Com corte de recursos, atletismo precisará se reinventar nos próximos anos

Modalidade perdeu patrocinadora de 12 anos e vive a expectativa do apoio de recursos públicos

Com corte de recursos, atletismo precisará se reinventar nos próximos anos

Modalidade perdeu patrocinadora de 12 anos e vive a expectativa do apoio de recursos públicos

Uma das modalidades que mais trouxe medalhas, títulos e alegrias para Brusque está na berlinda. Após o fim de uma parceria de 12 anos com patrocinador máster, a Associação Brusquense de Pais e Amigos do Atletismo de Brusque (Apaab) vive um momento de dificuldade e de futuro incerto, e precisará se reinventar para continuar realizando o trabalho com os cerca de 30 atletas envolvidos.

Principal entusiasta da equipe e do atletismo na cidade, o professor João Nunes não se diz aborrecido ou mesmo chateado. Ao invés disso, no tom de seu discurso há gratidão. “Trabalho com o atletismo desde 1972 e nunca uma parceria foi tão duradoura e benéfica. Sou agradecido por esse tempo em que o atletismo viveu seu auge aqui em Brusque”, completa.

Além disso, Nunes é otimista e enxerga um melhor horizonte para as próximas temporadas. “Contávamos com uma empresa interessada em contribuir com o lado social, mas que por motivos de corte de custos precisou interromper a parceria. Mas nós acreditamos que essa decisão possa ser revista, ou que novos parceiros surgirão”, completa.

Projeto cheio de histórias

Nunes e a Apaab são responsáveis por um projeto repleto de conquistas – e isso não se resume apenas a medalhas. Desde 2004, crianças, parte delas carentes, aprendem o considerado mais antigo esporte da história no berço da fiação catarinense.

Algumas das então crianças que deram seus primeiros passos no início do projeto hoje são adultos promissores. Nunes revela que há professores graduados em educação física e que hoje retransmitem o que aprenderam às novas gerações.

Além disso, há outras histórias que provam o quanto o atletismo já ajudou a fazer o bem. “Tive uma atleta que guardou o dinheiro que ganhava através do esporte e ajudou a construir uma casinha de barro para a sua mãe, no Piauí”, relata o técnico.

As conquistas

O atletismo feminino de Brusque, que tem o comando técnico e a escalação feita por Nunes, é tricampeão do maior evento poliesportivo do estado e um dos maiores do Brasil, os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc). Atletas de todo o Brasil, todas federadas no estado, representam a cidade junto com pratas da casa. Neste ano, a atleta Cristiane dos Santos Silva chegou a ser convocada para a Seleção Brasileira de Atletismo e participou da Olimpíada do Rio 2016.

Durante o ano, atletas de peso como Simone Ponte Ferraz, junto com revelações da casa como Gabriela Noldin e Gabriela Grunow são sempre destaque nas competições nacionais, estaduais e regionais, trazendo troféus e medalhas para a cidade. O grupo já teve até atletas que competiram um Mundial, Bruna Esser Rocha e Sabrina Cavichioli.

Aposentadoria estudada

Com 60 anos, Nunes já pensa na sua aposentadoria como professor de atletismo. Para ele, a data está fixa: em fevereiro de 2017 ele pendura a prancheta. Depois de décadas dedicadas ao esporte que tem como paixão e corre na suas veias – seu irmão, José Maria Nunes, é o maior medalhista da história dos Jasc -, para ele é hora de se concentrar na equipe.

Contudo, seguir na Apaab também pode ser repensado. Para ele, é preciso, primeiro, saber como a próxima administração municipal lidará com o esporte. “Se nós tivermos as condições para seguir com o trabalho, vou continuar, senão pode ser que eu não siga sequer com o projeto”, completa.

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