Com processo de recuperação judicial perto do fim, Schlösser busca recolocação no mercado

Empresa quer “crescer gradativamente” após anos de grandes dificuldades financeiras

Com processo de recuperação judicial perto do fim, Schlösser busca recolocação no mercado

Empresa quer “crescer gradativamente” após anos de grandes dificuldades financeiras

Com as etapas do seu processo de recuperação judicial praticamente finalizadas, a Companhia Industrial Schlösser busca, aos poucos, retomar a sua produção. Atualmente, a empresa produz em espaço locado há cerca de cinco anos, junto à sede da Buettner, hoje falida, e pretende gradativamente crescer.

O diretor da Schösser, João Beckhauser, ressalta que o que falta para o encerramento do processo judicial é a venda dos imóveis para pagamento dos créditos trabalhistas, o que está sob responsabilidade dos sindicatos que representam os trabalhadores.

Ele afirma que há um plano para crescimento gradativo das atividades e da produção, mas isso depende de como a economia brasileira irá se comportar, e também da necessidade da companhia conseguir capital de giro – recursos para financiar as atividades básicas.

O objetivo é crescer devagar, diz Beckhauser, que afirma que isso depende não só da Schlösser, mas também de fatores externos. “Temos o máximo de empenho, mas tem que ser de maneira bastante estruturada [a retomada do crescimento]”, diz.

No espaço locado junto à Buettner, a empresa instalou teares para produção própria e também possui contratados serviços terceirizados.

Processso em fase final

Apesar de ainda não ser possível estipular um prazo, o processo de recuperação judicial da Schlösser caminha para o encerramento. No ano passado, a juíza da Vara Comercial de Brusque, Clarice Ana Lanzarini, solicitou parecer do administrador judicial e do Ministério Público sobre a possibilidade de encerramento da ação.

Em um despacho publicado no ano passado, a magistrada ponderou que “estando o plano de recuperação judicial em pleno cumprimento, entendo razoável o encerramento da recuperação judicial”.

No mesmo despacho, ela enfatizou que desde a aprovação do plano de recuperação da companhia todos os relatórios mensais e as prestações de contas informaram que as obrigações assumidas estão sendo cumpridas.

O administrador judicial da recuperação judicial, o advogado Gilson Sgrott, afirma que ainda não há decisão do poder Judiciário sobre o encerramento do procedimento, tampouco quando isso pode acontecer.

No entanto, afirma ter apresentado um parecer no qual se manifesta a favor do encerramento do procedimento.

Segundo o advogado, seu parecer é no sentido de que tanto o prazo legal quanto as exigências da lei já foram cumpridos, restando apenas o acompanhamento dos pagamentos, o que recomendou que se aguarde, para dar fim ao processo.

O Ministério Público, por sua vez, encaminhou em janeiro manifestação na qual sugere que o administrador judicial indique um prazo hábil para o encerramento, com a organização do processo, para que os credores que ainda não receberam possam buscar seus direitos.

Única que não encerrou

A crise que abalou a Companhia Industrial Schlösser foi a mesma que levou outras duas grandes empresas do setor têxtil à falência, a Renaux e a Buettner. Todas passaram pelo mesmo processo: após graves problemas financeiros, iniciaram procedimento de recuperação judicial, coincidentemente, em 2011.

Ocorre que as outras não tiveram a mesma sorte e, depois de alguns anos em que as atividades foram seguidamente paralisadas, seja for falta de capital de giro ou de pagamento dos funcionários, tiveram a falência decretada – Renaux em 2013 e Buettner em 2016.

No começo do ano, um dos credores da Schlösser até chegou a pedir à Justiça que decretasse a falência da empresa, o que foi negado. O fato da empresa manter atividades junto ao parque fabril da Buettner, apesar de em pequena escala, foi levado em consideração na decisão.

“É bem certo que houve redução significativa em sua capacidade econômico-financeira, afinal, a empresa precisou reestruturar-se para que houvesse seu soerguimento”, diz o documento.

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