Conheça a rotina e os planos da primeira mulher presidente da Acibr

Rita Conti fala sobre as prioridades de seu mandato a frente da associação empresarial

Conheça a rotina e os planos da primeira mulher presidente da Acibr

Rita Conti fala sobre as prioridades de seu mandato a frente da associação empresarial

Primeira mulher presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Rita Cassia Conti tem uma rotina bastante intensa.

Além de agora presidir uma das entidades mais importantes de Brusque, Rita é uma das diretoras da RC Conti, empresa detentora da marca Mensageiro dos Sonhos. Ela preside também o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Brusque (Sindvest), faz parte da diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e ainda é coordenadora do Conselho Pastoral Paroquial (CPP) da Igreja Matriz São Luís Gonzaga.

Envolvida com tantas entidades, a rotina da empresária é bastante dinâmica e organizada. “Sou muito focada, tenho uma agenda muito pontual e organizada e assim consigo dar conta de todos os compromissos”, diz.

A partir de agora, por exemplo, todas as segundas-feiras Rita cumprirá expediente na Acibr no período da tarde. Para isso, otimiza tudo o que pode na empresa, almoça por lá e, assim, tem um ganho de horário. No começo da tarde, ela vai para a sede da Acibr e fica até o início da noite.

“Como a segunda-feira é o dia da nossa reunião, eu pretendo estar disponível na Acibr para receber as pessoas e conseguir realizar as atividades do cargo”, diz.

No Sindvest, a rotina de Rita é mais tranquila. Lá, a reunião é a cada dois meses e antes de assumir a presidência da Acibr, a empresária se organizou para receber ajuda no comando da entidade. “Conversamos com o grupo, que tem vários empresários. Formamos uma comissão e vamos tocar o sindicato. Quando houver algo mais extraordinário, vou estar presente, mas minha rotina vai mudar um pouco porque a Acibr consome muito meu dia”.

Além de ser a primeira mulher a assumir a presidência da Acibr, Rita também foi a primeira a fazer parte da diretoria da Fiesc. Por isso, mensalmente, a empresária reserva dois dias em sua agenda para poder participar das reuniões da entidade, que acontecem em Florianópolis.

“Esses dois dias já é tirado da minha agenda de trabalho. Todo mundo na empresa já sabe. Eventualmente também vou a Florianópolis quando tem alguma reunião da Câmara Tributária, Trabalhista ou da Moda”.

Como se não bastassem todos os compromissos profissionais e com as entidades, Rita também doa seu tempo como voluntária, auxiliando nos trabalhos da Igreja Matriz São Luís Gonzaga. Ela está envolvida há cerca de 15 anos com as atividades da igreja. Iniciou trabalhando como voluntária no grupo Costureiras da Esperança e, desde então, não parou mais.

Devido à sua nova função à frente da Acibr, Rita deve deixar o comando do CPP em dezembro. “Conversei com o padre Diomar, que é o pároco da igreja e estamos preparando outra pessoa para assumir o meu lugar em dezembro. Ainda vou participar de alguns eventos importantes até o fim do ano, mas a partir do ano que vem já será outra pessoa”.

Apesar da rotina bastante intensa, Rita afirma que sua família vem sempre em primeiro lugar. “Procuro ser muito participativa com minha família e dou muita prioridade a eles. Quando eu vejo que estou com muita atividade externa, eu dou um tempo e fico com eles. Levo meus filhos a tudo. A família participa bastante, tudo o que pode eles vão comigo e vivenciam minha rotina”.

Tradição e inovação

Rita concedeu esta entrevista em sua sala na sede da Acibr. Foi a primeira vez que esteve no local como presidente da entidade. A sala, que antes era predominantemente masculina, já vai ganhando novos ares, com muitas flores e uma “cara de mulher”, como ela mesma diz. 

A empresária afirma que sua gestão como presidente da Acibr vai conciliar o tradicional com a inovação. Ela cita sua participação na reunião da Associação Empresarial de Florianópolis (Acif), no dia seguinte a sua posse.

