa de salário e isto acaba pesando no orçamento”.
A pesquisa

Conforme a pesquisa, o vilão para o aumento do valor da cesta básica foi o tomate, que registrou uma variação mensal de 41,33%, sendo o preço médio do quilo R$ 4,89. Na sequência, completam o topo a batata, com 27,72% de variação, e o pão, com 8,30%. O feijão e o óleo também tiveram variação para mais com relação à fevereiro, mas não tão expressiva quanto os itens anteriores. 
O engenheiro florestal e consumidor, Denilson Padilha, acredita que este aumento, principalmente, no valor do tomate, já é esperado pela maioria da população. “O tomate todo ano é o que puxa a balança para cima. Quando dá um aumento significativo nos produtos, as pessoas já esperam que o tomate se sobreponha aos demais”. Ele também opina sobre o motivo do aumento. “Tivemos um problema climático. Por isso, há a tendência de que os produtos subam e desçam de valor”. Apesar disto, ele acredita que as vendas não sofrerão uma decrescente devido ao hábito que as pessoas têm de consumir o fruto. 
Cardoso comenta também que o aumento do tomate é referente a queda na produção. “Ou o tomate já está sendo insuficiente ou será. Em safra agrícola, quando há a perspectiva de um produto ter queda na safra, o valor já é aumentado preventivamente. Antes de faltar, já começa a aumentar o preço”.
O diretor técnico também credita o aumento do valor final da cesta a um dos produtos que equivale a mais de 1/3 dela, a carne. O item sofreu aumento de 2,40%. Porém, pelo fato de ocupar 37% no valor final da cesta, este aumento é sentido em maior proporção. “Em Brusque, o valor médio do quilo é de R$ 18,35 e a carne ocupa grande proporção na cesta. Ela contribui até mais do que o tomate para este aumento”.
Redução
Em contrapartida, dos 13 produtos da lista divulgada pelo Dieese, quatro deles tiveram baixa nos valores, que chegou a -2,95% referente à banana. Açúcar, arroz e café integram a lista. O único produto que não sofreu variação foi a farinha de trigo. 
A relação feita pela pesquisa é que a cesta básica equivale a 48,80% do salário mínimo líquido do consumidor brusquense. O órgão também revela que o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas, sendo duas adultas e duas crianças, deveria ser de R$ 2.992,19. Para comprar os itens que compõe a cesta básica, o brusquense precisa trabalhar, em média de, 98h mensais. 
> Confira a matéria completa na edição impressa do jornal MDD desta terça-feira, 8 de março.

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