Conheça a história do brusquense Waldir Souza e Silva, motorista de caminhão há quase 60 anos

Atualmente ele é motorista na WDCom Distribuidora de Combustíveis e traz álcool, óleo diesel e gasolina a Brusque

Conheça a história do brusquense Waldir Souza e Silva, motorista de caminhão há quase 60 anos

Atualmente ele é motorista na WDCom Distribuidora de Combustíveis e traz álcool, óleo diesel e gasolina a Brusque

O brusquense Waldir Souza e Silva, 79 anos, é um exemplo de amor ao trabalho. Em quase oito décadas de vida, 58 anos ele passou dentro de um caminhão, percorrendo as estradas brasileiras de Norte a Sul. Morador do Volta Grande, Silva é motorista na WDCom Distribuidora de Combustíveis há dez anos e é responsável por trazer álcool, diesel e gasolina a Brusque.

Em 1958, cansado de trabalhar na roça e sem vislumbrar um futuro promissor nessa área, o caminhoneiro começou a carregar bebidas numa fábrica de Gaspar em que o seu tio trabalhava. Foi neste momento, aos 18 anos, que iniciava uma história de amor intenso ao que faz.

Durante alguns anos, ainda sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH), Silva fazia o trajeto entre Gaspar, Itajaí e Brusque levando refrigerante, cerveja e cachaça. Em 1962, já com a carteira em mãos, começou a viajar para o Rio Grande do Sul, onde durante 13 anos ficou trazendo arroz para Gaspar. Após esse período, o brusquense trabalhou por 21 anos no Nordeste e Centro-Oeste fazendo uma linha que revezava-se entre Goiás, Recife e Fortaleza, no qual o principal produto que levava era soja e milho.

Atualmente o caminhoneiro traz combustível do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná para Brusque / Foto: Daiane Benso
Atualmente o caminhoneiro traz combustível do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná para Brusque / Foto: Daiane Benso

Novamente em Brusque, Silva trabalhou com Milton Machado e viajava principalmente para São Paulo, Goiás e Mato Grosso, até que há dez anos iniciou sua trajetória na WDCom, empresa que está até hoje. Ele busca combustível principalmente do Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Em média ele faz duas viagens por semana (com o caminhão vazio e carregado) para a cidade de Angélica, no Mato Grosso do Sul – um dia e meio de viagem para ir e o mesmo tempo para voltar, e até cinco por semana para Paranaguá, no Paraná – vai e volta no mesmo dia.

“O segredo para eu estar na estrada há tantos anos é porque eu gosto muito do que faço. Caso contrário, não aguentaria. Eu gosto muito de caminhão. Meu negócio é o seguinte: eu estando embarcado e tocando, tá tudo bom pra mim, tá tudo em dia. Se eu ficar muitos dias parado falta alguma coisa, é o caminhão que está faltando”, afirma o motorista.


Medo e desvalorização

Casado há 52 anos, pai de três filhos e com cinco netos, Silva conta que a família sempre lhe apoiou na sua escolha profissional. Silva, que começou dirigindo um Chevrolet, também já guiou um Mercedes-Benz e um Scania e atualmente dirige um Mercedes automático com 550 cavalos e com capacidade para 47 mil litros de combustível.

Ele conta que em todos estes anos de estrada sofreu apenas um acidente, em Curitiba (PR), quando não conseguiu frear e bateu na traseira de outro caminhão. “Por carregar carga perigosa, tenho receio de acidentes. Se bater, explode”, diz. Quanto a multas, o brusquense coleciona algumas, a maioria por excesso de velocidade.

Como em qualquer profissão, a concorrência é grande, como o senhor aponta, já que cada vez mais há motoristas de caminhão no mercado. No entanto, isso não é empecilho para que abandone a estrada. “Pra mim, de fato, é uma paixão. Não sei quanto tempo ainda vou, um mês ou dois, ou dez anos. Enquanto não atrapalhar ninguém e não colocar a vida de ninguém em risco, eu continuo”, afirma.

Silva revela que prefere dirigir à noite, já que tem menos movimento e que para ele não existe lugar ruim. Porém, considera o povo nordestino muito acolhedor e humilde. “A estrada contribuiu para a minha vida. A amizade que se faz na estrada é muito grande, sempre estamos conversando com alguém, são todos amigos da gente”, diz o motorista, que completa: “A estrada é a minha vida, é minha alegria, tudo o que eu tenho conquistei com o meu trabalho. Nada cai do céu”, diz.


Inspiração

Silva é o funcionário mais velho da WDCom e está entre os três com mais tempo de casa. O gerente operacional Andrei Reitz diz que o funcionário é inspiração para todos os colaboradores. “Ele motiva todos que aqui entram, todos que o conhecem acabam se apaixonando. Ele é excepcional e dedicado”.

Reitz afirma também que o senhor não deixa a desejar no trabalho e que com o passar dos anos, consegue manter uma eficiência invejável. “É impressionante a disposição que tem para trabalhar. Sua experiência com sua eficiência serve de exemplo para nós”, concluiu o gerente operacional.

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