A preservação do complexo da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux é um tema polêmico e que vem sendo discutido a fundo nas últimas semanas. Em reunião realizada no museu Casa de Brusque em março, uma comissão foi formada para levar as discussões sobre o assunto adiante.

O primeiro passo em busca de algo concreto para a preservação do patrimônio da centenária fábrica será uma conversa com o administrador judicial da massa falida, Gilson Sgrott, ainda em data indefinida, para entender todo o procedimento relacionado ao processo de falência da fábrica, decretada em julho de 2013.

Essas áreas têm inegável valor histórico, cultural e arquitetônico para a população

O objetivo é fazer com que a prefeitura faça o levantamento dos valores que a massa falida da fábrica deve ao município e sugere que a prefeitura requeira que o patrimônio de interesse da comunidade seja revertido ao município como doação em pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) atrasado. A comissão também tem a intenção de levar o assunto ao conhecimento do prefeito Jonas Paegle.

Durante a reunião, também foi aprovada uma ‘moção de apoio ao espaço de memória da indústria têxtil de Brusque – Berço da Fiação Catarinense’.

As áreas que o grupo propõem que a prefeitura adquira são a Villa Ida, o escritório, a loja, a fábrica antiga, a fábrica nova e o terreno do entorno.

“Essas áreas têm inegável valor histórico, cultural e arquitetônico para a população. Queremos impedir que esses bens sejam vendidos, que venham a ser destruídos ou descaracterizados”, destaca Rosemari Glatz, integrante da Diretoria Executiva da Sociedade Amigos de Brusque e Coordenadora do Núcleo de Estudos da Imigração Alemã do Centro Universitário de Brusque (Unifebe).

Moção de apoio ao espaço de memória da indústria têxtil de Brusque – Berço da Fiação Catarinense foi aprovada em reunião na Casa de Brusque | Arquivo O Município

Para essas áreas, inclusive, o documento que será apresentado ao prefeito descreve algumas propostas para o uso dos espaços.

“A proposta sobre o que fazer em cada imóvel baseia-se no eixo cultural naturalmente estabelecido entre as construções e espaços existentes, já identificados pelo levantamento arquitetônico da Fábrica Renaux e os usos potenciais dos referidos espaços”, diz.

Entretanto, Rosemari ressalta que as propostas são apenas sugestões que ainda estão em fase embrionária. “Em se confirmando a possibilidade de uso do espaço do Complexo Renaux, serão necessários vários estudos técnicos e de viabilidade, inclusive financeira”.