Confraria Bordadeira expõe bordados em homenagem à Brusque de ontem e hoje

Exposição ficará aberta para visitação até o final de agosto no Museu Casa de Brusque

Confraria Bordadeira expõe bordados em homenagem à Brusque de ontem e hoje

Exposição ficará aberta para visitação até o final de agosto no Museu Casa de Brusque

Integrando as comemorações do aniversário da cidade, a mostra “Bordando Brusque Ontem e Hoje” foi lançada nesta terça-feira, 31. Os quadros foram bordados pelas integrantes da Confraria Bordadeira de Brusque. A exposição ficará aberta para visitação até o dia 31 de agosto no Museu Casa de Brusque, na avenida Otto Renaux, mediante agendamento, com entrada franca.

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Foi mais de um ano que as confreiras passaram bordando os quadros. São 22 painéis, sendo 13 de paisagens de Brusque atualmente ou no passado, além de oito quadros do Hino de Brusque e um do brasão do município. Todas as obras foram feitas com a técnica de bordado livre, que permite misturar diversos pontos de bordado, colagens e também a utilização de outros materiais para a composição.

Dentre os quadros, há aqueles que são representações fiéis do local bordado, baseados em fotografias, e outros que são releituras, feitos a partir da visão da bordadeira. “É uma forma de arte, queremos nos expressar através do bordado”, comenta Nane Maurici, uma das confreiras. “Cada uma de nós precisou estudar o local que bordou”, diz.

Além dos locais representados, há também quadros bordados com a letra do hino, composto por Eduardo Mário Tavares, e um com o brasão de Brusque, homenageando a cidade.

Para bordar as imagens, cada uma das bordadeiras precisou elaborar o desenho e escolher as técnicas que iria empregar. Ponto haste, ponto cheio, palestrina, ostra e areia são apenas alguns dos pontos empregados nas imagens bordadas. “Nenhuma de nós faz ponto-cruz, bordamos pontos antigos, e gostamos do ponto livre para estimular a criatividade”, diz Nane.

Quadros representam locais importantes de Brusque | Natália Huf

Tradição e terapia
O bordado é uma atividade terapêutica que possui, segundo Nane, poder de cura: pode ser indicado como um exercício de tratamento para a depressão e doenças psiquiátricas. Para ressaltar esse caráter curativo, as bordadeiras da Confraria gostam de se reunir para bordar juntas e, enquanto isso, entoar canções folclóricas e de domínio popular.

“Cantamos essas cantigas enquanto bordamos, acaba sendo uma performance”, conta Nane. Além disso, o bordado é também um resgate da tradição. A atividade era, há muito tempo, ensinada pelas mães e até mesmo na escola. “Já não se tem mais o hábito de bordar à mão. Com a industrialização e as máquinas de bordar isso se perdeu. Uma vez bordava-se os enxovais de casamento, dos filhos, hoje é tudo comprado pronto.”

O início de tudo
O grupo começou em 2012, quando as dez integrantes decidiram unir a vontade de se dedicar ao bordado à amizade que tinham. Assim surgiu a Confraria Bordadeira de Brusque, cujo projeto motivador foi este que está hoje exposto na Casa de Brusque. “Todas tínhamos afinidade com o bordado, fomos aprendendo e nos aperfeiçoando”, conta Nane.

A ideia inicial do grupo era bordar lugares importantes de Brusque, porém, projetos paralelos surgiram, como a participação em exposições de bordado em Florianópolis, São Paulo e até no exterior, em Londres. Nesta ano, as integrantes irão participar pela terceira vez da exposição Bordados Poéticos, realizada em Paraty (RJ). A exposição em Brusque é a primeira que conta com trabalhos de todas as confreiras, que bordaram juntas os quadros que fazem parte da mostra.

Nane Maurici, Solange Rodrigues e Nilse Dalago, integrantes da Confraria | Natália Huf

O nome “confraria” representa bem a ideia que a coordenadora do grupo, Nilse Benvenutti Dalago, conta que as amigas tinham ao iniciar as reuniões: “Precisa de comprometimento”, afirma. Por isso, o grupo hoje é fechado, e não costuma aceitar novas confreiras.

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Além das reuniões, o grupo realiza também, duas vezes ao ano, um café literário, com apresentações culturais e convidados, e desenvolve projetos como o que fez na Escola de Ensino Fundamental Edith Krieger Zabel, na Cristalina, onde ensinavam o bordado para as crianças. “Teve grandes resultados, até as mães dos alunos se interessavam pela atividade”, diz Nilse.

Para melhorar cada vez mais na arte do bordado, as confreiras buscam cursos e participam de encontros de bordado. As integrantes do grupo fizeram também oficinas com bordadeiras como Sávia Dumont, de Pirapora (MG), referência no segmento do bordado no Brasil e no exterior.

São muitos os projetos dos quais as bordadeiras da Confraria participaram, mas Nane ressalta um que foi também exposto na Casa de Brusque: as cortinas bordadas, que tinham trechos de poemas escritos por mulheres. Foram mais de vinte peças feitas pelas integrantes do grupo.

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