Comércio clandestino incentiva exploração de palmito

Furto da iguaria é comum no Parna, mas fiscalização carece de recursos para conseguir contê-la

Comércio clandestino incentiva exploração de palmito

Furto da iguaria é comum no Parna, mas fiscalização carece de recursos para conseguir contê-la

A falta de pessoal na equipe do Instituto Chico Mendes (ICMBio) prejudica a fiscalização não só da caça ilegal, mas também da extração de plantas. Uma das espécies mais visadas pelos infratores da lei ambiental no Parque Nacional da Serra do Itajaí (Parna) é o palmito, segundo a bióloga Viviane Daufemback.

Viviane diz que é muito comum as pessoas irem até o parque para furtar palmito. Guabiruba é uma das cidades onde houve mais denúncias no ano passado deste tipo de crime, conta ela. A fiscalização deste tipo de atividade é difícil porque são poucos fiscais. “Tem muito furto de palmito, mas a dificuldade é conseguir flagrar, geralmente, percebemos só depois”, diz.

Os grupos que furtam no parque nem sempre são amadores. Ela diz que há casos em que eles se organizam para evitar a fiscalização do ICMBio. Há pessoas responsáveis por observar se alguém se aproxima e avisar aos demais.Já foram registrados, também, situações em que grupos de pessoas chegaram a acampar dentro da mata do parque para furtar palmito. “Tem os dois casos: para consumo próprio e para vender”, diz Viviane. Ela argumenta que o preço elevado da iguaria no mercado fomenta o crime. “Economicamente, o comércio clandestino é rentável”.

Um exemplo desta cultura de extração ilegal de palmito na região aconteceu no dia 3 de dezembro de madrugada. Uma guarnição da Polícia Militar apreendeu 400 cabeças de palmito com dois homens, que após a abordagem, tentaram fugir. A carga foi encontrada dentro do carro, um Fiat Fiorino, que trafegava pela Rodovia Antônio Heil. Tanto o veículo quanto o produto foram encaminhados à Polícia Civil.

Danos ao meio ambiente

O principal dano ao meio ambiente é o aceleramento do processo de extinção do palmito. A espécie é comum da Mata Atlântica, mas tem sido explorada desenfreadamente por pessoas em toda a região Sul e parte do Sudeste. O fim da planta não significa somente que não haverá palmitos nas prateleiras dos mercados, mas também que animais perderam um importante componente da sua nutrição. As aves, por exemplo, alimentam-se do palmito, conta Viviane.

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