“Fui muito bem recebida e participar da reunião deles já abriu muito a minha cabeça no sentido de o que podemos fazer para modernizar. O fato de eu ser uma mulher já é um paradigma quebrado. Podemos conciliar muito o tradicional, com uma pitada de inovação, não só trazendo esses novos profissionais para dentro da associação, que são dinâmicos, que têm outro tipo de estrutura, como também em termos físicos. A médio e longo prazo estou pensando nisso bastante”.

Protagonismo da Acibr

Rita afirma que uma de suas principais bandeiras será a representatividade da Acibr. “Queremos a Acibr como protagonista, pois em muitos momentos ela consegue ser o elo entre a gestão pública e a privada. Um bom exemplo é a duplicação da rodovia Antônio Heil. Partiu daqui essa ideia. Os Fischer, empresários da associação, foram os pioneiros em fazer isso e continuamos o lobby para dar sequência à duplicação. Hoje ela está quase concluída. Isso é algo que podemos continuar fazendo”.

A presidente destaca que uma das primeiras ações de seu mandato será reunir os prefeitos de Brusque e Guabiruba para junto com a associação discutirem um novo acesso entre os dois municípios.

“É necessário e fundamental e as duas prefeituras querem isso. De novo, seremos protagonistas, pois seremos um elo para tentar unir essas forças para ver que caminho podemos fazer para isso. Às vezes pode ser algo demorado, como a terceira subestação, mas saiu. Nós temos que dar o pontapé inicial, estar junto. Isso não quer dizer que a Acibr é o pai da criança. É uma ideia boa e se puder motivar, apoiar, vamos fazer”.

Internacionalização

Rita também afirma que preparar as empresas de Brusque para internacionalização também será uma de suas prioridades à frente da entidade. A empresária destaca que esteve recentemente em um encontro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, onde se falou muito sobre a abertura do mercado como uma grande ameaça, mas também como uma oportunidade.

“Nós temos que estar preparados para isso. É a médio e longo prazo, mas tem que se falar desde já, preparar as empresas. Tanto a Facisc quanto a Fiesc têm cursos gratuitos que podemos trazer para cá e desenvolver o pequeno, o médio e até o microempresário. É algo que vou trabalhar bem forte”.

Barragem de Botuverá

Rita herda da gestão anterior da Acibr, a responsabilidade de cobrar o início da obra de construção da barragem de Botuverá. A presidente diz que a ideia é fazer um grande lobby político em prol da obra.

“Uma das últimas ações do Halisson foi o ofício enviado pela Acibr, em conjunto com várias entidades, para senadores e ministros. No decorrer dos meses vamos ver se faremos uma missão para Brasília para pressionar e mostrar o quanto esta obra é importante para nós”.

Segurança

Uma bandeira forte da última gestão da Acibr foi a segurança pública. No ano passado, a entidade conseguiu em parceria com outras associações e com o poder público, criar convênios para auxiliar a Polícia Militar, Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros de Brusque.

A intenção é que a parceria com os órgãos de segurança se mantenha durante esta gestão. Rita diz que deve ser formado um conselho entre as entidades para se ter mais clareza e transparência de como está sendo utilizado esse fundo. “O Halisson será o nosso representante no conselho para dar continuidade a esse trabalho. Hoje somos modelo para outras cidades”.

Plano de desenvolvimento do município

A Acibr é uma das parceiras da prefeitura e do Sebrae na realização do plano de desenvolvimento do município. Rita explica que a prefeitura adquiriu o produto do Sebrae, que já realizou estudos semelhantes em outras cidades, e pediu o apoio da Acibr para encampar a ideia.

“A prefeitura fez pesquisas com os empresários e a maioria falou que se a Acibr estivesse à frente disso teria mais credibilidade. Decidimos assumir essa bandeira”.

Várias reuniões já foram realizadas com empresários de diversos segmentos. A ideia é desenvolver ações e planejar o município a longo prazo com o objetivo de desenvolver os principais setores da economia de Brusque.

“Este é um trabalho que estaremos à frente e acredito que será muito bom para a cidade. Queremos, inclusive, trabalhar em um projeto de lei para ser aprovado na Câmara e assim não corrermos risco de ser paralisado conforme as mudanças de gestão da prefeitura. Balneário Camboriú é um grande exemplo, evoluiu muito com a ajuda deste plano e nós queremos seguir pelo menos caminho”.

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