Conheça as histórias de pilotos que participaram da 25ª Fenajeep

Quatro pilotos falam sobre a experiência de participar do maior evento dedicado ao segmento jipeiro

Conheça as histórias de pilotos que participaram da 25ª Fenajeep

Quatro pilotos falam sobre a experiência de participar do maior evento dedicado ao segmento jipeiro

Neste domingo, 24, foram realizadas as finais das provas competitivas da 25ª Festa Nacional do Jeep, a Fenajeep. As três modalidades – Jeep Indoor, Desafio Fenajeep e Gaiola Cross -, receberam competidores de Brusque, de cidades da região, de outros estados e até mesmo de outros países.

Contra o tempo
Carlos Hingst Neto é piloto no Desafio Fenajeep, e participa da prova pela segunda vez, na categoria Master. Embora ele já andasse de jeep e fizesse trilhas com o tio desde os 13 anos, foi só mais tarde que decidiu entrar para o mundo das competições: esta é a quarta prova em que compete, e a segunda no evento brusquense.

No ano passado, correu pela primeira vez na Fenajeep, terminando em quarto lugar. Antes disso, ele, que faz parte da equipe curitibana Ferro Off Road, já havia corrido em Lages, para ver como era competir de jeep. “Mas a Fenajeep é uma prova nacional, todo mundo quer correr aqui, e tem o diferencial de ter o público tão perto.”

Esta é a segunda vez que Carlos (à esquerda) compete no Desafio Fenajeep. | Foto: Natália Huf

A equipe conta com cerca de 15 pessoas que estão acampadas no espaço anexo ao pavilhão, mas Carlos, morador de Itajaí, consegue vir até Brusque e voltar para casa diariamente.

“Andar de jeep é sempre legal, sempre prazeroso”, diz. “Mas nas trilhas, você faz o percurso mais descontraído. Em prova é diferente, tem pressão e você corre contra o relógio, está todo mundo tentando baixar o tempo da volta.” Neste ano, a somatória de Carlos é de “quatro minutos e uns quebrados”, tempo que o colocou na primeira posição.

Uma longa viagem
Foram mais de doze horas de viagem para percorrer os cerca de 870 quilômetros que separam San Pedro, na província argentina de Misiones, da Fenajeep em Brusque. O piloto Cesar Camargo já participa da festa há três anos e é piloto da categoria Aspirado do Jeep Indoor.

“Esse é o evento jipeiro mais ‘top’, temos outros na Argentina, mas menores, nada tão grande”, afirma ele, que veio com os outros seis integrantes da equipe Casa El Brasileiro num motor home. O grupo chegou a Brusque na última sexta-feira, 22, e estão acampados no camping ao lado do pavilhão.

Natural de San Pedro, na Argentina, Cesar viajou quase 900 km para correr na Fenajeep. | Foto: Natália Huf

Correndo pela terceira vez, neste ano, ele veio com um carro novo, no qual usa um motor V8 como o dos Camaros. O competidor, na tarde de domingo, ocupava o sétimo lugar em sua categoria. Além da Fenajeep, ele participa também de outras provas. “Agora estão entrosando os campeonatos, o brasileiro, por exemplo, tem etapas na Argentina, em San Vicente”, conta.

Cesar começou a andar de jeep em 2008, fazendo trilhas. “Terminamos aqui, correndo”, ri o piloto que, na longa viagem até Brusque, trouxe o filho de 12 anos, que também está se iniciando na modalidade.

“A recepção aqui na Fenajeep é única, nós encontramos muito companheirismo e amizade. Vale a pena”, diz.

Bendito fruto
A paulista Simone Marques é, em 2018, a única mulher a competir na Fenajeep. Sem categorias femininas, ela pilota nas mesmas provas que os homens e, na tarde de domingo, estava “mais ou menos na décima posição”, conta. Corredora da categoria Turbinados do Jeep Indoor, ela já participa da festa há cerca de 13 anos.

“É um ambiente muito machista, mas me sinto muito querida pelas pessoas e pela organização do evento”, conta. “Mas é difícil correr na mesma categoria que os homens, nós não temos a mesma força física para controlar o carro. Não vou ganhar, mas estar aqui e correr com eles já me faz sentir em primeiro lugar.”

A paulista Simone é a única mulher a competir no evento deste ano. | Foto: Natália Huf

Incentivada pela família, Simone começou a dirigir ainda muito nova, aos 14 anos. Inicialmente, andava de moto e fazia trilhas, porém, quando engravidou do primeiro filho, não podia mais pilotar. “Aí, meu marido comprou um jeep, foi assim que começou.” E o amor pelo esporte passa de geração em geração: “Meu filho também corre e, no ano que vem, minha filha de 17 anos vai correr aqui na Fenajeep, vamos dividir o carro”.

Ela lembra que visitou a Fenajeep pela primeira vez a convite de amigos, e gostou tanto que decidiu participar das provas. Ela e o marido começaram a pesquisar jeeps e motores, participaram de competições em São Paulo e foram “incrementando” o carro com o passar do tempo.

“Já dei perda total em dois jeeps e, uma vez, participando de uma prova, capotei e quebrei a vértebra. Minha família toda estava lá, meus avós foram me ver e falaram ‘Você está em segundo, vai voltar, né?’. Não era um pedido”, ri.

É essa motivação e incentivo que fazem com que Simone não desista. Ela já corre há cerca de 20 anos – “É quase metade da minha vida” – e, todo ano, pensa em parar, em não se inscrever na Fenajeep. Mas, até agora, nunca deixou de vir e já tem planos para a próxima edição da festa.

Novos desafios
Esta é a segunda Fenajeep da qual o piloto brusquense Eduardo Bianchini participa. Integrante da equipe Brusque Off Road, na tarde deste domingo ele se encaminhava para a final do Gaiola Cross, na categoria Turbo, na terceira posição.

“Vamos ver, tem chance ainda de ficar em primeiro”, conta, animado, o piloto que também está fazendo parte do campeonato Brasileiro de Jeep Gaiola Cross. “Estou em terceiro no brasileiro, a próxima etapa será na Argentina, tem mais três fases.”

O piloto começou a andar de gaiola há apenas um ano, mas desde criança é envolvido com esportes a motor, como kart e arrancada. Ele diz que sempre foi ligado ao automobilismo, e agora, correndo na Fenajeep, conta com o apoio de amigos e da família.

Eduardo, que começou a correr com carro gaiola há um ano, diz que “se encontrou” nesse esporte. | Foto: Natália Huf

“A gaiola é muito dinâmica, como a pista é de barro, o circuito nunca é igual. E é um dos esportes automobilísticos que mais dependem do piloto, em outras modalidades o dinheiro influencia muito. Faz pouco tempo que piloto gaiola, mas me encontrei nesse esporte.”

No ano que vem, ele afirma que pretende continuar marcando presença: “Essa é a maior festa jipeira, só de estar aqui eu já me sinto realizado”, diz o piloto, que participou do evento pela primeira vez em 2016 e conquistou o oitavo lugar.

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