O Corpo de Bombeiros Militar de Brusque inicia 2019 com redução em seu orçamento: com o novo convênio que substitui o Fundo de Reaparelhamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom), são esperados R$ 1,2 milhão, sendo que foram recebidos R$ 2,12 milhões em 2018. Apesar da redução, o comandante, capitão Jacson de Souza, planeja iniciar novos projetos à frente da companhia, que também passará a ter novas facilidades tecnológicas em suas operações.

Em 2019, quatro bombeiros deixam o quartel e 10 novos chegam em Brusque. Em Guabiruba, chegam quatro e saem três. O efetivo é considerado um dos principais problemas para Souza e, portanto, o reforço é muito bem visto pelo comandante.

“Na verdade, 2019 é uma incógnita. Nós estimamos uma redução em torno de 50% [do valor repassado via convênio]. Ainda assim, a gente consegue manter os serviços, mas os investimentos futuros terão que ser melhor pensados a longo prazo. Deveremos planejar com mais antecedência. Para manter o que mantemos hoje, é o suficiente, temos equipamentos e veículos em ótimas condições. Daqui a dois, três, quatro anos, precisaremos de manutenção e poderão surgir problemas”, avalia.

Mudanças de quartel
Existe o projeto da ampliação do existente quartel do Corpo de Bombeiros, na avenida Beira Rio. Ali, será construída praticamente uma nova estrutura, e o espaço atualmente ocupado pelos bombeiros dará lugar ao Instituto Geral de Perícias (IGP). Neste quartel ampliado, está parte do efetivo, com algumas ambulâncias. Souza estima que a obra se inicie em maio e seja concluída em 2020.

“A obra está garantida. O recurso do convênio será utilizado para isto. É aguardar a licitação, os trâmites. Provavelmente não fica pronto em 2019, só em 2020, é uma obra que leva quase um ano. É um trabalho pensado para o longo prazo, dentro dos padrões sustentáveis, inclusive com geração de energia própria”, afirma.

Os caminhões deverão ser levados para o quartel do bairro Águas Claras, que deve ser reativado. Os quartéis serão administrados a partir dali. “Desta forma poderemos cobrir toda aquela região, até Nova Trento, de maneira muito mais rápida. O tempo-resposta fica muito mais interessante”, comenta.

Ocorrências
Souza reconhece uma leve diminuição na quantidade de vítimas atendidas e de ocorrências. Em média, o Corpo de Bombeiros tem atendido 15 ocorrências por dia em Brusque. Os casos mais frequentes são os acidentes de trânsito, o tema que mais preocupa a segurança pública do município, e emergências médicas. Casos de incêndio têm sido menos frequentes.

Comunicação
Atualmente, os bombeiros de Brusque só se comunicam com outros bombeiros da região por telefone. Trata-se de um problema, pois em Botuverá e em bairros mais isolados de Brusque e Guabiruba os sinais de telefonia móvel apresentam muitos problemas.

O capitão Jacson de Souza acredita que já em meados de janeiro uma nova torre de radiocomunicação esteja instalada e em funcionamento em Brusque, o que deverá facilitar a comunicação entre quartéis e equipes deslocadas em ocorrências, até mesmo com aeronaves, como é o caso do helicóptero Arcanjo-03, que presta suporte a partir de Blumenau.

“Assim que este sistema for instalado, poderemos nos comunicar diretamente com Blumenau. Cerca de 99% das áreas de Brusque, Guabiruba e Botuverá terão comunicação via rádio. O Samu também poderá usufruir deste recurso.”

Incêndios
A quantidade de incêndios na região tem diminuído, de acordo com o comandante. Os principais casos são em residências unifamiliares, ou seja, casas. Em seguida, estão os incêndios em indústrias. A principal causa é a chamada ação humana indireta. Negligências ou ações de pessoas que não tiveram intenção de causar incêndios.

“Muitas vezes, há falta de manutenção preventiva. O incêndio da boate Kiss, em 2013, no Rio Grande do Sul, mudou o paradigma, e desde então os bombeiros têm poder de sanção. Um sistema preventivo é necessário. Muitas pessoas veem como despesa, mas é investimento. Um extintor adequado em condições de uso bem utilizado é essencial para acabar com um incêndio em fase inicial. Aos poucos, as pessoas têm mudado, até porque se elas não se adequam em um primeiro momento, depois ela pode sofrer sanções. Temos visto uma conscientização maior.