Como Nelsinho Casqueiro se tornou uma referência na animação do rádio brusquense

O paranaense veio para cidade aos três anos e, até ganhar uma gaita, pretendia ser jogador

Como Nelsinho Casqueiro se tornou uma referência na animação do rádio brusquense

O paranaense veio para cidade aos três anos e, até ganhar uma gaita, pretendia ser jogador

Música e o rádio entraram na vida de Nelsinho Casqueiro após o sorteio de uma rifa. Antes de conhecer a música o sonho de Nelson Dalcastagne, 76 anos, o Nelsinho Casqueiro, era ser jogador de futebol. Hoje, o músico, apresentador e animador se orgulha em poder levar alegria aos fãs em eventos e em programas de rádio. São nas exibições que ele mantém um hábito de abrir espaço para os aspirantes a músicos profissionais demonstrarem desde o início de sua atividade.

Filho de um brusquense, de quem herdou o apelido, e uma paranaense, ele nasceu em Ponta Grossa, interior no Paraná e veio para Brusque com três anos. Assim como muitos jovens da época, o esporte era uma das principais alternativas de entretenimento.

Em busca de uma chance de chamar a atenção de clubes com estruturas mais profissionais o caminho passava pelo futebol amador. Na modalidade, chegou a jogar em times como o Santa Luzia e nas categorias de base do Clube Atlético Carlos Renaux.

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O esporte era mantido ao mesmo tempo que Casqueiro começava a trabalhar, ainda aos 13 anos. Trabalhou no comércio, fábricas e tecelagens da cidade, sempre reservando um tempo para as partidas de futebol. A carreira esportiva só foi alterada com uma rifa. Em um sorteio feito por uma loja, o jovem ganhou uma gaita de 48 baixos, seu primeiro instrumento.

Sem acesso a aulas, Casqueiro aprendeu a tocar ouvindo música. Só quando estava adulto foi estudar teoria musical para poder retirar a carteira da Ordem dos Músicos. Estima ter sido cerca de seis meses para ser aprovado.

Lembra da influência do pai no aprendizado e o estímulo que recebia para não deixar o instrumento de lado. “Tinha vezes que ficava dois dias sem comer para tirar uma música no acordeon. Nem que fosse só parecida, mas focava só em uma música, enquanto não saía como eu queria, não parava”.

Das casas noturnas ao rádio
A dedicação de Casqueiro ao instrumento gerou os primeiros convites para tocar. Além da gaita, ele aprendeu percussão e, anos mais tarde, o teclado. As primeiras apresentações foram em casamentos, depois vieram festas, bares e as casas noturnas.

Quando terminou o período de alistamento obrigatório, ele se mudou para Curitiba, onde ficou por quatro anos. Na capital paranaense, junto com outros ex-militares passou a tocar em bares e casas noturnas.

Foi em Curitiba que ele passou a participar dos primeiros programas de rádio, para promover os eventos e locais de apresentação. O grupo Os Filhos do Sol reunia nove integrantes e passou a ser procurado para acompanhar artistas que iam tocar na cidade.

Antes de voltar para Brusque, em 1991, Casqueiro viveu ainda em São Paulo, também pelo trabalho musical. De volta ao Vale do Itajaí, logo ganhou reconhecimento pela animação de eventos e foi convidado para apresentar programas aos finais de semana. No rádio, passou a fazer promoções e concursos de dança e festivais de música e, hoje tem apresenta dois programas, pela Rádio Araguaia.

Sem previsão de parada
Mesmo com a idade e os problemas na coluna, Casqueiro não tem previsão de deixar os microfones. Admite que reduziu a rotina dos palcos e, hoje, conta com a ajuda da esposa e um dos filhos para as apresentações. As transmissões ainda contam com uma equipe destinada para as atrações. “Fisicamente é cansativo, mas é pelo amor um dom que Deus me deu, de levar essa alegria para as pessoas”.

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A animação é indicada como uma de suas marcas pessoais nos programas. Bordões como o “uba, uba, Guabiruba” ou “só alegria” são pedidos por fãs em encontros casuais ou gritados, como forma de reconhecimento ao apresentador. Como uma das referências dos bailes locais, afirma não lembrar de quantos estabelecimentos e clubes já inaugurou.

Além da música, os cafés e os prêmios atraiam pessoas para acompanhar os programas no local. Músicos amadores procuravam a rádio para tocar ao vivo e ganhar reconhecimento na região. Segundo ele, ainda hoje, a busca por espaço no meio musical depende da atenção das rádios. De acordo com ele, para trilhar o caminho, é preciso superação.

Ele se orgulha de ter aberto espaço para muitos dos músicos locais em seus primeiros passos na música. Os ouvintes e artistas vinham de municípios como São João Batista, Itajaí, Botuverá, Guabiruba e Barra Velha para participar da transmissão. “Tem que ter muita persistência, acreditar e pedir força para Deus. Quantos músicos que nós temos aqui em Brusque e região? Muitos deles poderiam ser músicos de sucesso”, resume.

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